Ele fingia não se importar, tentava enganar a si próprio, caçando novas atividades para se entreter e ocupar sua mente vazia – e ao mesmo tempo bagunçada –, mas era impossível. Ele estava pensando em Louis a todo e qualquer instante. Era foda, mas não em um sentido bom, era foda estar sozinho.

Harry tem medo.

Medo de procurar por Tomlinson e acabar se machucando...

Ele não pretendia fazer isso tão cedo. Não queria se magoar. Styles sabe o quão sensível – e facilmente destrutível – é, embora muitas vezes tente negar isso, fazer com que sua cabeça acredite que ele é inabalável e que nada o atinge porque ele é superior, mas não. Ele é só a porra de um adolescente de dezoito anos, que mal vê as pessoas que chama de família e quando se encontram é para brigar. Ele é só a porra de uma criança que não amadureceu porque sua mente está trancada no dia em que recebeu a notícia da morte de sua mãe. Ele é só a porra de um jovem idiota e inseguro que nunca consegue manter uma amizade sequer. E tudo isso acabava consigo.

Tudo isso o destruía, e Harry podia sentir cada um dos pedaços remendados serem rasgados novamente. Cada linha se desfazer do nó. Ele só estava cansado de tentar se costurar sempre.

Cansado de espetar seus dedos com as agulhas finas mesmo sabendo que alguém o rasgará, ou ele mesmo fará isso...

Contudo, ele não havia desenhado em seu corpo. Nenhum desenho sequer.

Apenas em sua mão...

Harry era como uma caixinha de surpresa, não? Quando você espera por apenas uma coisa aparecem outras dez coisas.

Quando ele esperava por apenas uma crise, por uma coisa, ele engatava em outras dez. Mas o tempo o acostumou, não era tão difícil mais. Styles sabia se controlar agora.

Todavia, "ele" se esforçou para não passar toda a semana deitado em sua cama, encarando seu teto e as estrelas coladas nele, sem fazer qualquer outra atividade além de tomar água e arrumar seus travesseiros. Com os dias e as noites se passando e ele sequer vendo, porque as janelas estão fechadas, assim como os blackouts das cortinas.

Edward passou, sim, os quatro dias na mesma posição, movendo-se para se cobrir com os edredons e dormir, e provavelmente passaria mais dias, caso não fosse Moretz.

— Seus pais não lhe avisaram para abrir a casa não? Vai mofar tudinho, Edward - Ela adentra o quarto, conversando com o garoto, que a encara cansadamente, apoiando seu queixo nos cobertores amontoados sobre seu corpo. — As plantinhas perto do lago estavam todas morrendo de sede, que pecado... - Moretz nega com a cabeça, franzindo seu cenho ao acender as luzes.

— O que aconteceu? - A mais velha questiona preocupada, e mal espera o garoto responder.

Harry se sente vazio.

— Abre esse quarto pelo amor de Deus, vai mofar tudo aqui, menino. - Ela caminha até a cortina, arrastando o tecido pelos trilhos, enquanto o cacheado se esconde debaixo dos cobertores, evitando que a claridade entre em contato com seus olhos sensíveis. — Harry, se levante para almoçar,
tenho que tirar suas roupas de cama para colocar na máquina.

Moretz se aproxima, o esverdeado pode ouvir seus passos, e se encolhe mais ainda naquele ninho, pressionando suas mãos contra seu peito.

When you met me in detention.Where stories live. Discover now