Trigésimo Sexto Capitulo

Începe de la început
                                    

- A gente consegue dar um jeito nisso.

Ele sabia como estava, sua mente gritava para que eu parasse de mentir. Mas ele apenas sorriu, e fechou os olhos.

- Temos que tirar ele daqui, antes que aqueles bichos horrendos voltem. Que diabos era aquilo? - perguntou Joe enquanto ajudavamos Austin a ficar de pé.

O bom de ter um amigo como Joe, é que ele estava sempre disposto a melhor a situação com uma piada, ou algo tipo. E o ruim de ter um amigo como Joe, é que ele fica o tempo todo tentando melhorar a situação.

- Joe?

Austin dobrou a perna ensanguentada.

- Hum?

- Ele não vai conseguir andar.

Olhei para ele, esperando que entendesse.

- Eu não vou carregar ele no colo! - exclamou.

Austin soltou uma gargalhada ao ouvir aquilo. Eu também sorri, depois olhei furiosa para Joe.

- Ta legal madame - ele pegou Austin no colo. - Isso é gay demais pra mim.

Revirei os olhos.

- Vamos antes que tenhamos outro improvisto - o empurrei e ele começou a caminhar.

*****

Claus estava uma fera com a gente, mas não nos importamos, apenas levamos Austin para a enfermaria. Eu nunca estive lá, era estranho saber que Angel não seria mais nossa enfermeira.

A Fortaleza, é na verdade uma enorme montanha, onde Claus e seus soldados se escondiam. As paredes eram obviamente feitas de pedras enormes da montanha, a iluminação era péssima, mas o lugar era melhor do que o esperado. Claus não soube investir muito bem nas outras áreas, alem da Super Prisão, onde ele havia aprisionado Joe e Austin, e que agora havia se tornado nossos dormitórios. A enfermaria não era nada parecida com a do Palácio, mas estava bom, pelo menos tínhamos uma enfermaria.

Joe deitou Austin em uma cama que havia presa em uma das paredes. Haviam muitos pacientes lá - feridos durante a batalha -, e apenas duas enfermeira para atender a todos. Eu não sabia o que fazer, mas queria ajudar Austin de alguma maneira. Ele já havia perdido sangue o suficiente, e mesmo assim ainda lutava para se manter acordado.

- Aqui! - gritei para uma das enfermeiras. A mesma que encontrei de pé ao meu lado quando acordei.

Ela correu até mim. Olhou o ferimento na perna de Austin, e já soube do que se tratava.

É impossível, ouvi ela dizer mentalmente.

- Não me importa se é impossível ou não! Dê um jeito.

Ela me encarou, depois voltou o olhar para a ferida.

- Não temos remédios o suficiente. Olhe pra esse lugar, gente ferida é o que mais temos.

Olhei novamente para Austin que estava suando de uma maneira inacreditável, ele parecia ter acabado de sair do banho sem se enxugar. Encarei a enfermeira novamente.

Ou faz o que to mandando, ou te obrigo a fazer.

Ela me encarou em silêncio por alguns segundos.

Vou contar até três. Um.

Ela continuou me encarando, receiosa em obedecer ou não. Ela já estava começando a me irritar. Céus, como eu sinto falta da Angel.

- Dois - joguei uma das macas contra à parede.

Ela ainda me encarava. Me surpreendi quando ela abandou as maos no ar, e assentiu.

- Tudo bem então. Mas que fique claro, que dezenas deles irão morrer - ela apontou para a multidão de macas ocupadas ao nosso redor. Eram centenas, talvez milhares. - Não me importo com eles. Me importo apenas com os dois - dirigi o olhar para Joe que estava sentado no chão me analisando e Austin agonizando na cama. - Estou aqui contra a minha vontade. Quantos homens Claus irá perder não me importa, sou capaz de matar milhares por aqueles que amo. Faça logo!

Ela pegou um pote de tampa vermelha e uma agulha de costura, enorme. Austin se espantou ao ver o tamanho da agulha.

- Agradeça à sua amiga - murmurou a enfermeira para Austin, antes de despejar um pouco do liquido viscoso na ferida exposta na perna dele.

Ele gritou, muito. Era tao forte e doloroso aquele grito que tive a impressão de que era a minha perna. Tive de tampar os ouvidos, Joe fez o mesmo. Uma nova pele nasceu no lugar da ferida, encobrindo o osso, mas ainda deixando uma parte da ferida aberta, e essa parte ela teve de fechar com a agulha. Sem dó nem piedade, ela começou a bordar a linha na perna de Austin, o sangue ainda escorria. Senti meu estomago embrulhar enquanto olhava aquilo.

Austin continuava gritando.

Joe estava sentado no chão, com a cabeca entre os joelhos.

Tive de sair dali. Voltei para o corredor, as pedras abafavam o som la dentro.

Escorreguei até o chão, apoiando a testa nos joelhos. Fechei os olhos, os gritos de Austin estavam me assustando. Apertei os olhos e cobri os ouvidos com as mãos. Fiquei batucando os pés no chão, tentando me distrair.

- O que deu em você?

Continuei com os olhos fechados e batucando, mas descobri os ouvidos para ouvir o que ele tinha à dizer.

- Acho que todo esse poder esta começando a te fazer mal. Se Amy estivesse aqui, ela estaria decepcionada com você Lara.

Soltei um riso abafado, encostei a cabeça na parede e abri os olhos.

- Então, acho que é até bom que ela não esteja aqui para ver o monstro em que me tornei. Não é, Richard?

Ele escorregou ao meu lado. Arrancou uma pequena pedra do chão, e a atirou na parede à nossa frente.

Ele estava totalmente abatido, não parecia mais ser o mesmo antes. Sua barba estava a implorar por um barbeador, seu cabelo estava sobre desarrumado, seus olhos estavam o tempo todo avermelhados. O estilo voto de nossas vestes caia como uma luva pra ele. Pra todos nós na verdade.

Ficamos um longo tempo em silêncio, cada um perdido em sua própria bolha de pensamentos.

Eu havia me auto-proibido de entrar na cabeça de outros seres humanos, e havia falhado com a enfermeira agora há pouco.

- Em que eu me tornei? - murmurei para mim mesma.

A Maldição da Lua.Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum