Capítulo 35 :

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Arthur

Quando encerrei a ligação com a Carla, fiquei um bom tempo olhando para o celular em minhas mãos.

Véi, que tipo de idiota eu era? Como uma pessoa que queria sair da cidade para dar um tempo de toda a intensidade que estava vivendo, levava a intensidade toda com ela?

Era difícil acreditar que tinha convidado a Carla para ir comigo. Quando eu estava com ela, eu esquecia que ela era a Carla Diaz, que era famosa e tal.

Quando o Ronan e eu conversamos mais cedo, entrei em pânico. Ele disse com todas as letras que ela estava apaixonada por mim e pior: que eu também estava por ela.

Aquilo não tinha cabimento!

Naquele momento, decidi dar um basta no nosso, nosso... rolo, caso, sei lá o que a gente tinha!

Já tinha feito toda uma programação: sairia para uma balada, pegaria uma mulher qualquer e, antes de viajar, acabaria tudo com a Carlinha.

Acabaria... Era até engraçado. Nós nem tínhamos nada e eu estava querendo acabar.

A verdade é que a ficha estava realmente começando a cair, eu precisava me afastar da Carla antes que fosse tarde demais para nós dois.

Mas, ao invés disso, o que fiz? Liguei para ela.

Depois que desliguei o telefone, ficou impossível voltar atrás, por isso decidi que a viagem a Cabo Frio seria nossa despedida.

Eu me entregaria a mais um momento com ela. E, depois disso, fim.

Senti-me seguro com os novos planos e respirei aliviado.

Até a ansiedade de chegar logo o dia seguinte para estar novamente com ela começar a me assombrar. Mau sinal.

Saí de casa para espairecer a cabeça e acabei numa loja de roupa feminina, comprando uma jaqueta de couro — caríssima, por sinal — para Carla. Olha que eu nem gostava dessas roupas de couros, prefiro uma camiseta xadrez, mas quando, vi, pensei na gente.

Na gente? Não , eu não disse isso.

Eu nunca dava presentes, eu recebia, porra!

Ignorei esse fato também, alegando que ela precisaria de uma jaqueta, já que viajaríamos de moto. Outra novidade...

Nunca tinha carregado uma mulher na minha moto, que eu chamava carinhosamente de minha Menina. Era muito ciumento com a Rainha do Asfalto.

Embora a moto fosse perfeita para viagens longas com acompanhante, raramente carregava alguém que não fosse minha mãe ou irmãs.

Sem perceber os motivos por trás da atitude, me vi tirando-a da garagem, levando-a para lavar e enchendo o tanque. Tudo para viajar com a Carlinha. Simples assim.

E ali estava eu, de frente para ela, em um restaurante qualquer de Cabo Frio, feliz e satisfeito com a sua companhia.

Carla: Por que você decidiu ir para os Estados Unidos, Arthur?  — Carla quis saber, enquanto saboreávamos nosso almoço.

Putz! Intimidade. Isso não era bom sinal.

Claro que, àquela altura, nos conhecíamos razoavelmente bem e já tínhamos falado sobre quase tudo, mas a pergunta acarretaria contar sobre a Larissa e todo o resto. Quanto menos informação, melhor.

Arthur: Sei lá. Naquela época achei que teria mais oportunidades, eu estava confuso ainda sobre o que queria fazer da vida. — Desviei o olhar para o prato, deixando claro que não diria mais nada.

Ela sorriu, entendendo o recado e mudou de assunto.

Terminamos nossa refeição e seguimos para a visita ao condomínio de casas de praia.

Estacionei a moto em frente à casa que estava à venda e desci, ajudando a minha garota em seguida.

Carla havia trocado a calça jeans por um shortinho curto e estava sexy pra caralho! Usava óculos modelo aviador, uma blusa esvoaçante e tinha prendido os cabelos num rabo de cavalo, que ela ajeitou assim que tirou o capacete.

Eu adorava aquela coisinha de 1,53 sexy, e. E a sua pele era tão macia, como veludo...

Mas era só carne, eu tentava me convencer disso sempre que me perdia em pensamentos que a envolviam.

Uma coroa muito simpática e, por sinal, muito atraente, nos atendeu.

Xxx: Olá! — Mostrou um sorriso com dentes muito brancos, provavelmente de lentes de contato.

Xxx: Eu sou a Anna, dona da casa. –  Fiquei me perguntando se ela seria a esposa número um ou a esposa número dois.

Arthur: Muito prazer, Anna, sou o Arthur e essa é a Carla.

Anna: Prazer Carla, que prazer em conhece-la . — As duas se cumprimentaram. Claro que a mulher sabia quem era ela, mas foi discreta.

O Crossfiteiro Irresistível.Onde histórias criam vida. Descubra agora