Harry adorava seus pais, obviamente sim, até porque se não adorasse não estaria feroz como está no momento, após ter discutido com eles.

A cada dia que se passava dizer que os amava se tornava mais difícil, mais complexo, quase impossível. É estranho dizer "eu te amo" para alguém que, visivelmente, não se importa com você.

E era por isso que Harry não dizia "eu te amo" para ninguém.

Por mais que ele não entendesse o conceito de toda aquela merda resumida a paixões, sentimentos e emoções, Harry tinha certeza de que dizer que ama alguém não poderia ser constituído por palavras vazias e momentâneas.

É estranho dizer "eu te amo" para duas pessoas que não dizem isso a você há quase cinco anos.

E ele não queria chorar – como está fazendo – porque o que houve na mesa do café da manhã era frequente, não deixaria de ser, chorar não mudaria nada em sua vida, em sua família ou em sua casa.

Styles soluçou, sentindo seu peito doer após tal ação, e secou as lágrimas salgadas e quentes que molhavam todo o seu rosto, arrastando com força as palmas de suas mãos por sua pele fervente.

Ele xingava tudo e todos em sua mente agora.

Seus passos haviam diminuído consideravelmente. Ele ainda estava nervoso, era claro, sua respiração pesada e a expressão facial denunciavam isso.

Ele podia sentir seus cílios relando em suas sobrancelhas amarfanhadas, suas unhas machucavam as palmas de suas mãos, considerando que ele as forçava contra pele macia e suada, no momento não parecia doer.

Ao avistar Daniel sorrindo enquanto conversava com uma das monitoras, Harry agradeceu ao universo por não ter que cumprimentá-lo. Mas parece que seu agradecimento não foi o suficiente.

— Ei, Harry - Ele sorriu acenando e a moça se virou, encarando o esverdeado, segurando seu cotovelo com uma das mãos. Harry revirou os olhos, sabendo que seu rosto inchado ainda o denunciava. Daniel fez sinal para a garota esperar e caminhou até o mais novo, o observando questionador. — Está tudo bem?

Styles desviou seu olhar por milésimos de segundo, o voltando para o rosto de Daniel em seguida. — Sim. Estou entrando, até depois.

O ruivo arqueia seu cenho desacreditado, mas apenas o deixa ir, voltando a conversar com a monitora que ainda o esperava.

Harry caminha em passos apressados para dentro da escola, percebendo Ethan parado em um dos pilares gregos do colégio, comendo uma espécie de caroço, provavelmente castanhas.

Ele se virou de imediato, cobrindo seu rosto com as mãos e desejando que Ethan não estivesse o visto. Harry realmente não tinha cabeça para conversar com ninguém no momento, imagine com Ethan.

Styles tinha seu coração disparado, ele se sentia angustiado, de certo modo, sempre havia algo lhe incomodando internamente, sempre, e ele nunca sabia exatamente o quê.

Sua respiração, antes apressada, agora estava entrecortada. Seu rosto estava suando e não fazia calor no momento.

— Porra. - Sussurrou para si mesmo, andando de um lado para o outro no meio da quadra.

— Heyy - Era a voz de Ethan. Caralho. — Nem me cumprimentou. - Sorriu beijando a bochecha de Harry.

— Você tem algo salgado?

— Oh... Isso é um novo jeito de-

— Não porra, acho que minha pressão está baixando. - Ele se afasta, questionando com os olhos fechados, a luz o incomodava.

When you met me in detention.Where stories live. Discover now