Capítulo 16

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Não sei porquê não saí do quarto de Nathan quando o mesmo pediu, eu queria conversar com ele, saber mais sobre ele, mas quando senti o mesmo tocar em minha mão e quando o tive tão próximo de mim, me arrependi de não ter saído do quarto quando tive a oportunidade, me senti constrangida quando seus olhos pareciam avaliar meu rosto por completo.

Quando minha mãe e eu chegamos em casa, já era onze horas da noite, ela entrou em casa e foi direto para seu quarto me desejando boa noite, eu saí para o quintal de trás e fiquei deitada na grama olhando as estrelas, tentando encontrar cada constelação que eu conhecia, quando criança eu era apaixonada pelas estrelas e tudo que remetia ao universo, planetas, galáxias, estrelas cadentes. E foi admirando as estrelas que tive uma ideia para o baile. Levantei em um pulo do chão, e ao adentrar meu quarto, corri para pegar um pequeno caderno e escrever tudo o que vinha em minha mente.


Já no colégio, caminho com um sorriso que eu não conseguia tirar do rosto, alguns alunos que me olhavam sorriam de volta, outros apenas me lançavam um olhar de estranhamento.

Encontro Sophie no ginásio junto a George e Ellie perto das arquibancadas, caminho até eles.

— Bom dia — digo para os três que me encaram.

— Bom dia — Sophie diz com um sorriso mínimo. George apenas acena com a cabeça.

— Caiu da cama feliz hoje? — Ellie pergunta cruzando os braços e ficando ao meu lado.

— Um pouco. Vocês estão conversando sobre o baile?

— Sim — diz Sophie.

— Eu tenho que falar com você, tive uma ideia e quero sua opinião — digo, e o meu sorriso bobo de antes volta.

— Certo, pode ser na biblioteca? No intervalo?

— Sim. E você Ellie? — pergunto olhando para a mesma. — Tudo certo para as músicas?

— Eu estava discutindo isso com George agora a pouco — ela diz e apoia seu braço no ombro de George. — Mas temos um porém.

— Qual?

— Não há muitas pessoas que querem tocar no baile — George é quem responde.

— Mas temos algum tempo para resolver isso, dará tudo certo — Sophie diz sorrindo e pega sua mochila na arquibancada. — Tenho que ir pra minha sala, até mais. — Ela acena para nós logo saindo.

— Olá. — Me viro e vejo Phillip chegar perto de nós.

— Olá — digo sorrindo.

— O que você quer? — Ellie pergunta com cara de tédio. — Estamos numa conversa importante agora.

— Se acalme priminha — Phillip diz e Ellie revira os olhos.

— Vocês brigaram? — pergunto.

— Esse idiota não aceitou tocar no baile — diz Ellie.

— Não é por mal, só acho que não conseguirei tocar em meio as pessoas.

— Não importa — Ellie diz. George e eu demos risadas.

— Eu tenho que ir também, aula de geografia — diz George e se despede com um sorriso fechado.

— Nos vemos no intervalo — Ellie diz um pouco alto pelo fato de George estar já afastado, ele apenas se vira e lança um sinal de joia. — Vamos Chiara, não ficamos perto de traidores — Ellie diz olhando para Phillip e passa seu braço em volta do meu, logo começando a andar. Phillip sorri negando com a cabeça.

— Nos vemos no refeitório? — pergunto virando meu rosto para Phillip, pois Ellie me puxava para andar.

— Está bem — ele diz e sorri. Sorrio de volta e me viro pra frente, tentando acompanhar os passos de Ellie.


— Galáxia? — Sophie pergunta confusa enquanto entrega meu pequeno caderno.

Estamos na biblioteca, eu não parava de bater meu pé de leve contra o chão, por causa do nervosismo.

— Sim, bom... é algo bastante encantador, pelo menos para mim, as estrelas, as constelações, acho que ficaria legal — digo e solto um sorriso apreensivo.

Sophie apoia seu cotovelo na mesa e seu queixo na mão, depois de poucos segundos ela diz:

— Sim! Acho incrível, adoro olhar as estrelas, é uma ótima inspiração para minhas telas e além do mais, elas me acalmam. Gostei. — Ela cruza os braços sorrindo, escorando as costas no encosto da cadeira.

— Mesmo?

— Sim.

Depois de conversarmos mais e acrescentado mais ideias, Sophie e eu saímos da biblioteca, e nos direcionamos para caminhos opostos. Eu estou feliz, bastante feliz, vou em direção ao refeitório para encontrar com o pessoal, mas antes decido passar no meu armário. Quando chego no corredor, vejo que Nathan está guardando um caderno em seu armário. Há só nós no corredor.

— Oi — digo para ele e abro meu armário.

— Oi — ele responde indiferente. Guardo meu caderno e me viro para Nathan, que também acabou de fechar seu armário e se vira. Me aproximo dele.

— Quer ir ao refeitório comigo? — pergunto e ele me olha arqueando uma sobrancelha.

— Não — responde, e quando ele faz menção de sair, seguro sua mão de leve. Assim que percebe meu toque, ele puxa sua mão e me encara.

— Vamos, só por hoje — digo com um sorriso fechado. Até eu estou surpresa pela minha ação. Só quero me tornar próxima do garoto. Seu olhar parece perdido, ele suspira abaixando a cabeça encarando seus pés, depois a levanta colocando suas mãos nos bolsos da calça.

— Ok — ele diz e passa por mim, andando na direção do refeitório, solto um sorriso largo e me viro para acompanhar o mesmo.

No refeitório, vejo Ellie numa mesa junto a Phillip e George, vou até eles. Nathan de início pareceu não se mover e pensei que o mesmo havia saído do refeitório, mas assim que sento à mesa, fico tranquila quando o vejo sentar ao meu lado.

— Oh, olá Nathanael — Ellie diz surpresa.

— Oi — ele responde baixo.

— Nathan não sei se você sabe, mas George faz parte do time de basquete — digo e roubo o suco de Ellie, ela reclama. — Nathan fará o teste pro time — digo agora olhando para George que está ao lado de Ellie com seus braços apoiados na mesa.

— É mesmo? — George pergunta para Nathan.

— Talvez — ele responde.

— Ele vai sim, é certeza — digo e tomo um gole do suco.

— Pare de querer ter razão — Nathan diz com a voz calma, eu dou de ombros.

— Então boa sorte, espero que consiga entrar — George diz e estende a mão fechada para Nathan em forma de um "toque aqui". Mesmo relutante, Nathan fecha a mão e toca na de George.

— Valeu — Nathan diz.

Durante o restante do intervalo Nathan ficou calado, de vez em quando o via rindo das histórias que George contava sobre os jogos. Ele não parecia incomodado ou emburrado. Estava bem à vontade.

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