Capítulo 20 - Pena

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Abri os olhos o fechando instantaneamente, rejeitando que estivesse de volta e que tudo aquilo que eu acabara de presenciar não fosse real e sim um sonho.

Fixei os olhos no teto e perdi a noção do tempo, talvez tenha ficado horas ou apenas minutos. De qualquer forma foi o momento mais longo da minha vida.

-Sempre me perguntei como o colar tinha vindo parar comigo quando eu era pequena, e foi você Kai. Foi quem ficou de guarda esse tempo todo, assim como Sebastian protegeu a minha mãe. Ninguém acreditava nela, e mesmo quando voltou pra casa de sua internação o papai a separou de mim por achar que seria um risco. O tempo todo era você quem ela escutava e passava horas conversando quando se sentia sozinha, e como retribuição ela cuidou de você, mesmo que indiretamente.

Embora eu estivesse submersa em meus pensamentos eu sentia como se alguém estivesse me chamando para sair daquele lugar, daqueles pensamentos, daquela escuridão. Talvez eu quisesse isso, afinal eu estava isolada em um lugar que não fazia a mínima ideia de onde era, sem minha família e ninguém. De algum modo eu merecia uma parte daquilo, já que sempre afastei todos aqueles que se preocupavam comigo... Até você Kai.

Dobrei os joelhos enquanto soluçava.

O sol já havia ido embora, dando lugar a uma noite calorosa e uma meia lua no céu.

       O sol já havia ido embora, dando lugar a uma noite calorosa e uma meia lua no céu

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-ÉRIKAAAAAAAAAAAAAAA.

-Quando vai cansar de gritar? Ela não consegue te ouvir. - Proferiu Maya abrindo a porta de madeira se desfazendo em pedaços.

Kai estava com os seus pés e pulsos acorrentados ao chão. Enquanto Sebastian permanecia imóvel encarando a parede. Ela foi em sua direção e o abaixou limpando o seu rosto cuidadosamente.

O cupido enfurecido tentou atacá-la, mas as correntes o impediram:

-Opa, calminha aí traste. - Disse ela passando a mão em seu rosto.

Kai virou o rosto irritado. A espertinha abaixou e delicadamente virou o rosto de Sebastian:

-Olha quem eu trouxe de volta querido. O que disse? - Debochou ela aproximando o ouvido. - Eu sinto muito, você tentou afastá-lo, mas não pode protegê-lo mais.

O moreno não esboçava nenhuma reação. Ela o soltou e deitou se de lado:

-Unde vucê estava?

-Eu fui me encontrar com alguém. - Bocejou ela.

-Érika! - Espantou-se ele. - Sua...

-Opa, você está muito esquentadinho. Não se preocupe, eu a deixei em um lugar especial, tenho certeza que ela teve lindos sonhos com você.

Ele cerrou os dentes e caiu de joelhos ao chão e pela surpresa de todos suas asas começaram a bater o tirando do chão contra a sua própria vontade:

Não se apaixone por mimWhere stories live. Discover now