To live

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*Viver:
É estar com quem a gente gosta. É trocar mensagens, é viajar por entre cidades e abraços. É um festival de música. É a sensação de fazer valer cada segundo. É quando a gente aprende a existir do jeito certo. É criar passados, aproveitar presentes e inspirar futuros. É não sentir em vão.
*Produto com prazo de validade (aproveite)
– Vi no Pinterest, não sei quem escreveu.

°°°

FLASHBACK (Nishimura Riki)

O pequeno japonês de apenas sete anos andava pela sala de sua casa entediado, olhava a porta cheia de trancas e se perguntava porque sua vó podia passar por ela e ele não, o que tinha demais lá fora?.

— Vovó — Ele a chama indo até a cozinha a encontrando fazendo bolo.

— O que eu disse sobre falar? Você pode se engasgar falando e acabar morrendo como sua mãe — Ele balançou a cabeça mostrando que entendeu mas na verdade não entendia, por que ela podia e ele não?.

Ele pegou sua mão e a puxou até a sala de estar apontando para a porta super bem protegida, ele virou para ela e a senhora puxou seu braço e deu um tapa na nuca do japonês com um pouco de força demais.

— Você não vai sair, quer acabar morrendo? O mundo lá fora é perigoso, vão te matar como mataram sua mãe — Ela pegou o garoto pelo casaco azul e o puxou até seu quarto o trancando lá dentro — Está de castigo, só vai sair daí amanhã.

O pequeno subiu na sua cama e olhou pela janela protegida com muitas barras de ferro vendo as crianças da rua brincando, jogando bola na rua. Por que? Por que ele é o único da sua rua que não podia nem ao menos abrir a boca para dizer um "estou com fome"? Por que ele é o único que não podia sair e brincar? Se lá fora era perigoso então por que aquelas crianças estavam lá e pareciam tão felizes?.

Riki se sentia preso, sabia que sua avó estava o escondendo dos outros, mas por que?  Sua mãe ter morrido num assalto não era culpa sua, ele tinha acabado de nascer quando isso aconteceu. Então por que? Por que Riki deveria viver trancado na própria casa não podendo ter liberdade nem de falar?.

°°°

Suas pernas estavam tão doloridas, aquela corrente apertava tanto, mas não doía mais do que suas costas e barriga, se apanhar de cabo da sua avó já doía, ser chicoteado era mil vezes pior, principalmente quando eles jogavam sal nas suas feridas completamente expostas a aquele ambiente nojento. O japonês estava novamente se vendo como antigamente, preso e sendo torturado.

— Seu amiguinho tentou se meter no nosso caminho — Um dos espíritos diz aparecendo no canto daquele cômodo, esse era Huening Kai, o pobre adolescente que se matou junto com os amigos  — Por sua causa, Yang Jungwon se foi.

— N-não — Niki diz sentindo o coração apertar, sabia que eles eram sim capazes de matar um dos meninos mas não queria acreditar que um deles realmente se foi, principalmente por sua causa.

— Você sabe que eu estou falando sério, ele se meteu com o Beomgyu e pagou por isso — Kai jogou um pedaço de pano na direção do japonês. Era do pijama do Jungwon, encharcado de sangue do próprio Yang.

— N-não... Não.. — Niki começou a chorar até sentir seus olhos arderem, sua garganta parecia estar se fechando e ele se deitou no chão, sua mente não estava raciocinando direito, ele só gritou, perder um dos meninos doía mais que qualquer chicoteada.

— Ele está tendo crise de novo, Yeonjun é com você — O fantasma saiu e no seu lugar entrou o espírito de cabelo azul que estava atrás do Sun-Woo há alguns dias atrás.

— Gritando de novo, Nishimura? Isso não é legal — O espírito puxou um chicote e o acertou nas costas do japonês fazendo ele gritar de dor.

E mais uma chicoteada, e outra, e mais outra, Riki sentia seu sangue escorrendo pela suas costas e por mais que aquilo doesse muito, nada era pior do que saber que a culpa era sua que agora Yang Jungwon não estava mais vivo.

°°°

Os garotos acordaram e claro que logo perceberam que faltava o Yang entre eles, Sunghoon olhou para o colchão encontrando um papel dobrado, era a letra do Jungwon.

‘ Meninos, eu só estou escrevendo essa carta porque sei que vocês são tudo paranóico e mesmo não querendo dizer, eu no fundo estou com muito medo da minha decisão. Eu sei, decidimos procurar o Nishimura juntos mas caras, eu tenho certeza que consigo pelo menos uma pista na floresta, só quero ajudar, mas caso alguma coisa aconteça (espero que não) quero dizer que amo muito vocês, obrigado por me mostrarem que nesse mundo existe pessoas incríveis que fazem a vida valer a pena ’

— Ele foi sozinho para a floresta? — Heeseung fala chocado já calçando seus tênis para correr para fora do orfanato.

— Temos que ir atrás dele — Sunghoon diz abrindo a porta e correndo com os meninos atrás de si.

Eles passaram pelos órfãos que os olhavam curiosos, os meninos saíram e foram para a floresta, a polícia suspeitou e foi atrás deles já que estavam lá para investigar mais. Nem precisaram andar muito para encontrar Yang Jungwon no chão, os olhos fechados, a lanterna largada ao seu lado ainda ligada, suas roupas rasgadas e ensanguentadas, seu pescoço estava com sinais de enforcamento e o principal lugar onde sangrava era o meio de suas pernas. Isso significa que quem o matou o estuprou e depois o enforcou.

— JUNGWON, NÃO! NÃO! NÃO! — Heeseung se desequilibrou e andou até o corpo sem vida do Yang — Por que você fez isso, Jung? Por que? Nós íamos procurar pistas juntos, íamos fazer tudo juntos, por que foi teimoso? Por que?.

Os outros meninos estavam chocados com o corpo sem vida do seu amigo, Jake se sentou no chão e deixou as lágrimas saírem, Sunoo foi abraçado por Jay, os dois choravam muito, doía tanto perder mais uma pessoa especial na vida deles. Já Sunghoon ficou estressado por não ter escutado nada e acabou socando a árvore, só parou porque um dos policiais o segurou.

— Garoto, isso vai te machucar — O policial diz. Ele não entende, era isso que Sunghoon queria, se machucar, sentir dor o aliviava, queria apenas descontar sua frustração em si mesmo.

— Tirem eles daqui, nós dois tiramos o corpo — Outro policial diz apontando para si e para outro policial.

Os meninos não tinham forças para lutar contra, os policiais os levaram de lá e olharam pela última vez aquele corpo que em quando vida era de um garoto adorável e carinhoso que infelizmente teve uma vida horrível, Yang Jungwon agora poderia finalmente descansar em paz.

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sinto que a partir daqui vcs iram me odiar, as coisas ficaram mais tensas

The orphanage // enhypenUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum