Capítulo 22 - Página em branco

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Acordei no hospital com uma leve pontada na cabeça:

-Maninha! - Gritou Miguel me abraçando na maca.

-Vai com calma baixinho, sua irmã acabou de acordar. - disse a enfermeira conferindo minha pressão.

-Filha. - disse meu pai vindo da porta. -você está bem?

Ele me abraçou preocupado, franzi o rosto um tanto confusa:

-O que aconteceu?

Todos se entreolharam como se estivessem evitando dizer algo:

-Estávamos indo a lanchonete como fazemos de costume, mas a pista estava muito molhada e o carro acabou derrapando e batendo num poste. - respondeu ele.

-Lanchonete? Desde quando fazemos isso?

-Desde que Miguel nasceu, saímos todas as quartas feiras. Não se lembra?

Cocei a cabeça, quando algumas memórias surgiram em minha mente:

-Você tem razão, fazemos isso sempre... - Sussurrei meio tonta.

Coloquei os pés no chão quando a enfermeira correu em minha direção:

-Vai com calma mocinha, não se apresse!

Assim que senti o gelado em meus dedos um arrepio se espalhou por todo o corpo:

-Mana, por que você está chorando? - Indagou Carrapicho.

-O que? - Perguntei passando os dedos em meu rosto. - Eu não sei.

-Você ainda precisa se recuperar da sua...

Meu pai deu uma cotovelada nela para que parasse de falar:

-Bom, você tem medo de agulha? - Comentou a moça tirando uma seringa da bandeja.

A observei com a mente vaga:

-Na verdade não...

-Ela é a mais corajosa de todos nós, nunca teve problema com médico. - Comentou Carlos de boca cheia.

Por que tudo isso parecia uma inverdade?

Meu corpo estava fraco e sentia uma dor muito forte no peito. Cai com o corpo pra trás no travesseiro com a respiração um pouco ofegante:

-Você ainda vai ter que ficar por um tempo pra fazermos alguns exames.

-Por que estou com o corpo enfaixado? - Indaguei.

Meu pai colocou sua mão em minha testa para que eu dormisse um pouco.

De noite eu ouvi a voz de Rose do lado de fora do quarto:

-Você precisa contar, ela vai descobrir de qualquer jeito!

Descobrir o que?

Antes que pudesse me dar conta já era manhã, os dias passaram bem devagar, e aos poucos comecei a fazer fisioterapia. A Rose passava a tarde toda comigo, e meu pai ficava no período da noite.

Na segunda semana no hospital os médicos me explicaram para que eu não me assustasse e que eu só estava fazendo exames para terem certeza de que estava bem, eu só não entendia o por que todos eles eram do meu coração:

Algum tempo depois eu finalmente estava apita para ir para casa. Assim que peguei minhas coisas, vi a sacola com os remédios que eu teria que tomar. Conforme seguíamos o percurso, Miguel apoiou as mãos no vidro do carro me cutucando:

Não se apaixone por mimWhere stories live. Discover now