"Você pode não ter deixado (muitas) manchas roxas da minha pele, mas deixou manchas roxas escuras gigantes por toda minha alma."
- A princesa salva a si mesma nesse livro.⚠️ aviso: esse Capítulo vai ser um dos mais pesados, sangue e menção a estupro e assédio ⚠️
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FLASHBACK (Jungwon)
O Yang com seus sete aninhos andava com dificuldade pelo corredor da casa, sua mãe o tinha obrigado a ajoelhar no milho mais uma vez, seus joelhos doíam tanto, suas perninhas inteirinhas doíam como nunca. Ele estava sozinho em casa graças a Deus, seus pais saíram para trabalharem e deixaram o garoto sozinho sem qualquer proteção, ao seu alcance tinha facas, tesouras, entre outros objetos pontudos.
Ele não era bobo, sentiu na pele o quanto dói mexer com esses objetos, a porta se abriu e seu avô paterno entrou, cheirava a álcool e suas roupas estavam rasgadas e sujas. Ele estava bêbado.
— Jungwon, o que aconteceu com seus joelhos? — Ele pergunta meio embolado.
— Mamãe mandou eu ajoelhar no milho de novo.
— oh criança, vem cá. O vovô vai passar um remédio aí.
Com sua mente infantil e inocente Jungwon o acompanhou até o quarto de hóspedes, lá não tinha nenhuma caixa de primeiros socorros ou algo para limpar seus joelhos, por que estavam lá então?.
— Vovô, não tem nada aqui.
— Não se preocupe, eu cuidarei de você do meu jeitinho.
E foi naquele dia, no quarto de hóspedes da própria casa, que Jungwon sentiu a pior dor que sentiria na sua vida, foi ali que ele perdeu completamente sua inocência.
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— Você parece o mesmo, Jungwon — Seu avô se aproxima cada vez mais do Yang. Ele tentou se afastar mas sentiu a parede já batendo nas suas costas, não tinha mais para onde correr sem que aquele velho o alcançasse — Mas confesso que ficou mais bonito.
— N-não... — O coreano fechou os olhos sentindo as lágrimas rolarem pelo seu rosto. Isso era só um sonho, por que parecia tão real?.
— O que acha de relembramos os velhos tempos? — O homem levantou os braços do pequeno e o prensou mais na parede encostando seu corpo de maneira indevida no Yang — Vamos nos divertir, Jungwon.
De repente, Jungwon sentiu um impulso e abriu os olhos, estava novamente no quarto com os meninos perto de si o olhando preocupado. O Yang chorava muito, não conseguia segurar as lágrimas, abraçou a si mesmo e sentiu sua respiração começar a falhar, não saía nada de sua boca, ele só queria chorar e chorar sentindo seu corpo imundo.
— Jungwon, se acalma, nós estamos aqui — Heeseung fala tentando se aproximar mas o mais novo não deixou.
— Ele não está mais aqui, não vai te machucar — Jake diz já entendendo o motivo daquela crise.
— Nós te amamos, estamos aqui por você, está tudo bem — Jay fala conseguindo se aproximar do mais novo e o abraçou.
— Eu me sinto sujo.. — Jungwon conta ainda chorando mas a respiração já estava voltando ao normal.
— Você não é sujo, está bem? Eu sei que é difícil acreditar mas ninguém vai te fazer mal agora, nós estamos aqui para te proteger — Sun-Woo diz abrindo um sorrisinho para acalmar o Yang.
— Pode tentar dormir de novo, nós estamos aqui cuidando de você — Sunghoon fala.
Os meninos não pegaram no sono até Jungwon voltar a dormir, Heeseung foi o primeiro a acordar e meio sonolento saiu do quarto para ir ao seu trocar de roupa, vestiu uma blusa branca, um casaco marrom e uma calça preta, estava voltando para o quarto quando escutou seu nome. Se virou para trás para ver o que era, nada no corredor, seus olhos acabaram parando no espelho que ficava preso na parede.
Ele acabou indo para a frente do espelho, algo estava chamando sua atenção. Viu o espelho se mexer até aparecer a imagem de um cômodo escuro e mofado sem nada, quando seus olhos se adaptaram a imagem viu um garoto ajoelhado no chão, suas pernas estavam acorrentadas.
— H-Hyungs — Heeseung conheceria essa voz em qualquer lugar, era a voz de Niki.
— Niki? Niki é você?.
— Hyung... — O garoto levantou a cabeça provando que o Lee estava correto, Nishimura tinha o tronco exposto cheio de cortes, como se tivesse sido chicoteado, seu rosto também estava cheio de machucados — Socorro.
— Niki? Niki, a gente vai salvar você — O Lee simplesmente perdeu a cabeça ao ver o estado que seu maknae estava.
Ele começou a bater no espelho freneticamente como se aquilo fosse resolver alguma coisa, o espelho se partia a cada soco que ele dava, suas mãos já estavam cheios de cortes, seu sangue escorria entre os dedos e doía muito mas ele não se importava. Só se importava com o garoto machucado no outro lado do espelho.
— Não... Matam... Eles — Niki tentava falar mas as palavras pareciam perdidas, nesses momentos ele se amaldiçoava por não ter aprendido a falar direito quando teve a chance — Espírito... Mal, ele mal, não vem.
— Nishimura eu vou te salvar sim, e quando eu te salvar eu prometo te mimar muito — O Lee chorava pela dor insuportável dos cacos entrando na sua pele e pela dor de ver seu garotinho, aquele que cuidou, que deu banho, sempre ensinou palavras novas para o jovem japonês, naquele estado. Aquilo doía muito, não queria perdê-lo como perdeu seus pais.
— Eu... Eu te amo, hyung — O japonês diz abrindo um pequeno sorriso enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto — Vocês todos, amo todos, família do Niki.
— NISHIMURA NÃO — E assim a imagem se desfez e com isso o último caco de vidro caiu no chão. Heeseung havia destruído o espelho do corredor, sua blusa branca agora estava encharcada do seu próprio sangue.
— hyung, meu Deus — Jay correu na sua direção e o abraçou para manter o mais velho de pé. À essa altura todos já haviam acordado por causa da gritaria do Lee, os meninos estavam preocupados, muito preocupados.
— Leve ele de volta para o quarto — Sun-Woo manda abrindo a porta para os meninos entrarem de novo.
— O quê estão olhando? Vão cuidar da vida de vocês, idiotas — Jungwon fala bravo antes de fechar a porta com força.
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Então, como explicar que o capítulo de amanhã vai ser mais pesado que esse? 😐😇
Enfim, eu amo vocês ok??? 🤍💫
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The orphanage // enhypen
FanfictionSete garotos órfãos. Um orfanato que esconde muitos segredos e mistérios. Eles tem a missão de salvar o orfanato do seja lá o que assombra aquele lugar, eles só não esperavam que a situação fosse muito, mais muito pior do que eles pensavam que era. ...