ㅡ Tudo bem pra você, Ju? Podemos comprar algumas bebidas sem álcool pra você se não quiser beber. ㅡ Kio afirma e na hora eu entendo o que eles pretendem fazer, vão passar a tarde bebendo. Não quero ser a única bebendo refrigerante, mas ao menos tempo não quero beber, isso faz com que eu perca a cabeça e que não controle a minha compulsão.


ㅡ Sem problemas, eu bebo com vocês. ㅡ Digo, pensando que, se eu beber pouco, irei conseguir me controlar. Não posso partir para cima do Troy novamente e não quero afastar mais uma pessoa por conta do meu vício, por isso sei que posso me controlar para não agarrar o Kio.

ㅡ Perfeito então, Júlia, você quer com a gente na mercearia que fica na rua de baixo? Vamos comprar tudo lá, mas se não quiser ir pode ficar por aqui. ㅡTroy pergunta para mim, acabo que concordo em ir com eles.

Saímos da casa do Troy e andamos até a rua da mercearia, ele e o Kio não paravam de conversar sobre bandas que eu mal conhecia as músicas, por isso fiquei quieta o tempo inteiro até chegarmos no pequeno comércio no final da extensa rua. A mercearia, apesar de ser pequena, tem de tudo, desde doces de crianças até bebidas fortes. A mercearia, apesar de ser pequena, tem de tudo, desde doces de crianças até bebidas fortes. Enquanto os garotos escolhem as bebidas, eu vou até o corredor onde há alguns lanches simples, estou morrendo de fome, acabei não almoçando antes de ir para o grupo de apoio.

Pego vários saquinhos de besteiras, alguns de doces e levo tudo para o caixa, onde um homem velho está sentado, lendo um jornal que aparentemente não é desse ano. O jornal deve ser tão velho quanto ele.

Pouco tempo depois o Troy e o Kio aparecem segurando muitas garrafas diferentes e colocam tudo no balcão. Duas garrafas de vodca, um uísque e algumas garrafas de cerveja estavam posta sobre o balcão, junto aos meus lanchinhos nada saudáveis. Foi bom eu ter pegado algo para comer, beber de estômago vazio não faz bem.

Depois de pagarmos tudo, nos retiramos da mercearia e voltamos para a casa do Troy, levamos tudo o que compramos para a cozinha e deixamos sobre a pequena mesa de vidro. A cozinha da casa do Troy, apesar de ser menor que a minha, é com certeza mais prática e os eletrodomésticos são bem mais modernos.

Troy virou três shot de vodca seguidos e em seguida tomou um longo gole da bebida de cereja que havia acabado de preparar.50

ㅡ Yeah. Era disso que eu estava precisando. ㅡ Troy diz depois de engolir o copo inteiro. Seus lábios que já são avermelhados naturalmente adquiriram uma cor rosada por causa da bebida.

ㅡ Zarba, pare de dizer que precisava beber, você fez isso ontem. ㅡ Kio diz rindo e vira dois shots de uma tequila que o Troy tinha guardado.

ㅡ Foda-se, eu preciso sempre beber. ㅡ Troy retruca. ㅡ Júlia? Quer beber alguma coisa. ㅡ Ele pergunta, eu vou até ele e viro um grande gole da bebida de cereja, sinto minha garganta arder um pouco, assim como o meu estômago.

Faz um tempo que não bebo, tenho evitado muito para conseguir controlar o vício, tinha me esquecido como era deliciosa a sensação de ficar mais relaxada depois de beber, acabo bebendo mais alguns shots em seguida.

(...)

Tudo a minha frente está embaçado. Não vejo nada com clareza, apenas viro o último shot que estava sobre a bancada. Já não consigo distinguir se o que estou bebendo é tequila ou vodca, talvez possa ser cerveja, mas nenhum dos gostos parece estar presentes no meu paladar.

Eu bebi mais do que deveria, disto eu ainda tenho consciência. Do restante, não faço a menor ideia do horário, mas visto pela escuridão lá fora, sugiro que devem ser mais de seis da tarde. Meu irmão e minha mãe deve estar me procurando por todo lado, não atendi nenhuma ligação deles, até mesmo desliguei o celular em uma certa hora. Foda-se eles, a culpa foi do meu irmão, ele deveria ter me esperado sair daquela porra de terapia de grupo,eu poderia estar em casa ao invés de estar aqui, bebendo com dois garotos gostosos, eu poderia fazer sexo com os dois, principalmente com Kio. Sempre que olho para ele sinto-me excitada, queria poder despi-lo e fazer o que quisesse, mas estou me controlando bem.

Obsessão | Renato GarciaWhere stories live. Discover now