With animal ears

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Novembro se aproximava, e outra mini crise, porque o que é a vida de um After sem elas?

No caso, correria para arranjar um presente.

Digo, Scal era uma pessoa simples de gostos fáceis de entender, certo? Bom, era exatamente aí que caia o "problema".

Basicamente qualquer coisa que pudesse arranjar que sabia que seria bom já havia ou a si próprio ou o marido arranjado casualmente em algum momento, então era difícil pensar em algo que poderia marcar bem.

O hobby principal - talvez o único, se parar para pensar - era livros, o que não seria ruim, se não parecesse a essa altura que precisaria cavar até o inferno para achar um que achasse que ele iria gostar que já não tivessem.

Podia arranjar uma daquelas edições afrescalhadas de um dos favoritos, mas não tinha certeza do que ele iria achar - a si próprio, sabia que ia achar um desperdício comprar o mesmo livro só por causa de uma capa afrescalhada - e perguntar deixaria óbvio, e tinha um mínimo de orgulho pra manter.

Orgulho não é exatamente a melhor palavra, mas era a que podia pensar no momento.

Poderia fazer alguma coisa. Pillow não vivia dizendo que era bom com as mãos? E o que importa não é a carga sentimental? Bom, outro buraco pra entrar, já vive fazendo coisas com as próprias mãos, então não é nada especial. Mas o conceito é bom.

Talvez, fizesse, mas com algo que não costuma implementar?

Soa bom, mas o quê?

Uma reflexão meio ruim de ter no meio da rua, mas ok, releva-se.

... O que você faz melhor, depois de tradução, é costura, e não é como se estivesse no inflexível, felizmente...

... Perfeito.

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Felizmente, por ser um hobby de longa data, não era estranho às vezes aparecer com tecido novo. Só precisava torcer para que não pedisse para tocar e não estranhasse não o ver trabalhando com os ditos tecidos. Se estranhou, abençoadas sejam sua educação e discrição.

Infelizmente, acabou levando mais tempo do que esperado e não ficou pronto a tempo do aniversário, então ficou apenas a parte de comer e fazer besteira. Que na verdade durou dois dias. Por um dia não era exatamente um ano de diferença entre os dois, he.

Não importa, não importa. É a intenção que conta, certo? Só precisava esperar ele voltar da biblioteca.

O que, felizmente, não demorou muito. Ainda bem, estava dando impaciência, mesmo sendo só alguns minutos. Impaciência é uma praga.
De qualquer modo, engoliu a ansiedade - apesar das mãos tremendo como um viciado em cafeína, que precisou pôr nos bolsos do casaco pra disfarçar - e foi o receber, com abraço, feliz que a tensão voluntária foi o bastante para encobrir.

-- Bem vindo de volta. -- murmurou, e teve satisfação em sentir o abraço devolvido.

-- Obrigado.

Foi rápido, como costumava ser, e ia continuar encobrindo só mais um pouco. Lhe deu tempo o bastante para tirar a pasta dos ombros, então fez um gesto de chamar com a mão.

-- Deixa ela aí, depois pega, vem.
Parecia feliz, embora aquilo não fosse novidade. Os dois entraram no quarto, mas dessa vez não se sentou na cama de imediato. Até espiou porque ninguém é de ferro, e pôde ver que pôr um momento seu noivo pareceu confuso ("O que você está fazendo?"), até tirar o tecido dobrado de dentro da bolsa onde havia trazido quando comprou.
-- Eu queria dar de aniversário, mas não deu tempo. Aqui.

Foi rápido para a confusão virar ternura, e pegar e desfazer o quadrado. Era um casaco, quase todo preto, mas com as segunda metades das mangas vermelhas. O que diferenciava era que era de veludo.
Tirou o casaco que estava usando e pôs o de veludo. Não esperava uma review, mas a expressão bastava para saber que a sensação era boa.
-- Eu amei.

Ok, última parte:
-- Levanta o capuz.

Scal o fez, fitando o espelho no quarto, e foi caloroso na alma escutar a risadinha. Um belo par de orelhas de gato estavam no capuz.
-- Você me fez um gato!

-- Agora você é o meu gatinho.
Finalmente, se sentou na cama e deu tapinhas no próprio colo, agora com um novo sentido criado pelo capuz.

-- Quer pôr uma coleira também? -- o mais novo perguntou, o tom de divertimento nunca deixando sua voz, enquanto deitava sobre as pernas do falso albino, que passou a mão por cima do capuz e entre as orelhas de gato, como se fosse realmente a cabeça de um animal.

-- É claro. Vou te pôr uma coleira da cor que quiser, mas o pingente vai ter "PNA" escrito.

-- Para as suas iniciais? -- nossa, realmente parecia um gato, até ronronava -- Pode ser azul?

-- Claro que pode. Uma coleira azul pro meu gato.

Nossa, aquilo soava como um tipo estranho de roleplay. Mas era algo que ficaria dentro da casa. Fez as orelhas só aparecerem com o capuz levantado, então se quisesse usar em público sem passar vergonha poderia, e não iria sair de casa com uma coleira de gato como se Parser fosse seu novo, certo?

Errado.

Desafio 30 dias de OTP (Parscal)Where stories live. Discover now