𝗳𝗼𝗿𝘁𝘆 𝘁𝗵𝗿𝗲𝗲 ➳ 𝘵𝘩𝘦 𝘧𝘢𝘭𝘭

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Eu comecei a tossir, o gás amarelo foi me envolvendo dentro da caixa de vidro, me sentia cada vez mais fraca e encostei meu corpo no vidro, minha cabeça estava tão pesada que parecia que eu estava com uma pedra em cima de mim, tudo que conseguia o...

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Eu comecei a tossir, o gás amarelo foi me envolvendo dentro da caixa de vidro, me sentia cada vez mais fraca e encostei meu corpo no vidro, minha cabeça estava tão pesada que parecia que eu estava com uma pedra em cima de mim, tudo que conseguia ouvir era o gás chiando e entrando na caixa enquanto o Peter gritava socando o vidro. Esse não foi o jeito que eu achei que esse dia terminaria, nem se passou pela minha cabeça a ideia do Peter ter sido ameaçado pelo Davis, eu pensei que eu e meus amigos acabaríamos com os Cefurs e que a Fycherfluar não fosse mais existir no fim do dia, mas até o fim do dia, eu que não vou mais existir.

— Pare o gás! — Peter falou. — Tire ela de lá e eu falo a senha! Só tire ela daqui.

Tentei falar, mas eu estava muito fraca e minha garganta estava seca e doendo, ele não podia fazer isso, não pode me escolher se não as pessoas da cidade inteira e inclusive os outros lá fora irão perder a memória.

— Por favor, tira ela. — Peter falou com a voz fraca. — Eu faço o que você quiser.

Não, Peter. Não faça isso. Eu sentia vontade de gritar.

— É assim que eu gosto. — Davis falou.

No mesmo segundo, o gás parou de sair pelo cano da caixa e o vidro foi aberto, senti as mãos do Peter me puxar. Quando eu já estava fora da caixa, consegui enxergar melhor. Peter sentou no chão comigo deitada em seus braços, encostei minha cabeça em seu peito e senti o seu coração batendo rápido. Ele me abraçou com um braço e com o outro passou a mão pelo meu rosto, olhei para ele e consegui ver seus olhos marejados.

— Alyssa. — Ele sussurrou com a voz apertada.

Ele me apertou em seu peito e me abraçou forte, beijou demoradamente minha testa e respirou pesado. Com bastante força, eu ergui minha mão e toquei seu pescoço fazendo com que ele olhasse para mim.

— Por quê? — Eu perguntei sussurrando. — Eles vão perder a memória.

Ele encostou sua testa na minha, fechando os olhos apertados.

— Eu nunca quis te magoar, nunca quis te deixar, vim para cá para que não te machucassem, então qual seria o sentido de tudo o que eu fiz se eu deixasse você morrer? 

— Eu sou apenas uma vida contra várias. — Eu murmurei.

— Mas é a que mais me importa. — Ele disse me olhando dessa vez. 

Eu funguei e ele sem mais esperar, me beijou. Eu abracei seu pescoço enquanto ele abraçou meu corpo em seu colo, meu coração explodiu dentro de mim com tamanha saudade e senti um frio na barriga, nos beijamos sem pressa e esqueço de tudo à nossa volta, os gritos lá fora e os Cefurs ao nosso redor. Pela primeira vez, eu não ligo de beijá-lo com um público. Ele se afastou com os olhos brilhando.

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