Sob Pressão

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Malu 🌙

Rafa: Acho que o Bê tá chegando na fase de enjoar e largar.- Falou baixo pra mim, já que estávamos só nós duas na cozinha comendo e o resto na sala conversando após filme.

Malu: Não, ele gosta de você.- Falei pra ela que riu.- Eu sei que eu sempre falo isso pra todo mundo, mas é real pra você.

Rafa: Malu, eu conheço ele.- Balancei a cabeça.

Malu: E eu conheço bem mais que você.- Ela me encarou ficando calada e escutei passos e a gente falando alto.

Vivi: Vou dormir no quarto com o Kaká, vocês se virem aí.- Falou abrindo a geladeira e eu revirei os olhos.

Rafa: Eu tenho que ir pra casa.- Olhou pro celular.- Vou chamar o uber.

Kaká: Que nada po, tu sabe pilotar? - Olhou pro Bernardo que concordou.- Pega lá a chave da moto e vai deixar tua dona em casa.

Malu: Aff, queria ter amigos assim.- Brinquei rindo e ele bateu na minha cabeça.

Bernardo: Valeu menor.- A Rafa levantou e falou com geral, agradeceu ao Kaká e foi indo com o Bê.- Vou dormir em casa, quero ficar nessa bagunça aqui não.

Vivi: Vocês vão pra búzios? Tá pertinho já? - Olhou pra Rafa.

Bernardo: A gente vai pô, tá suave demais.- Passou o braço pelo pescoço da Rafa e eu sorri, pegando uma bolacha e comendo, vendo eles saindo.

Vivi: Vocês vão ficar? - Olhou pra mim e pro Guga.

Malu: Acho que não, amanhã eu trabalho cedo né.- Olhei pro Guga.

Guga: Boto fé de que não também.- Kaká riu e eu encarei bem ele.

Vivi: Vamo pro quarto.- Puxou o braço do Kaká.- Mãe jaja chega aí, cuidado nas peculiaridades.

Eu fiz cara feia e olhei pro pacote de bolacha, eles saíram e Guga sentou ao meu lado na mesa, estendi a comida pra ele que pegou e eu fiz cara feia escondendo o pacote perto de mim.

Malu: O que você tava falando? Que te deixou mal.- Olhei pra ele.

Guga: Meu pai quase teve uma overdose hoje, tá ligada? - Falou pegando outra bolacha.- Tô com a mente apertada, mas o coroa não quer deixar de fumar nem cheirar.

Malu: Pergunta pra ele se o vício é mais importante que a vida e tudo que ele conquistou.- Coloquei o cabelo pra trás da orelha.- A única forma é você conversando com ele, o vício é uma coisa muito difícil de lidar.

Guga: Eu tô ligado, mas não adianta muita coisa. Já vi vários menor amigo meu morrendo por isso tá ligado? Não quero ver meu coroa na mesma.- Eu respirei fundo.

Malu: Se junta com o Lipe, entra na mente dele cara! É a solução mais viável.- Escutei o barulho da porta se abrindo e olhei pra trás, vendo a mãe da Vivi entrando e sorri.

Carol: Bagunça da porra é essa?! - Eu ri me levantando.

Malu: Oi dona, vim te perturbar. Tua filha tá lá, te dando netinhos.- Ela abriu maior olhão e eu ri mais ainda junto com o Guga.

Carol: Kauêzinho que tá aí, né? - Se animou e eu concordei.- Esse pode, mas e esse feio aí? É quem?

Guga: Assim quebra o coração do menor.- Passou a mão na cabeça e ela riu.

Malu: É tia, se até a senhora diz que é feio, quem sou eu.- Olhei pra ele.

Carol: Tô brincando meu filho, você é lindo.- Passou a mão no cabelo dele.- Vão dormir aqui?

Malu: Não, a gente tá indo agora.- Olhei pra ele que balançou a cabeça confirmando.- Beijo viu, meu amor!

Beijei a cabeça dela e ela puxou o Guga falando algo pra ele, logo em seguida ele veio sorrindo de canto e eu revirei os olhos. Fomos pra moto dele e ele parou lá em casa, pensei e repensei em convidar ele pra dormir aqui mas logo neguei, Guga era acomodado e as vezes eu deixava ele achar que me tinha fácil.

Malu: Se precisar, me liga.- Falei ajeitando meu cabelo, parada em frente a moto.

Guga: Sem convites? - Neguei encarando ele.- Jaé, qualquer coisa também da um toque.

Malu: Tá bom.- Sorri fraco e lembrei de algo.- Deixa eu te perguntar, já falasse de mim como mais uma no grupinho de amigos? Como tu costuma fazer!?

Guga: Coe maria, falei não.- Riu e eu continuei seria.

Malu: Por que, Guga? Como tu fala, eu não sou igual a todas as outras? Ou esse papo é só na minha frente pra tu se sentir mais foda?

Guga: Esse papo é só na tua frente, pra ver se entra na minha cabeça.- Ele olhou pro lado e me olhou novamente.

Malu: O que não entra na tua cabeça?

Guga: Que tu não chega nem perto de ser igual as outras e que isso mexe comigo, como nenhuma faz.- Eu fiquei sem resposta na hora mas ele prosseguiu.- E papo reto? Tu me tem fácil.

Malu: Não vejo isso nas tuas atitudes.- Cruzei os braços.

Guga: Tu já viu bandido dando poder ao inimigo? - Sorriu fraco.- Vai Maluzinha, tá tarde e tu trabalha amanhã.

Malu: Amanhã vem me buscar e deixar no trabalho, vou agradecer.- Dei os ombros e ele riu.- Chegar em casa me avisa.

Guga: Vou pensar no teu caso, dos dois pedidos.- Estirei língua pra ele e ele me encarou, deu vontade de beijar mas eu me contive.

Sorri pra ele dando as costas e escutei o barulho da moto, entrei em casa tranquila e subi, fui no quarto ver a minha mãe e ela dormia calma, logo fui pro meu tomar banho e relaxei deitada, vi que ele tinha mandado mensagem falando que chegou vivo e perguntei se ele vinha amanhã, enrolou mas falou que sim e eu fui dormir tranquila e calma.