Capítulo 1 - Dor de cabeça

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-Clara...deixa ela. -meu pai disse.

Sorri vitoriosa e olhei para minha mãe com um tom desafiador. Meus irmãos estavam olhando para a comida, sem olhar para mim. Revirei os olhos e subi as escadas correndo. Bati a porta e a tranquei.

-Alô, Jauregay!

-Jauregay é sua bunda, Inglebicha. -ela riu e eu também.

-Por quê me ligou em pleno sábado de manhã?

-Te acordei?

-Não.

-Quer vir em casa hoje? Minha mãe convidou meus tios e meus primos para virem aqui.

-Vai ter comida?

-Vai.

-Então eu vou! -gargalhei. -Que horas?

-O almoço está marcado para meio dia e meia, mas venha mais cedo. Umas onze. Venha com uma roupa decente.

-Pode deixar.

-Até depois. -finalizei a chamada e larguei meu celular na cama.

Entrei no banheiro para tomar banho. Liguei o chuveiro e enxaguei meu cabelo, passando shampoo logo em seguida. Enxaguei mais uma vez, passei condicionador nas pontas e sabonete pelo corpo. Enxaguei. Torci meu cabelo para que o excesso de água saísse. Terminei meu banho e puxei a toalha para me enxugar. A enrolei no meu corpo e escovei os dentes. Saí do banheiro e fui escolher uma roupa "decente", de acordo com minha mãe.

Ouvi batidas na porta. Bufei.

-Já vou! -mesmo assim continuou. -Espera, cacete! -abri a porta -O que você quer? -ela me olhou de baixo para cima e engoliu seco. Ri da sua reação.

-Lauren, a gente precisa conversar. -Camila já foi entrando sem ao menos eu a convidar. Vê se pode? Permaneci em pé e cruzei os braços em baixo do seios. Arqueei as sombrancelhas para que ela prosseguisse. -Você tem que parar de tratar a mamãe daquele jeito. Ela fica chateada.

Ela só pode estar de brincadeira...

-É só isso, Camila?

-Por quê você é assim, Lauren? E por quê essa cara?

-É a única que eu tenho. Agora se me der licença, preciso me trocar.

Camila bufou e saiu do meu quarto, batendo a porta logo em seguida. Fui até meu armário e escolhi uma roupa não tão relaxada, e não tão formal. Peguei minha calça jeans branca, minha camiseta da Lana e uma bota preta, que vai até a canela. Prendi meu cabelo num rabo de cavalo e passei uma maquiagem preta nos olhos e um batom vermelho sangue.

Alguém estava arranhando a porta do meu quarto. Suponho que seja Menet, meu poodle. Girei a maçaneta e me deparei com um cachorrinho abanando o rabo e com a língua de fora, olhando para mim alegremente.

-Oi, meu bebê. -falei com uma voz infantil e agaixei para pegá-lo no colo. Distribui beijinhos em seu peito e fiquei fazendo cafuné em seus pelos branquinhos. Ele cheirava a cachorro que acabava de voltar do petshop. Deitei com Menet na minha cama e fiquei fazendo carinho nele até pegar no sono.

Acordamos com Vero entrando no quarto, nos dando um susto.

-Oi Jauregay! -sorriu. -Oi, Menet. Titia Vero chegou. -fez uma voz infantil e se aproximou da cama. Menet latia e abanava o rabo animado, pulando para o colo de Vero, que deu um beijo em seu focinho. -Eai, Laur. -se sentou na cama e colocou Menet no colchão.

-Eaí. Acredita que minha mãe ficou puxando saco da Camila de novo?!

-Eita. E o que ela fez?

-Só ia deixar ela trazer uma amiga. E eu não! Mas meu pai deixou então deu tudo certo.

-Eu vou atrapalhar? -sorriu desconfortável.

-Claro que não, Vero! Sei lá por quê ela ficou de frescura. Chris e Taylor vão trazer alguém também.

-Ah! Então ta bom! -sorriu e veio me abraçar. -Deixa eu matar saudade da minha viada favorita!

-A gente se viu ontem, sua lixo! -retribui o abraço.

-E daí? Fiquei com saudades.

-Depois eu sou a viada.

-Eu não! -me soltou. -Sai fora! -brincou.

-Ei! E ainda tem mais! A Camila veio no meu quarto falar merda e ficou babando em mim. -gargalhei. -Só por que eu estava de toalha.

-Se ela não fosse sua irmã, diria que está super afim de você. -riu.

-E quem não está?

-Ih! Convencida. -jogou um travesseiro na minha cara e Menet latiu. -Mas então...por falar nisso...já contou para seus pais?

-Não acho que seja o momento. Vou esperar.

-É melhor que eles fiquem sabendo por você, e não por outra pessoa.

-Eu sei.

Levantamos e descemos as escadas. Meu pai estava me chamando para cumprimentar meus tios, que haviam acabado de chegar. Disse "oi" para eles daquele jeito bem falso. Depois das minhas bochechas terem sido apertadas, beijadas e mordidas, eu e Vero fomos pegar refrigerante. Quando chegamos na cozinha, Dinah e Camila estavam conversando e acabaram notando nossa presença.

-Oi, Dinah. -acenei com a cabeça e fui pegar coca-cola.

-Oi, Lauren. Oi Vero. -sorriu amarelo.

-Oi, Mila. Eaí, Dinah.

Depois de mais falsidade, nos dirigimos até o jardim para finalmente almoçarmos. Conversei com Vero na maior parte do tempo. Uma hora ou outra falei com meu primo Jordan, mas foi uma bosta. Ele era muito chato.

Finalmente, o almoço acabou. Eu estava esperando por esse momento. Já eram cinco horas da tarde. Vero e eu estávamos no meu quarto, morrendo de tédio.

-Lauren, vamos sair?

-Para onde?

-Na baladinha perto de casa. -sorriu maliciosamente.

-Demorou! Mas antes vou ter que avisar minha mãe. Aproveita e liga para a Lucy e a Alexa. -me levantei -Vamos nos aprontar agora. Eu te empresto uma roupa.

-Essa roupa que você está usando está boa. Você tem cropped?

-Tenho. -abri o armário e tirei um cropped preto. -Se quiser, pode ficar com ele. Não serve mais em mim.

-Valeu.

Terminamos de nos arrumar e descemos as escadas. Minha mãe estava falando com Chris e Taylor. Ambos estavam bem vestidos. Provavelmente iriam sair também. Como minha mãe não pode deixar de implicar comigo, disse que eu só sairia se a Camila e a Dinah fossem junto. Mas que merda!

Abri a porta do quarto de Camila e fui direta:

-Vocês querem sair hoje? -as duas se assustaram com minha presença.

-Não sabe bater na porta não? -Camila resmungou. -Não sei se vai dar. Combinamos com a Mani e a...

-Sim. Vocês querem. Chamem suas amigas também. Vinte minutos! -fechei a porta.

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I'm in love with my sister? - CamrenWhere stories live. Discover now