Capítulo 01

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Olá, querido leitor. Você está lendo uma obra que não foi escrita por mim, isso somente é uma adaptação (autorizada) pra uma versão Renato Garcia. Créditos estão dados devidamente na descrição.

Ps: conteúdo muito quente...

Boa leitura.
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"Tudo é questão de talvez. Talvez minha vida mude agora, talvez mude em 20 minutos, talvez tivesse mudado se eu não tivesse me entregado. Nada é certo demais para dizer 'sim' ou 'não'. O talvez sempre é a melhor resposta? Talvez..."

JÚLIA

É uma manhã fria em Washington, estamos no final de fevereiro e o frio ainda prevalece. Nunca gostei do calor, por isso dias como esses são os melhores para mim, tudo aparenta ser mais calmo e sem agitação do calor. Ando pelas ruas tão movimentas dessa cidade de onde eu nunca sai. Parece que meu mundo se resumo à Washignton,  como se o resto não importasse. E não importa, pelo menos não para mim.

Paro em frente ao café que fica no final da rua da minha casa, onde moro com a minha mãe e meu irmão mais velho. Analiso meu reflexo no vidro, meus cabelos de um tom castanho médio, nem muito claro nem muito escuro, meus olhos de cor de um esverdeado profundo e meu tronco magro fazem as pessoas acharem que sou bonita, mas eu sei que não sou. Minha aparência, não importa o quão boa esteja, vai sempre ser ofuscada pelo meu interior horrível e repleto de pensamentos obscuros e pervertidos.

Entro em um ônibus que vai para o centro, sento-me no fundo, onde não tem ninguém. Tiro meu celular junto aos fones do bolso de trás do meu jeans preto e a inconfundível voz da Lana Del Rey começa a tocar. Eu gosto de músicas assim, como as dela, além de punk rock, claro.

Fico tão distraída com as músicas que quase não percebo quando o ônibus chega ao ponto que eu tenho que descer, mas por sorte consigo sair em cima da hora.

Vou caminhando sem pressa até o centro comunitário, ainda ouvindo música. Não estou com a mínima vontade de participar dessa terapia em grupo, só estou fazendo isso pela minha família, ou o que sobrou dela. Mãe e apenas um irmão, desde quando isso é família?

Entro pela porta de trás do grande centro comunitário, já que se entrasse pela frente iria ter de andar muito até a sala onde o grupo se reúne. Entro no local onde todas as cadeiras estão postas em uma roda, nem todos chegaram ainda, apenas uma garotas com os cabelos cor de fogo e dois garotos morenos.

Sento-me ao lado da garota e ficamos em silêncio até todos os 11 participantes do grupo chegarem. A psicologia que é responsável pelo grupo vai até o meio da roda e inicia seu habitual discurso.

ㅡ Sejam bem-vindos ao grupo de apoio. Eu sou a psicóloga responsável, Srta.Diana e estou aqui para ajudar vocês. ㅡ Ela tem um sorriso simpático que a minoria retribui. ㅡ Todos aqui tem algo em comum. Alguém pode me dizer o que é? ㅡ Ela passa os olhos por todos, mas ninguém toma iniciativa, então decido fazer isso.

ㅡ Temos um vício em  comum. ㅡ Digo. ㅡ Uma obsessão para ser mais exata.

ㅡ Muito obrigada pela sua iniciativa, eu achava que muitos aqui eram tímidos.

"Eu sou tímida", penso. "Só falei porque ninguém nessa porra de grupo de apoio disse nada."

ㅡ O que a Srta... ㅡ A psicóloga se refere a mim. 

ㅡ Júlia. Júlia Howard.

ㅡ O que a Srta. Howard disse está certo. Todos que estão reunidos aqui tem um certo vício em comum e vieram até essa terapia em grupo porque querem deixar isso no passado.

ㅡ Não vim aqui porque eu quis. Estou aqui pela minha mãe, caso ao contrário não perderia meu tempo aqui. ㅡ Um garoto moreno que está do outro lado da roda diz. Ele está de capuz e óculos ray-ban, seus jeans preto colado que tem a mesma cor da camiseta e de suas botas. A Srta. Diana se coloca à frente delem lançando-o um olhar desaprovador porém calmo.

ㅡ Você deve ser novo por aqui, qual é o seu nome rapaz? ㅡ Pergunta ela.

ㅡ Renato Nóbrega Garcia. ㅡ Ele responde frio.

ㅡ Bem Sr. Garcia...

ㅡ Me chame de Renato e não por esse caralho do meu sobrenome. ㅡ Ele retruca grosso. A psicóloga respira e assente.

ㅡ Renato, você está aqui pela sua mãe e tenho certeza que graças à ela, você vai conseguir largar o vício. ㅡ Não sei como ela ainda está calma.

ㅡ Certeza? Nada é certeza. Tudo é questão de talvez. ㅡ ela diz, com o olhar para o chão mostrando que não se importa com tudo isso. ㅡ Talvez eu me livre do vício, talvez não. Nada é certo nessa vida. A única coisa da qual temos certeza de verdade é que vamos morrer. Então não me diga que tem certeza que eu vou conseguir. ㅡ Todos permanecem em silêncio, um silêncio envergonhado e cheio de pensamentos adicionais. Srta. Diana está com uma expressão chocada diante do que acabou de ouvir e abre a boca várias vezes sem ter o que dizer.

ㅡ Ok, continuando... ㅡ Ela desvia do assunto rapidamente. ㅡ Alguén poderia me falar um pouco sobre o vício?

Mais uma vez não se tem voluntários.

ㅡ O que podemos dizer sobre o vício? ㅡ Digo do nada, me afundando ainda mais na cadeira.

ㅡ Bem, me explique um pouco sobre...

ㅡ Explicar o que? Não temos nada para explicar. ㅡ A interrompo, endireitando-me na cadeira e encarando-a. ㅡ Você só está reunida com um grupo de adolescentes obcecados em sexo, não tem como explicar. ㅡ Concluo, tendo olhares de aprovação na minha direção.

Obsessão | Renato GarciaWhere stories live. Discover now