29 - Mudanças

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-Eu não aguento mais. – Falei secando o suor do rosto e respirando fundo.

-Você até que aguentou bastante, não imaginei que durasse uma hora. – Sorriu para mim.

Entramos em casa e o Max dormia calmamente no sofá. Olhei dele para o Boaz que deu um sorriso e eu entendi o que ele tinha em mente. Me preparei e gritei o nome do Max desesperadamente, Boaz gritou para corrermos e o Max caiu do sofá, ele se levantou desnorteado e começamos a rir da reação dele.

-Isso não teve graça! – Max gritou irritado e nós rimos mais.

Passos rápidos chamaram a nossa atenção e nós nos viramos para encontrar o Alex desesperado no final da escada.

-Ah! Era só brincadeira. – Falou aliviado.

-Desculpa por ter te assustado. – Falei tentando controlar a risada.

Boaz estava rindo tanto que só faltava rolar no chão.

-Ninguém pede desculpas para mim? – Max me olhava com raiva.

-Não! – Boaz e eu respondemos ao mesmo tempo.

Depois dessa brincadeira eu fui para o quarto, meus músculos estavam doloridos por causa do treinamento. Entrei no banheiro e demorei o quanto eu pude embaixo da água quente que corria pelas minhas costas.

-Me encontra no escritório. – Escutei a voz da Cassandra vindo da porta e terminei meu banho.

-O que foi? – Perguntei quando entrei no escritório e vi a Cassandra em uma das cadeiras.

-Descobri uma coisa. – Fez um sinal para que eu me sentasse com ela. – Descobri um jeito de deixar o Ben mais fraco, não vai matá-lo, mas o enfraquecerá, o deixará vulnerável para quando descobrirmos como matá-lo. – Ela estava segura no que falava. – Mas para isso temos que saber qual é o ritual de absorção das trevas.

-E como vamos descobrir isso? – Perguntei curiosa e ansiosa para acabar logo com isso.

-Ele precisa da flor da lua para realizar o ritual, se trocarmos a flor da lua pela do sol ele vai absorver luz e não sombras. – Parece que ela já tinha descoberto. – Isso deve deixá-lo mais fraco e quando ele perceber será tarde demais.

-Você está querendo que eu entre lá e toque nas flores? – Perguntei já entendendo a linha de raciocínio dela.

-Vai precisar entrar de qualquer forma, preciso que faça isso o mais rápido possível. – Ela queria que eu fosse ao encontro da possível morte. – Max tem um truque nas mangas que vai ser muito útil para vocês.

A olhei curiosa, não sabia que o Max seria corajoso para usar um truque, seja lá qual for.

-Temos meia hora antes de ele voltar. – Eu me movia ansiosa pelo que estava prestes a acontecer.

-Isso é um plano suicida. – Ele estava claramente mais ansioso do que eu.

-Adoro planos assim. – Uma das maiores mentiras que já contei.

-Certo, preste atenção. – Max segurou meu rosto para que eu só olhasse para ele. – Vou levar nós dois para dentro da casa, enquanto eu procuro qualquer livro útil, você vai sabotar as flores, em vinte e cinco minutos encontrarei você e nos tirarei de lá. Caso algo dê errado, tente me avisar com algo relacionado ao ar, eu poderei sentir. – Nesse momento eu descobri qual elemento ele manipulava, combinava perfeitamente com ele. – Vamos lá.

Max segurou meus braços e eu senti como se estivesse flutuando por alguns segundos. Os guardas sombrios não notaram nossa presença.

Ele me deixou de frente para as flores e correu para dentro da casa, o trabalho dele era mais complicado que o meu. Me concentrei nas flores, que eram muitas, não sabia se daria tempo de tocar em todas, mas fiz o melhor que pude e o mais rápido que pude. Para a minha sorte, todas ficaram vermelhas e na escuridão da noite nem dava para perceber a mudança.

A escolhidaOnde histórias criam vida. Descubra agora