Acordei no hospital com uma leve pontada na cabeça:
-Maninha! - Gritou Miguel me abraçando na maca.
-Vai com calma baixinho, sua irmã acabou de acordar. - disse a enfermeira conferindo minha pressão.
-Filha. - disse meu pai vindo da porta. -você está bem?
Ele me abraçou preocupado, franzi o rosto um tanto confusa:
-O que aconteceu?
Todos se entreolharam como se estivessem evitando dizer algo:
-Estávamos indo a lanchonete como fazemos de costume, mas a pista estava muito molhada e o carro acabou derrapando e batendo num poste. - respondeu ele.
-Lanchonete? Desde quando fazemos isso?
-Desde que Miguel nasceu, saímos todas as quartas feiras. Não se lembra?
Cocei a cabeça, quando algumas memórias surgiram em minha mente:
-Você tem razão, fazemos isso sempre... - Sussurrei meio tonta.
Coloquei os pés no chão quando a enfermeira correu em minha direção:
-Vai com calma mocinha, não se apresse!
Assim que senti o gelado em meus dedos um arrepio se espalhou por todo o corpo:
-Mana, por que você está chorando? - Indagou Carrapicho.
-O que? - Perguntei passando os dedos em meu rosto. - Eu não sei.
-Você ainda precisa se recuperar da sua...
Meu pai deu uma cotovelada nela para que parasse de falar:
-Bom, você tem medo de agulha? - Comentou a moça tirando uma seringa da bandeja.
A observei com a mente vaga:
-Na verdade não...
-Ela é a mais corajosa de todos nós, nunca teve problema com médico. - Comentou Carlos de boca cheia.
Por que tudo isso parecia uma inverdade?
Meu corpo estava fraco e sentia uma dor muito forte no peito. Cai com o corpo pra trás no travesseiro com a respiração um pouco ofegante:
-Você ainda vai ter que ficar por um tempo pra fazermos alguns exames.
-Por que estou com o corpo enfaixado? - Indaguei.
Meu pai colocou sua mão em minha testa para que eu dormisse um pouco.
De noite eu ouvi a voz de Rose do lado de fora do quarto:
-Você precisa contar, ela vai descobrir de qualquer jeito!
Descobrir o que?
Antes que pudesse me dar conta já era manhã, os dias passaram bem devagar, e aos poucos comecei a fazer fisioterapia. A Rose passava a tarde toda comigo, e meu pai ficava no período da noite.
Na segunda semana no hospital os médicos me explicaram para que eu não me assustasse e que eu só estava fazendo exames para terem certeza de que estava bem, eu só não entendia o por que todos eles eram do meu coração:
Algum tempo depois eu finalmente estava apita para ir para casa. Assim que peguei minhas coisas, vi a sacola com os remédios que eu teria que tomar. Conforme seguíamos o percurso, Miguel apoiou as mãos no vidro do carro me cutucando:
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Não se apaixone por mim
Mystery / Thriller"Feliz aniversário, por que não faz um pedido? Essa foi uma coisa na qual eu não deveria ter feito." Érika nunca soube lidar com sua aparência. Por não se encaixar num padrão, as pessoas a julgam chamando de Bruxa. Por coincidência coisas estranhas...