Capítulo 41 :

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Arthur: Oi. — Arthur mal apertou a mão de João e me tascou um beijo. Na boca!

Dava para sentir o olhar de reprovação do meu amigo em cima de mim, mas que culpa eu tinha? Eu estava com saudade e ele estava me beijando, então, simplesmente correspondi.

Foi um beijo rápido, mas suficiente para rolar língua e me deixar acesa.

Ele estava lindo, com uma sunga de praia preta, óculos escuros e um boné virado para trás. Irresistível!

Notei que a morena nos encarava de onde estava e fiquei feliz por saber que não tinham nada. Bom, a não ser que ela fosse liberal, né?

Arthur: E aí, Carla?

Carla: Tudo bem? — Voltei minha atenção para ele.

Arthur: Melhor agora. Querem jogar com a gente?

Já ia negando quando o João aceitou. Sinceramente, nem entendi a razão, mas acreditei que tivesse sido por causa do moreno alto que jogava com eles.

Os dois amigos que estavam jogando com eles se despediram e foram embora.  Então formei dupla com Arthur e o João com o moreno, que se chamava Lucas. Perdemos feio.

É claro que foi por minha causa, sempre fui péssima em qualquer esporte.

Depois da partida, Lucas também se despediu, mas não antes de trocar o número de telefone com o João.

Enquanto os dois conversavam, o Arthur se virou para mim.

Arthur: Vai fazer o quê agora, Carla Diaz? — perguntou, puxando-me para ele.

Juro que eu quis inventar alguma coisa, mas ele estava com aquele sorriso em que as linhas de expressão que eu tanto amava apareciam. Por isso não resisti.

Combinamos de ele me pegar em casa, pois eu queria tomar um banho antes.

Carla: Vamos, John? — chamei meu amigo para irmos, mas ele negou.

João: Pode ir, Carla. Daqui vou direto para a academia. — Despedi-me com a pulga atrás da orelha, João não fazia academia, mas corri para casa, deixando-o com o Arthur.

Quarenta minutos depois, o meu cafajeste apareceu. Estava usando uma bermuda e uma camiseta sem mangas, continuava com o boné e os óculos escuros. Lindo de viver.

Carla: Pensei que iria pra casa tomar um banho antes — comentei, depois da nossa sessão inicial de amassos.

Arthur: Fiquei conversando com seu amigo. Quando vi, já estava em cima da hora. — Foi por isso que João havia ficado então.

Carla: Desculpa por qualquer coisa que ele possa ter dito. O João é muito protetor. — Sorri sem graça.

Arthur: Amigo ... — Ele completou, com um mau humor repentino.

Carla: Sim, amigo. Não entendi!

Arthur: Tive a impressão de que ele gosta de você. Mas não como amigo. – Ele estava com ciúmes do João, de novo? Assim ficava difícil não me iludir.

Carla: Claro que gosta, ele é como um irmão, Arthur, não viaja. — Tentei amenizar, mas ficou pior, pois ele fechou a cara.

Arthur: Você entendeu, Carla.

Carla: O João não gosta de mim desse jeito, Lindo. Ele é gay. Isso já ficou claro muito tempo antes de você aparecer. — Ele assentiu, suavizando a expressão.

Arthur: Foi mal, Carla! Não tenho o direito de te bombardear com perguntas assim. Nem tenho nada com a sua vida.

Nem. Tenho. Nada. Com. A. Sua. Vida.

Eu quis morrer depois que ouvi essa frase. Nem tentei esconder a decepção. Tanto que ele percebeu.

Arthur: Eu quis dizer que eu não tenho o direito de me intrometer nas suas amizades. — Tentou consertar, mas a frase de efeito já tinha me causado efeito. — Sorri desaminada, assentindo.

O fato é que, o que fosse acontecer dali em diante, dependeria exclusivamente da minha pessoa.

Se eu quisesse continuar apenas como sua ficante, peguete, isso ainda se estenderia por mais alguns encontros.

Mas, se meu objetivo fosse querer algo mais, poderia realmente tirar o time de campo.

Estava muito claro.

Carla: Vamos? — perguntei, pegando minha bolsa.

Arthur: Vamos. — Ele sorriu, puxando-me para os seus braços.

Apesar de o Arthur estar carinhoso como sempre, eu conseguia sentir a tensão que emanava dele. Aquele encontro soava como uma despedida na minha cabeça.

Dava para ouvir o "tique-taque" do relógio, marcando nosso último momento juntos. Aquilo doeu. Restava-me apenas duas opções: aproveitar ou aproveitar.

Ficar remoendo o fim, de nada adiantaria. Foi o que eu fiz: aproveitei cada momento.

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O Crossfiteiro Irresistível.Onde histórias criam vida. Descubra agora