CAPÍTULO 10

1.3K 92 11
                                    

Eu queria poder dormir por um tempo indeterminado e só acordar quando estiver certa que todos os problemas que eu causei terão desaparecido.

JÚLIA

Me sinto pequena perto dele, menor e mais magra do que já estou dentro dos braços de Renato. Uma parte de mim grita para que eu consiga me livrar dele, porém uma pequena parte me perturba dizendo que tenho que me render e deixar que o Renato faça o que bem entender. Fico estática quando sinto o seu piercing frio contra a minha pele quente do pescoço, um arrepio ainda maior sobe ao meu corpo.

ㅡ Vem, vamos para o motel mais próximo, podemos pegar qualquer suíte contanto que seja de luxo e que tenha uma boa cama pra eu te foder. ㅡ Renato me puxa segurando o meu braço. Minha mente está uma loucura, mil perguntas passam pela a minha cabeça ao mesmo tempo e a única coisa que eu gostaria de ter são respostas. 

Por que o Renato que foder comigo? Ele é viciado mas é incrivelmente sexy, poderia arranjar qualquer garota que desejasse. Por que eu? O que eu tenho para que ele queira transar comigo de novo?

ㅡ Renato, chega! ㅡ Berro e consigo faze-lô parar de andar. ㅡ Você pode muito bem sair por ai e arranjar qualquer garota virgem que queira por ai e tomar sua virgindade por diversão! ㅡ Continuo a berrar, não há ninguém na rua além de nós, os raios e os trovões só pioram a cada minuto, me alertando que eu preciso voltar para a casa antes que a tempestade comece.

ㅡ Eu não quero uma virgem imatura e sem experiência, eu quero você porra! Se ontem em cinco minutos eu gozei por sua causa, só imagine o que eu posso fazer se formos para um motel sem hora para voltar. ㅡ Renato diz, mordendo o seu piercing de uma forma que deixa qualquer garota louca, inclusive eu. ㅡ Júlia, pare de ser tão orgulhosa, você não vai conseguir resistir, nós nunca conseguimos.

Renato me solta e eu dou um passos para trás, mesmo com ele ameaçando partir para cima a qualquer momento.

ㅡ Não, por mais que você pense que somos iguais, está enganado! A única e mais importante coisa que nos difere é que eu consigo resistir! Você mal pode ver uma garota e já fica todo excitado! ㅡ Grito, fecho os meus olhos com força para afastar as lágrimas de raiva.

ㅡ Admita que já está toda molhada por mim, dá pra ver que está excitada pela forma como você está mantendo suas pernas fechadas. ㅡ Renato aponta para as minhas pernas e eu acabo por encolher os ombros. ㅡ E pare de se iludir, somos iguais sim. Se você conseguisse resistir não estaria sendo obrigada a ir em um caralho de grupo de apoio e à consultas psicológicas. ㅡ Ele retruca, sinto a raiva tomar conta mim e minha primeira e única reação é dar um tapa com força na face do Renato. Consigo ver a marca vermelha no formato dos meus dedos que eu deixei nele.

ㅡ Me deixa em paz! ㅡ Berro tão alto que corro o risco de ficar rouca.

ㅡ Não tenho como te deixar em paz, estamos no mesmo grupo de apoio, esqueceu? ㅡ Ele grita de volta, com a mão acariciando o local onde eu bati. Se fosse com outra pessoa eu claramente estaria com pena e arrependimento, mas é o Renato Garcia, o cara que tem o mesmo vício que eu, o cara que conseguiu me levar ao êxtase mais rápido do que qualquer um já conseguiu.

Como é possível sentir ódio de alguém que você conhece há dois dias? Alguém que por mais que você não saiba nada a respeito, foi capaz de lhe proporcionar tanto prazer em um tempo tão curto. Sim, eu odeio o Renato. Sei que o ódio é um sentimento horrível e que eu mal o conheço, mas já sei que é isso que sinto por ele. Ódio.

ㅡ Eu posso muito bem sair daquela porra de grupo, só pra não ter que cruzar com vocês nunca mais. ㅡ Rosno para ele. Não vejo nenhum sinal de raiva ou ódio nas expressões do Renato, diferente de mim, que estou quase espumando. ㅡ Eu te odeio.

Obsessão | Renato GarciaWhere stories live. Discover now