Cassandra me esperou até o último minuto, mas já era óbvio que eu não chegaria, ela sabia disso no momento em que eu coloquei meus pés para fora de casa. Ela pegou tudo o tinha separado e se preparou para atravessar pela escuridão do portal. Assim que seus pés tocaram em solo novamente, ela logo estranhou a calmaria e foi para o fundo da caverna a sua frente, se aventurando pelo escuro.
Ela se guiou com as mãos na parede até encontrar uma porta, ela abriu com bastante receio e entrou em um corredor iluminado por tochas presas na parede e o mínimo de luz para manter as sombras. Cassandra esperava encontrar guardas por aqueles corredores, mas não tinha nada lá. Ela estava andando pelos corredores quando as tochas se apagaram e as presenças sombrias começaram a se aproximar, ela iluminou seu corpo e correu até dar de cara com alguém.
-O que está fazendo aqui? – Boaz perguntou e a segurou pelos braços.
-Longa história. – Cassandra respondeu e olhou em volta, as sombras não se aproximavam mais. – Onde está o Max?
Ele a leva até ele, que estava sentado no chão do corredor com sangue cobrindo uma das suas pernas. Cassandra correu até ele que sorriu feliz por vê-la ali.
-Eram mais de cem guardas sombrios fortemente armados. – Falou para justificar seus ferimentos.
-Era só um. – Boaz o desmentiu e riu.
-Um com cem braços. – Eles estavam prestes a discutir sobre isso, mas ela os interrompeu.
-Não importa. – Ela passou a mão pelo seu rosto e o beijou. – Temos que sair daqui.
Cass puxou a barra da blusa e a rasgou para prender na perna dele, ela apertou o máximo que pode e o Max gemeu de dor.
-Consegue andar? – Ela perguntou já sabendo a resposta.
Max se levantou com dificuldade e a Cassandra e o Boaz trocaram um olhar.
-Vou ter que fazer isso mesmo? – Ele se referiu a carregar o Max.
-Ou você faz isso ou nunca sairemos daqui.
Max observou os dois sabendo o que estava acontecendo.
-Você não vai me carregar, eu consigo andar e é assim que eu vou. – Ele tentou dar um passo na direção dos outros mas não se saiu muito bem.
Boaz se aproximou e jogou o Max por cima do ombro, era o jeito mais fácil de o carregar sem muito esforço. Eles andaram perdidos por aqueles corredores, sem saber para onde iam e muito menos para onde era a saída, sempre que achavam estar perto, se enganavam. Ao virarem em um corredor, eles pararam bruscamente.
-Por que parou? – Max perguntou sem conseguir ver o motivo.
Boaz o colocou no chão e Max se virou a tempo de ver o Ben mandar seus guardas atacarem. Eles lutaram para manter as sombras longe do Max, que mal se aguentava em pé.
-Bo... – Eles olharam para Cassandra que tinha o braço do Ben envolvido no seu pescoço.
-Tão bonita. – Ele a colocou de frente para o Max. – Mas escolheu o lado errado, seria uma pena tirar sua vida agora. – Cass olhava para o Max com desespero. – Principalmente com um bebê. – Ben apoiou sua mão na barriga dela e acariciou com um sorriso maldoso no rosto. – Ele é resistente, mas até quanto aguenta?
-Bebê? – Ela perguntou confusa.
-Você não sabia? – Ele a olhou se divertindo por estar estragando aquele momento de descoberta. – Não vou estragar tudo ao dar a notícia da sua grávidez, não sou médico para isso. – Ele piscou para o Max que parecia espantado. – Mas já que você não sabe, não vai ser um problema matá-lo.
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A escolhida
FantasyAs vezes pensamos ser algo que não somos. As vezes descobrimos a verdade da forma mais inusitada possível. Verdade essa que pode ser outro mundo, outra vida, outra personalidade, outro amor, outra paixão... Tudo pode passar de verdade a mentira num...