Após oito anos, Sarah agora adulta, tinha uma vida confortável e tranquila vivendo somente para o trabalho e suas particularidades. Mas, sonhos e pensamentos traziam a lembrança do labirinto. Um dia, um acidente a transporta ao mesmo lugar e ela de...
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Seu corpo todo doía. Ouviu vozes distantes, abriu os olhos ainda tonta, as imagens que se formaram difusas e sem contexto não a faziam recordar onde estava. Lentamente tentou levantar, sentou e as orbes verdes analisaram com maior precisão. O cenário era outro, as paredes cheias de plantas se entrelaçavam erguidas até o teto. Em volta da cama, um dossel de seda com rendas nada contemporâneo. A mobília exótica âmbar com objetos estranhos nada tinha a ver com sua realidade. Mas afinal, onde esrava?
Sons de pássaros cortaram o silêncio. Tudo calmo, nenhum movimento estranho. Teve a nítida certeza que outros ruídos nada familiares podiam se ouvir, estes que eram longes, tentou compreender e não teve sucesso.
Sem esperar foi logo levantando, pelo menos tentou a tontura fez ela cambalear, piscou as pálpebras, algo se moveu a sua frente e reunindo o foco viu com espanto a figura de um homenzinho vermelho.
— Não, eu ...estou louca, estou louca— balbuciou desesperada— meu deus não é real... é a minha imaginação. Não!
Aquele não podia ser quem pensou. Não. Era muita insanidade. Foi o observando, retraída ao vê-lo vagarosamente contornar a cama. Queria ser amigável, seus olhos grande varreram sua imagem de modo a também se certificar quem era ela. Ele não também demonstrava espanto, tentando fazer uma análise, quem sabe a acalmar.
Mas ela não ia ficar longe dele, ela sabia de fato de quem se tratava,tinha se certificar.
—Hoggle?
—Sarah?
Ambos gritaram ao mesmo tempo.
—Não pode ser! Estou sonhando. O que está acontecendo?—disse ela aterrorizada. Tentou levantar e sua cabeça rodou obrigando a deitar.
Hoggle desajeitado resmungou:
— Tenha calma mocinha.Você precisa permanecer em repouso, não volte a se levantar ou vai sofrer uma queda e eu...uma punição.
— O que está acontecendo...por favor...me diga...
As palavras foram se apagando de seus lábios, um torpor de nervosismo a invadiu, misturado a sono. Não conseguiu ressitir cerrando as pálpebras adormeceu.
Horas mais tarde, acordou novamente o mesmo cenário. Estava sozinha, tentou levantar. Não foi um sonho, tudo do mesmo jeito a lembrança de ver Hoggle não era uma fantasia, buscou na memória algo para se apoiar, lembrou do livro, de sua experiência no Labirinto. Teria a ver com Toby? Não fazia sentido, o vira dias atrás ele devia estar na escola dando uma de gostoso, ou em seu quarto ouvindo Guns in Roses.
Olhou sua roupa, vestia uma camisola branca de um tecido que não soube descrever. Sentiu seu corpo firme, os passos foram ágeis alcançando a penteadeira, seu espelho rodeado por flores. Julgou serem artificiais, porém exalava perfume.
Eram rosas vermelhas como sangue, bonitas e viçosas.
O espelho refletiu sua imagem, corada, lábios tenros, uma aparência saudável. Apenas o cabelo em desalinho, a deixou nervosa. Abriu a gaveta encontrou uma escova e os penteou. Devolveu ao mesmo lugar e indo em direção a janela, a vista pelas cortinas esvoaçantes, apresentou o Sol, convite a admirar o que existia do outro lado.
