1° Joguinho

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Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, já dizia seu padrinho.

E nunca um ditado fez tanto sentido desde que Sasuke passou a morar consigo. Uma coisa foram os seus namorados do passado, outra coisa era o seu namorado do presente - e se Deus quiser, seu futuro marido, pai do seus filhos -, era até feio comparar. Em menos de uma semana, as discrepâncias de morar com Sasuke no acampamento e tê-lo em sua casa surgiram. O lado controlador ficou discreto, mas o cuidadoso floresceu como rosas na primavera. Ele era tão zeloso com a casa, com sua avó e com o próprio Naruto quanto supôs que seria.

Em alguns momentos, o dono da casa precisou lembrar ao ator-escritor que pagava duas pessoas com formação técnica para assumir os cuidados com a sua avó e algumas tarefas simples da casa. Sua sorte, porém, era ter com o quê ocupar a cabeça e assim evitar o estresse. Os famosos cupons de descontos continuaram fazendo parte da rotina dos dois tanto quanto o trabalho nos estúdios separados. As negociações, por hora, aconteciam em prol de uma segunda temporada do projeto, pois haviam algumas empresas interessadas, no entanto nem Kakashi e nem Jiraya tinham interesse em permitir que patrocinadores controlem a obra prima das suas vidas.

Ter Sasuke em casa era realmente uma coisa de outro mundo, pois nem mesmo seus parentes chatos apareceram depois que sua tia veio fazer uma suposta visita e foi recepcionada por Sasuke e sua caneca de café com os dizeres “Best Boss”. Seus primos e tios, e tias e primas, só entravam em contato pelo telefone, quando Naruto estava com saco para atender. Sentia-se nas nuvens porque, de alguma forma, comer o famoso sal grosso junto era um teste que poucos casais recém-formados superavam com louvores, mas os dois deram um jeito de dar certo - pelo menos até a casa do Uchiha ficar pronta. As reformas durariam mais algumas semanas e por Naruto, elas poderiam durar para todo o sempre e assim veria seu painho todas as vezes ao acordar, pelo menos quando não estivesse viajando, e sentiria seu abraço todas as vezes que fossem dormir.

A rotina deles era mais discreta e calma, ao contrário do que se pensa quando um dos cônjuges é ator pornô. Não é sexo, putaria e loucura 24 horas por dia. Em uma semana que Sasuke fincou a barraca na residência Uzumaki, o mais íntimo era um abraço, uma noite juntos dormindo na cama ou, quando muito, um banho compartilhado. Eles ainda tiveram uma sessão fotográfica para divulgação e para servir como material extra para os vídeos, então não havia “abstinência”.

No entanto, quando a poeira baixou e os dois receberam merecidas férias - foi um projeto bem intenso, com altos e baixos, quase uma montanha russa emocional -, ao fim de mais uma semana, os olhos faziam denúncias sobre o que se passava em suas cabeças. Primeiro, Naruto retomou sua postura cheia de chamego e grude, demorando-se mais tempo nos abraços apertados. Depois, quando ficavam juntos para assistir à novela, mas longe do olhar de Dona Tsunade, Sasuke via a mão alheia tocar sua coxa ou o seu namorado se apoiar contra o seu corpo para que seu peito ficasse ao alcance.

Com a falta de uma sala para exercícios, eles malhavam na academia a qual Naruto frequentava antes e a tensão entre os dois aumentava conforme se viam durante os exercícios, parecia um tipo de jogo - vence quem ceder primeiro à provocação. O loiro de vez em quando incorporava Anjo, o submisso rebelde, e atiçava seu namorado em público de maneiras que poucos teriam coragem. Como consequência, às vezes, Sasuke tomava uma atitude mais rude e incisiva para colocá-lo em seu lugar, de modo que não eram raros os dias os quais Naruto dormia com o bumbum quente, de bruços sobre a cama, sendo ninado depois de levar palmadas.

-Oh painho.

-Hn?

-Cadê tu, criatura. - Naruto foi ao quarto dele e o achou lá, ocupado como sempre. - Ei, eu vou sair com Kiba porque a cadela tá com ciúme de tu. - avisou ao parar diante do espelho para arrumar os cabelos. - Eu trago tua janta, painho. Me espere.

Casal de MentirinhaWhere stories live. Discover now