CAPÍTULO 13

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Olho profundamente nos seus olhos

Eu toco você cada vez mais 

Quando você vai embora, imploro para você não ir

Chamo seu nome várias vezes seguidas8

É tão engraçado tentar explicar

Como estou me sentindo, a culpa é do meu orgulho

Yeah, eu ainda não entendoComo seu amor pode fazer o que ninguém mais pode"

Crazy in Love - Beyoncé (50 Shares of Grey Soundtrack)

JÚLIA

O Renato estava ali, parado na minha frente e me encarava enquanto eu me segurava para não chorar ou ter um ataque nervoso. Meu olhar estava fixo no chão, não queria me atrever a olhar para ele e me perder no castanho cristalino de seus olhos. O olhar dele é como uma lâmina afiada, se eu o encarar, seu olhar me atinge e mata.

Conseguia escutá-lo me chamando, mas sentia que estava tudo girando e não sabia distinguir a realidade da minha imaginação, e mesmo que ele estivesse a me chamar o melhor nesse momento é fingir que não estou escutando, fingir que ele não está aqui, tentar imaginar que Renato Garcia não exista.

ㅡ Júlia! ㅡ Os braços dele estão no meu ombro e ele me chacoalha, despertando-me do meu transe. Tento me livrar e sair de perto dele, mas Renato tem a vantagem de ser bem forte do que eu. Fico presa a ele e mal consigo movimentar meus braços, onde ele está apertando.

ㅡ Me solta Garcia, agora! ㅡOrdeno, mas minha voz acaba saindo rouca e o Renato ri, debochando. ㅡ Pare de gracinha, me solta! ㅡ Desta vez consigo berrar e ele finalmente me solta, mas acabo continuando ali parada, o encarando.

ㅡ O que foi? O que houve naquela sala? Júlia, qual o seu problema? ㅡ Renato questiona-me, rude.

ㅡ Meu problema? Vai me dizer que não percebeu o que aconteceu ali? Renato! Eu tive uma fantasica sexual com você! ㅡ Grito, deixando trasparecer toda a minha raiva, raiva dele, raiva de mim mesma por imaginá-lo. ㅡ Você é o meu problema, Garcia! ㅡ Renato morde o piercing nervoso e solta um ar pesado. Ele me agarra pelo braço e me puxa para algum lugar.

Não tenho ideia de quanto andamos ou para que parte do centro cultural ele está me levando. Quando por fim paramos, reparo que ele me trouxe para um banheiro. Não tenho ideia se estamos no feminino ou no masculino, o lugar está escuro e a única coisa que enxergo é a face do Renato bem próxima do meu rosto. Sua respiração ofegante pode ser sentida sobre mim, o silêncio é tão intenso que é possível ouvir os batimentos cardíacos dele.

ㅡ O que você quer? Por que me trouxe aqui? ㅡ Pergunto e Renato pede para eu falar mais baixo antes de responder.

ㅡ Precisamos conversar. ㅡ Ele sussurra, como se tivesse medo que alguém nos ouvisse os nos pegasse aqui. ㅡ Você me beijou. Eu deixei bem claro no dia que eu fodi com você que eu não beijo. Não faz parte de fazer sexo com Renato Garcia. ㅡ Ele rosna, ainda em um tom baixo.

ㅡ Não estávamos fazendo sexo, era só uma porra que atividade teórica inútil. ㅡ Digo, sinto meus nervos ficarem a flor da pele. Cerro meus punhos e solto a respiração para meu acalmar um pouco.

ㅡ Mas eu sei que você queria transar comigo mas uma vez. Para ter tido a merda de uma fantasia sexual comigo deve querer muito que eu te foda de novo. ㅡ Renato diz certo do que está falando. ㅡ Quantas fantasias já teve comigo? Três, quatro?

ㅡ Uma, só a de agora. ㅡ Minto, durante o tempo que estive em casa minhas fantasias diminuíram, mas as poucas que eu tive eram com o Renato.

Obsessão | Renato GarciaWhere stories live. Discover now