38 - Falta um

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A volta para casa foi longa e cansativa, com eles tendo de se esconder e o Max com a perna machucada. Assim que chegaram, Boaz colocou o Max no sofá e se esticou todo para acabar com as dores.

-É muito bom tirar você das minhas costas. – Ele se deitou no chão sentindo tudo dolorido.

-É bom sair das suas costas. – Max se sentou para olhar sua perna ensanguentada.

-Onde estão Ella e Alex? – Boaz perguntou quando deu falta deles.

-Eles já deveriam ter chegado. – Cass falou em um tom preocupado. – Ela me disse dois dias, eles deveriam ter chegado ontem.

-Eles estão bem, sei disso. – Max a puxou para perto tentando a tranquilizar. – Só temos de esperar e daqui a pouco eles irão passar por essa porta deixando todos aliviados.

Para se distrair, Cassandra ajudou Max com a ferida, limpou e, com a ajuda do Boaz, conseguiram trocar a calça dele. Ao terminarem, ficaram na sala à espera deles, cada vez mais nervosos. Até que o Alex entra comigo nos seus braços, parecendo morta, e eu realmente estava, não ouvia nem sentia nada do que acontecia à minha volta.

-Eu não sei o que aconteceu. – Ele me colocou no sofá e se ajoelhou ao lado. – Estávamos andando e do nada ficou tudo escuro, foi como explosão invertida que parou diretamente nela, me jogando para o lado e fazendo ela cair, e então estamos aqui.

Cassandra apareceu ao seu lado com um copo d'água que ele pegou e bebeu. Max me examinou e o Alex ficou pálido, perdendo a consciência logo em seguida.

-Agora temos mais um inconsciente. – Max reclamou e Boaz tirou o Alex dali, o deitando no outro sofá.

-Não pode ter acontecido o que eu estou pensando. São que horas? – Ela olhou o relógio que marcava três da tarde e abriu a cortina mostrando a escuridão que não deveria existir naquele horário.

-De novo? – Max olhou para lá e tentou esconder seu desespero.

-Como isso é possível? – Ela chegou perto de mim e colocou a mão perto do meu nariz para sentir minha respiração. – Ela está viva.

-Essa garota me assusta. – Max se aproximou me olhando como se eu fosse uma espécie rara de animal.

Ele viu os colares no meu pescoço e tentou os pegar, mas eles simplesmente atravessaram sua mão, como se fosse uma miragem. Cassandra tenta também e acontece a mesma coisa.

-Isso é estranho. – Ela comenta assustada.

Boaz se junta a eles para tentar pegar o colar, mas não hora que ele aproxima sua mão, eu seguro seu pulso com força e Max da um pulo assustado.

-Jesus! – Ele fala levando a mão ao coração acelerado. – Quer me matar?!

Eles me olhavam e Max se afastou com uma expressão de medo.

-Por que estão me olhando assim? – Perguntei olhando para cada um.

-Seus olhos estão brancos demais. – Max passou a mão na frente dos seus olhos para sinalizar. – Deve ser do colar.

Eu levo a mão as pedras envolvendo-as em meus dedos e sentindo o calor delas ali. Eles me olharam espantados e eu franzi minha testa.

-Ninguém conseguiu tocar no colar além de você. – Os olhei como se fossem idiotas, como que não conseguiram tocar no colar? – Não sabemos o motivo, mas vem de você, e isso já é explicação o suficiente.

-Tenta pegar. – Tirei o colar e estiquei para frente, Max posicionou a mão logo embaixo e eu soltei.

Observei o colar atravessar sua mão e ir direto para o chão, fazendo as pedras se separarem. Peguei-as novamente e os olhei decepcionada.

A escolhidaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora