18.

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Pov Draco

Hoje faz exatamente uma semana que Harry me beijo. Uma semana onde conversamos e decidimos ir a passos de bebes. Uma semana que odeio esses passos de bebes.

Porem, se é algo que o Harry quer, quem sou eu para não fazer o que ele manda? Afinal todos sabemos quem manda em quem aqui, e com certeza não sou eu que mando.

— Por que você está com essa cara emburrada, oxigenado? — Desde quando o Ron e Blásio brigaram, o moreno conversava ainda mais com sua amiga lufana, nascida trouxa, e quando ela falou para ele que achava que eu passava água-oxigenada no meu cabelo, ele nunca mais me chamou de Draco.

— Não estou com nenhuma cara emburrada — Eu estava sim.

— Você está, sim, senhor. Anda desembucha.

— É só que esses passos de bebês estão me matando. — Digo apoiando os cotovelos em meus joelhos e puxando levemente meu cabelo, NATURAL — Eu nunca sei o que posso ou não fazer, se ele se sente confortável ou não quando estamos perto de mais, por isso recuo. É como se eu pegasse a minha varinha e atirasse no escuro, não sei o que aconteceria.

— Cara, relaxa, na minha opinião vocês deveriam conversar e impor os limites de agora, e com o tempo irem modificando.

— Chega a ser hipócrita da sua parte me falar para conversar com ele, Zabini.

— O que você quis dizer com isso — viro meu rosto, ainda apoiado em minhas mãos, para dizer as verdades que ele ignora olhando para ele.

— Você e Ron. Ambos sabem que gostam um do outro, mas mesmo assim não conversam sobre por puro ciúmes bobo.

— Isso não tem um pingo de verdade.

— Isso tem todo o oceano de verdade, Blás, e você sabe que estou certo e por isso fala essas coisas. Cria coragem e fala para ele que você gosta dele.

— Eu não gosto dele, eu o amo, Draco — Juro que queria sorrir por ele não usar aquele apelido idiota, mas o choque que ele me deu com essa declaração era maior.

— Ama ele?

— Amo. — Ele ri nasalado — Amo quando ele fala todo apaixonado sobre seu time de quadribol, amo o fato de quando estamos juntos parece que estamos só nós dois no mundo inteiro. Amo quando ele diz que não é capaz, mas quando eu o ajudo ele faz melhor do que o esperado. Amo o fato dele sempre me pedir ajuda com os trabalhos, mesmo sabendo que farei o trabalho inteiro sozinho, mas entre todas as pessoas é sou a primeira opção. Amo o fato de que quando ele come ele não presta atenção em mais nada, então fico falando sempre o quanto sou apaixonado por ele, e sei que ele não escuta e por isso nunca me deu um fora.

— Eu não daria um fora em você, Blás — eu e Zabini pulamos do banco, que estávamos sentados de susto com uma terceira voz — Eu ficaria sem graça e todo vermelho, como estou agora, mas diria a você que também sou apaixonado por você.

Vou saindo de fininho quando o Ron ainda falava, de certa forma aquilo me incentivou a conversar com o Harry também, falar sobre o que podemos fazer com tudo isso, de como seguiremos.

///

Como sabia a senha do quarto de Harry já fui entrando sem avisar, o seu cheiro viciante de maças verdes invade as minhas narinas com tudo, era como chegar em casa depois de um dia cheio no trabalho, me traziam paz, conforto e familiaridade.

— Harry a gente pode convers... — paro de falar quando abro a porta do seu quarto e me deparo com o Harry de calcinha. CALCINHA VERDE, e com uma tolha no cabelo.

Ele me olha assustado e logo lágrimas brotam em seus olhos, ele corre e fecha a porta na minha cara.

— VAI EMBORA — ele grita do quarto, tento abrir a porta, mas está trancada — VÁ EMBORA, MALFOY.

— Harry... — digo com a mão na porta.

— Só vai embora. Não quero ver seu rosto repleto de nojo. — sons de soluços ecoavam ao fundo.

Nojo...

Como se eu pudesse sentir nojo dele.

— Harry...

— Por favor... só vai embora, eu sei que é nojento. Droga, você nunca vai mais me olhar da mesma forma, sabendo que uso essas coisas.

— Harry... você está certo, eu nunca mais te olharia da mesma forma — os soluços se intensificam e os sons de choro ficam mais altos, por isso elevo o tom da minha voz —, mas não da forma que você pensa, testa rachada. Porra, como eu iria me concentrar em uma aula sabendo que você está usando uma calcinha, eu iria ficar pensando e nos tirarmos de lá e nos trancar no primeiro armário de vassouras que eu achar e tirar todas essas peças de roupas desnecessárias. Te deixaria apenas com sua calcinha, para apenas ficar babando em você e como você fica um gostoso com essa peça. — Apoio a minha testa na porta e dou um sorriso antes de continuar. — Tacaria esses "passos de bebês" na bunda de Merlin e te beijaria e faria tudo o que você pedisse, porque juro que nojo é a última coisa que passa na minha cabeça quando imagino você de calcinha, Harry.

Ficamos uns minutos em silêncios, suas fungadas eram os únicos sons que, embora baixo, preenchiam todo o dormitório. Meu coração estava apertado de imaginá-lo chorando, queria arrebentar essa porta e o abraçar, mas sabia que ele precisava de espaço.

Um tempo depois escuto o trinco da porta abrir e um corpo se chocar com o meu.

— Porque você é tão perfeito? — ele pergunta me fazendo soltar uma risada curta.

— Eu não diria perfeito porque o perfeito aqui é você — ele me olha e eu passo a mão pelo seu rosto tirando os rastros de lágrimas. — Eu apenas aprecio a perfeição.

— Não seja bobo. — de relance vejo que ele ainda trajava apenas a calcinha, o puxo para dentro do quarto o colocando de frente para o espelho o abraçando por trás.

— Como eu disse, eu aprecio a perfeição — ele sorri.


The little VeelaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora