Loja de disco

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Música: You até the right one - sports
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-Vamos passar a música nova?- Reiner perguntou. Era quarta feira e estávamos ensaiando no apartamento dele e do Bertholdt.

-A gente pode tentar, eu gostei da letra.- Connie disse sorrindo.- Ainda não sei como você escreve essas coisas.

Olhei com a cara fechada para o mesmo jogando a garrafinha de água que estava em minhas mãos no mesmo, enquanto bufava irritada ele apenas desviava da garrafa rindo.

-Foi um elogio viu? Para que essa agressividade toda.- Ele diz e eu o ameaço levantando um punho.

-Eu retribuo elogios no soco.- Digo brava tirando risada de todos os outros idiotas no recinto. -Vamos logo com isso.- Falo me preparando para cantar em seguida

Você era a escolha certa
Eu só estava esperando
Você olhar para mim
É o momento errado?
Baby, estou apenas supondo
Só me deixe saber...

O solo de guitarra melodioso começa a tomar toda a sala apertada, que mal cabiam os instrumentos. A bateria de Reiner se encaixava bem, deixando a música bem leve com suas batidas lentas e o baixo de Bertholdt dava ritmo aos outros instrumentos.

Essa foi a música que eu escrevi segunda, e parece já estar boa para ser tocada amanhã. Ao pensar em amanhã uma veia quase salta da minha cabeça, ainda havia aquela aposta inútil para me preocupar.

Já faz um bom tempo
Que você está sozinha
Então o que devo fazer?
Você é a pessoa certa
E eu sou só o garoto que está olhando para você
Então o que devo fazer?

Eu tentei do jeito errado
Só estava supondo
Esperando a minha hora
Você é a única
Que eu consigo imaginar ao meu lado
Ao meu lado

No final do ensaio estávamos guardando os instrumentos enquanto os rapazes tinham algumas conversas paralelas, que obviamente eu não prestava atenção, até Reiner chamar minha atenção até a cozinha.

-Tem algo te incomodando?

-O que?- Eu pergunto sem entender muito bem o que ele queria dizer.

-Normalmente você finge que ignora a gente, mas sempre dá um jeito de reclamar ou brigar por algo, mas hoje você só está ignorando mesmo. Parece avoada.

-Eu só devo está cansada.- Digo querendo mudar de assunto indo em direção a geladeira para procurar algo. Pego uma maçã e dou uma mordida na mesma.

-Tudo bem então, se quiser conversar Ymir você sabe que pode vir falar comigo, certo?

-Certo, certo.- Digo revirando os olhos, mas por dentro estava agradecida. Reiner era o integrante da alcatéia com quem eu mais tinha proximidade e confiança de certo modo. Eu nunca desabafei com ele, mas sabia que poderia contar com sua ajuda.

Ele apenas deixou a cozinha e eu o segui até a sala vendo os outros dois sentados no sofá, Connie com uma almofada no colo e Bertholdt com as pernas formando um quatro. Sentei na poltrona que havia ali enquanto Reiner se sentou no chão.

Só agora reparei como fazia tempo que não tínhamos um momento assim. Antes esses eram os únicos momentos sociais que eu tinha. Agora parece que meu círculo de estendeu mesmo sem eu querer isso e sem querer acabei me afastando da minha alcatéia.

-Esse programa não.- Connie diz emburrado para Bertholdt. Mas todos se assustaram com as risadas vindas de Reiner.

-O que foi idiota?- Bertholdt perguntou tirando as palavras da minha boca.

-Olha só para a gente, parecemos um bando de fracassados.

-Diga por você.- Connie diz emburrado.

-Sério? Senhor melhor amigo da minha ex namorada

-Olha só nossa relação foi ótima e a amizade também é.

-E você? Senhor talarico.- Ele diz olhando para Bertholdt.

-Eu nunca faria isso.- O garoto se encolhe no sofá cabisbaixo.- Eu gosto da Annie desde a escola é verdade, mas eu estou feliz por ela e o Armin.

-O mesmo papinho de sempre.- Connie acrescenta.

-O que vocês querem que eu faça? Já é tarde para eu me declarar agora.- Ele diz reflexivo.

- Que tal superar isso e seguir sua vida?- Digo o que concluo sendo o melhor a se fazer.

-Você é muito desapegada Ymir.- Bertholdt diz fazendo bico.

-É verdade, a gente nunca viu você apaixonada por alguém.- Connie acrescenta e eu reviro os olhos, mais uma vez esse assunto bobo.-Mas,- Ele acrescenta.- você está muito estranha ultimamente.

-Desde a festa, também percebi.- Bertholdt diz sério.

-Concordo, vai nos contar o que está acontecendo?- Reiner diz me encarando.

-Não é nada, okay?- digo me levantando a fim de fugir desse assunto e ir embora.

-A Sasha vai descobrir e vai contar para a gente mesmo.- Connie diz enquanto eu fecho a porta suspirando. A verdade é que nem eu mesma sei o que está acontecendo, só sei que no momento minha cabeça está cheia de pensamentos estranhos.

Tem uma coisa que eu amo fazer quando estou assim que é caminhar. Enquanto eu andava do apartamento do Reiner para o meu avistei uma loja de discos que me interessou. Entrei ouvindo o barulho do sino e me dirigi aos discos dispostos em mesas.

Havia discos de várias bandas e estilos ali, de cantores solos também. Acabei encontrando uns bem interessantes. Segurava um do arctic monkeys nas mãos quando ouço um aproximar. Seus ombros delicados encostaram no meu braço e seu cheiro de flores inundou as minhas narinas.

-Esse é mesmo a sua cara. - A garota loira ao meu lado disse baixinho e eu só consegui abrir a boca em surpresa antes de me recompor.

-An, o que faz aqui?

-Pesquisa de campo.- Ela diz sorrindo e eu não entendo nada, mas também resolvo não questionar novamente. -Essa banda é muito boa.

-Você gosta?- Eu pergunto erguendo a capa do disco.

-Sim. Surpresa?- Ela questiona.

-Um pouco, você não é o tipo de pessoa que eu olho e penso com certeza ela curte rock.

-Ai você está julgando o livro pela capa, não?

- Tem razão.- Digo envergonhada.

-Tudo bem, não é uma imagem que eu passo realmente.- Um silêncio um pouco constrangedor toma conta de nós antes da mesma começar a mexer nos outros discos na mesa.

-Esse também é bom.- Agora ela segurava um disco do The Doors.

-Nossa sim.- Digo empolgada.

-Quer ficar?- Ela pergunta rindo.

-Mas você pegou primeiro e está tudo bem.

-Não importa pode ficar- Ela me entrega o disco.

-Historia, não precisa pode ficar.- Entrego pra ela de volta. Ela sorri.

-Então vamos ouvir juntas um dia.- Ela diz e não respondo, acabo ficando vermelha demais apenas com essa possibilidade. Já não bastasse meu coração não parar um segundo desde que ela se aproximou de mim.

Eu nunca pensei que tivessemos tanto em comum, mas quanto mais nós conversavamos, mais gostos parecidos apareciam, além disso ela tinha um jeito único e fofo que me encantava, apesar de eu ver seu cansaço por debaixo de tanta simpatia, mesmo assim ela parecida de certa forma se divertir ao meu lado e isso me deixou feliz.



Viva por vocêWhere stories live. Discover now