A escolhida

18 - Aparições

A noite foi péssima, a paz do Ben ter ido embora durou pouco, no meio da noite eu o senti ali novamente, me atormentando, e como sempre, às cinco da manhã, o Caio acordou e começou a chorar. Esse horário sempre me lembrava de quando o Lex me acordava para treinar. Fui até o quarto dele e o choro parou assim que eu entrei, me debrucei no berço e fiquei acariciando suas bochechas, ele olhou para atrás de mim e seus olhos mudaram para um azul claro.

-O que você está olhando? – Olhei para trás e tive a sensação de ver o Lex ali. Fechei meus olhos rapidamente e sacudi a cabeça, aquilo não era possível. Quando o abri não tinha ninguém ali. – Eu preciso dormir mais, devo estar ficando maluca de verdade.

Eu ri de mim mesma e escutei um sussurro vindo de trás de mim. "Você sempre foi, mi amore." Parei de respirar e olhei para lá novamente, continuava sem ninguém.

-Comecei a escutar coisas agora. – Falei soltando o ar.

-Não, você não está ouvindo coisas. – Olhei em volta procurando por ele, mas não via nada. – Eu estou aqui.

Lex tomou forma a alguns passos de mim, vestido todo de branco com o rosto pálido. Fiquei o encarando sem reação, ele ainda era o Lex que eu conheci, do mesmo jeito, mas ao mesmo tempo estava tão diferente, parecia em paz.

-Eu vim para ajudá-la. – Ele falou como se lesse a minha mente. – Ben está de volta, ele está mais forte, eu não sei como, mas ele absorveu as trevas. – Ele estava cada vez mais nítido, como se seu corpo fantasmagórico estivesse se acostumando com o local. – Agora as trevas ganharam uma forma humana. – Fechei meus olhos achando que aquilo não era real. – O nome dele é bem contraditório.

Respirei fundo e abri meus olhos, ele estava realmente ali, não vivo, mas estava.

-Vá atrás do Max, ele ainda está vivo. – Como se eu lembrasse como ele era.

-E fazer o que? – Falei pela primeira vez.

-Max irá ajudá-la, mas agora eu preciso ir. – Falou olhando para a porta.

-Espera! – Dei um passo para frente e ele me olhou. – Quem é Alex?

Lex me olhou confuso e riu.

-Alex?

-Sim, o seu clone. – Ele não parecia saber quem era.

-Eu não sei, mas descubra e me conte, me deixou curioso. – Falou rápido, com pressa. – Até mais, mi amore.

Lex sumiu no mesmo instante em que minha mãe apareceu na porta.

-O que está acontecendo? – Me olhou brava, provavelmente por ter acordado comigo falando.

-Vocês não acreditaram em mim, mas agora eu sei que não estou louca. – Mas eu estava falando como uma. – Ben está de volta e eu preciso achar o Max.

-Como que pode alguém voltar dos mortos? – Acredito eu que de muitas formas ainda não descobertas.

-Não precisam voltar quando nunca morreram. – Passei por ela indo direto para o meu quarto. – Estou indo ver a Cassandra. – Peguei um casaco e saí do quarto indo direto para a escada.

-São cinco da manhã, Ella! – Gritou enquanto eu descia a escada correndo.

-No nosso mundo!

O ar do lado de fora estava bem fresco, eu poderia ter andado mais devagar para aproveitar aquele momento calmo e fresco, mas eu estava com pressa, então corri bastante. A casa da Cassandra estava toda apagada, claramente ela estava dormindo, então eu comecei a bater bem forte na porta para ela acordar.