Capítulo XVII: Guerra ao Crime

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O Barril sobrevoava a Cidade de Hutta, a capital da lua dos contrabandistas. Depois de dois anos, eles finalmente estavam de volta em Nar-Shaddaa. Através da ponte da nave era possível ver as favelas, casas pequenas e decadentes amontoadas umas nas outras. Boil, sentado na cadeira do copiloto, resmungava. Ainda não tinha aceitado por completo o plano de Durron:

-Ok, deixa eu ver se entendi... você quer invadir o Palácio de Grakkus, o prédio mais protegido de toda a lua?!

- Fala sério, meu plano é genial!

-Ok, ok... – Boil colocou a mão sob a viseira do seu capacete, parecia ter dor de cabeça só de imaginar – Pode repetir? Só para eu ter certeza de que não estou sonhando.

-Vamos invadir a moradia do Hutt mais perigoso de Nar-Shaddaa, em nome da Aurora Escarlate. Assim, vamos iniciar uma guerra entre os dois cartéis.

-Só tem um problema... – Disse, Pit. Ele segurava o manche do navio, concentrado, pousando a nave – Se Dryden realmente nos dedurou, o Hutt já sabe que não trabalhamos mais para a Aurora Escarlate.

- Se for assim... – Durron voltou a falar – Eu irei matá-lo!

Lira estava silenciosa, algo incomum para ela, que era tão tagarela. Desde que entraram na órbita ela começou a relembrar a sua vida de escrava e como foi seu cárcere na época de gladiadora. Essas memórias ainda a assombravam em seus pesadelos, e agora estavam piores. Ao pousarem, a escotilha da nave se abriu. Quando estavam descendo-a, Lira hesitou, parou no meio da rampa. Segurou o seu poncho com força. Todos perceberam a cena e, naturalmente, a estranharam:

-O que foi, Li? – Perguntou Ausar, preocupado com a amiga. Ele pegou sua mão.

-Acho que não consigo... não dessa vez... – Ela olhava para o nada, temendo suas próprias memórias.

-Não se preocupe, branquela! – Proclamou, Boil – Estará ao lado do melhor soldado vivo do ducentésimo décimo segundo batalhão de ataque!

-Acho que sim... você deve ser o último vivo. – A dathomiriana sorriu, seu estado de espírito estava melhor.

-Ele está certo pirralha! – Pit colocou sua mão peluda na cabeça da moça, bagunçando seu cabelo – Vamos te proteger!

-Ok, pessoal... – Ela respondeu – Vamos matar uma lesma gigante!

Lira e Boil encaminharam-se para a entrada do Palácio, que estava cheia de indivíduos. Era dia de jogo, a típica luta de gladiadores. Os dois foram até as arquibancadas, observarem a arena. Grakkus apareceu em seu camarote, um espaço fechado, separado por divisórias dos demais lugares da plateia e aberto na direção do palco. O Hutt, segurando seu microfone, começou a falar para o público presente:

-Meus queridos telespectadores, sejam bem-vindos aos jogos da morte! Aproveitem o espetáculo!

Os gladiadores foram jogados para dentro da arena e começaram a lutar brutalmente entre si. A plateia constantemente gritava e pulava de entusiasmo vendo as pessoas se estriparem. Os lutadores possuíam coleiras de choque, pesadas e feitas de ferro, uma forma de Grakkus manter o seu controle sobre os guerreiros. Era impossível os dois não se solidarizarem com os gladiadores, já estiveram no lugar deles.

Boil tirou de sua cintura um pequeno dispositivo cilíndrico com um botão vermelho em sua extremidade. Lira olhou para o objeto com apetite. O clone suspirou, desanimado. Ele entregou o aparato para a colega. Com elevado fervor ela apertou o botão. O aparelho interrompia o sinal que fazia as coleiras de choque funcionarem. Desligadas, as gargalheiras abriram-se e despencaram.

Os gladiadores pararam de lutar, confusos com o ocorrido. Ao perceberem que estavam livres, não esperaram. Começaram a pular nas arquibancadas na tentativa de fuga. Os guardas do Palácio, desesperados, correram para cima dos guerreiros, no objetivo de impedi-los. A luta por suas vidas continuará em cima dos assentos do recinto. Os espectadores, alguns aterrorizados, correram aos berros, enquanto outros mantiveram-se no lugar, curiosos para ver o desfecho da ação. A arena tornara-se uma anarquia em poucos minutos, com gritos e sangue para todo lado. Boil e Lira sacaram suas blasters e começaram um tiroteio contra os guardas, dando apoio aos fugitivos.

Ausar Durron: A Star Wars StoryWhere stories live. Discover now