Capítulo XXX

113 16 32
                                    

— Você tem certeza de que quer mesmo fazer isso? — Perguntou Liam à Zayn que assentiu, decidido. Ambos estavam afastados do resto do pessoal na van e conversavam de forma séria — Zayn, pode ser perigoso.

— E é por isso que vou sozinho — Declarou, respirando fundo.

Em poucas horas depois de termos conseguido fugir da polícia, eles já decidiam o próximo passo desconhecido por mim. Queria eu ter escutado um pouco mais da conversa.

— Sozinho?! — Vociferou Payne em tom baixo — Meu Deus, não! É claro que nós vamos com você. Somos um time, lembra? Uma família.

— Vocês não podem se arriscar para me ajudar em algo pessoal. Não podem — Determinado, Zayn esclareceu.

— Nós vamos — Afirmou Liam — Vou ligar para a outra van e aí combinamos o lugar com aquele desgraçado.

— Certo. Obrigado, Liam — Agradeceu ele — Vocês são meus irmãos e eu faria de tudo por vocês...

— E por isso fazemos por você, irmão.

Olhei para o meu lado e então observei Hassan com sua cabeça apoiada em meu braço e a respiração profunda. Ele se aconchegou um pouco mais, indicando que estava acordado.

— Louise, estou sentindo algo ruim... — Sussurrou Hassan — Conta uma história, por favor?

— Uma história? De que tipo?

— Humm... — Ele pensou por um tempo, levando um dos dedos aos lábios — Uma história que mães contam para os seus filhos... Alguma que sua mãe te contou! Você poderia me contar? Eu nunca soube de nenhuma... não conheci minha mãe e queria saber...

— A minha mãe... ela... ela faleceu quando eu era um pouco mais velha que você, Hassan. Não tenho muitas recordações dela — O desconforto tomava conta de mim — Mas, eu tenho três irmãos mais velhos. Eles me contavam muitas histórias. Especialmente aquelas com criaturas assustadoras!

— Então você é igual a mim, Loulou? Também não tem uma mãe? — Deduziu ele. Assenti com um sorriso — Então eles eram maus? Seus irmãos?

— Não, não. Eles só... gostavam de me pregar peças, não é, Louis? — Chutei o banco da frente, onde eu sabia que ele se encontrava dormido. Seu rosto zangado apareceu para encarar-me — O que foi? Acordei a bela adormecida?

— Eu... — Louis disse cada palavra pausadamente — Só... quero... dormir...!

— Quando eu era criança, não conseguia por sua culpa, seu bobão.

Hassan acabou por sorrir amedrontado com a hipótese de desencadear em meu irmão uma vontade imensa de assustar-lhe com contos assombrosos apenas pelo mesmo ter divertido-se com a situação.

— Louise, acho que você vai querer ver isso — Afirmou Liam em pé e com os braços cruzados, tendo logo ao lado Harry que assistia algo em seu celular — Harry, reproduza na televisão para ela também ver, por favor.

Como pedido, Styles forneceu a nós a notícia que via mais cedo.

— Nesta manhã, na coletiva de imprensa da família Moreau, Isabella Hadid pronunciou-se pela primeira vez sobre o sumiço de Louise Moreau, herdeira legítima de Joseph Moreau a qual foi sequestrada a pouco mais de um mês — Explicou a repórter — Isabella alega não ter sido comunicada sobre o ocorrido, pois, segundo ela, esteve em uma viajem muito longa com seu pai e não teve tempo de averiguar os noticiários. "Creio eu ter havido um grande equivoco e completo esquecimento a Joseph, mas, posso lhes afirmar que estou tomando todas as precauções cabíveis para trazê-la de volta" ressalta Hadid. Kendall Jenner também estava na coletiva desta manhã e indica toda sua indignação, afirmando a contratação das duas melhores empresas independentes de investigações do mundo. Ambas se juntam a família Moreau ao alegarem seus incansáveis esforços sendo realizados. Louise Moreau segue desaparecida e sem quaisquer pistas de seu paradeiro, exceto pela fuga dos sequestradores de um hotel localizado em uma via importante do país na madrugada passada com a chegada da polícia. A mulher que denunciou a presença dos mesmos no local afirma ter visto a herdeira Moreau ao sul do Condado de Yorkshire.

— Meu Deus, quem são essas excêntricas? — Caçoou Horan das duas mulheres da coletiva de imprensa.

Louis engoliu em seco e respirou fundo, provavelmente sem sono à essa altura.

— É por isso que elas não param de me ligar — Constatou Louis — Então elas já sabem. Estamos ferrados.

— Essas malucas, Niall, são nossas irmãs — Informei olhando para um ponto qualquer — E não vão descansar até me encontrar.

— O que? Como assim? — Malik quis saber.

— Com certeza meu pai não tinha avisado elas. Foi Emma quem falou, certamente. Se já sabem, provavelmente estão muito perto. Elas farejam o que querem de longe.

E não iriam tardar em achar-nos.

[...]

— É aqui — Zayn avisou aos seu pessoal enquanto saia do veículo — Atenção todos, está bem? Esse depósito foi abandonado a décadas, mas estamos em território inimigo. Tudo pode acontecer.

Armas foram apanhadas de algumas malas, aproveitando o momento em que Hassan dormia profundamente. Eles se preparavam para algo aparentemente perigoso, porém, não davam a mínima em dirigir-me a palavra e explicar a situação.

— Harry, o que está acontecendo? — Nervosa, indaguei enquanto levantava-me do assento. Styles deu de ombros como se não pudesse revelar qualquer coisa, voltando então a calibrar o cano de sua arma — Niall? — Também não houve resposta — Será que alguém poderia me responder?

— Louise, se acalme — Pediu Zayn agora então vestido em roupas discretas, sendo elas uma blusa de lã e uma calça, ambas feitas de tecido preto e padronizado em relação aos outros. Eles utilizavam uma espécie de rádio de comunicação pendurados em um dos ouvidos que mais pareciam escutas — Eu vou colocar um fim em tudo isso. Eu preciso. Precisamos fazer justiça e eu gostaria que você ficasse aqui. Por favor. Não quero que me veja da forma que prevejo caso tudo dê errado.

Enrijeci minha postura e o encarei.

— Tem a ver com o Simon, não tem?

— Fiquei aqui e cuide de Hassan. Por favor, se algo der errado, fuja com ele.

— Deixe comigo ao menos um rádio desses que está com você.

Ele arranjou a contragosto um aparelho de sobra.

— Não me condene se ouvir algo indesejável — Pediu, ou melhor, suplicou, aproximando seu rosto do meu — Aquilo que aconteceu no hotel foi mesmo real, não foi? Você ainda sente aquilo?

Fiz que sim, temendo pelos seus sentimentos.

— Então eu tenho o bastante se tudo der errado — Brincou, observando todos saírem preparados da Van. Feito isso, segurou meu rosto de forma delicada e esfregou nossos narizes em um ato carinhoso — O que sinto às vezes me assusta.

E assim ele cobriu todas as janelas com as cortinas e fechou a porta. Espiei por uma brecha seus passos decididos afastarem-se para um destino desconhecido.

Stockholm Syndrome? I [Z.M]Where stories live. Discover now