Epílogo

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Finalmente um sábado. Eu poderia ficar em casa com as crianças e minha esposa.

Engraçado como a gente nunca está contente com o que tem. Quando eu dava plantão, eu ficava angustiado querendo abrir meu consultório e agora que tenho meu consultório tudo que eu queria era ficar em casa com a minha família.

Eu sei, eu era um filho da puta de um mal agradecido, mas fazia isso tudo pela minha família.

Eu e Domenico tínhamos - finalmente - aberto o consultório. Era no centro de NY e tinha duas salas amplas. Uma era minha como ginecologista/obstetra e outra dele como psicólogo e terapeuta.

Eu não podia estar mais feliz, apesar de ter quase 40 anos, eu tinha tudo que qualquer pessoa quer ter.

Minha esposa estava ao meu lado, em tudo. Laura continuava a perfeição em pessoa, no auge dos seus 28 anos. Eu ainda tinha que me controlar quando a visitava na escola e aqueles adolescentes cheios de hormônios ficavam babando na "gostosa da professora de literatura". Acredite, eu já ouvi dezenas deles falando isso e me segurei pra não socar um deles no corredor do colégio.

Laura se formou há alguns anos atrás e trabalhava numa escola pública em Nova Jersey dando aulas de literatura, o que sempre foi seu sonho e sua paixão.

Eu me encho de orgulho de vê-la trabalhar, de saber que eu pude proporcionar isso a ela e o modo como ela diz "minha carreira" somada àqueles óculos de armação dourada que ela usa pra ler é... é sexy pra caralho. Sim! Eu continuo um pervertido quando o assunto é ela.

8 anos de casamento não conseguiram apagar o desejo exacerbado que eu sentia pela minha mulher. Pelo contrário, eu sempre tinha que ter minha dose diária de Laura ou então eu sentia que nunca conseguiria sobreviver a aquele dia. Eu nunca me cansaria dela.

Eu rolei na cama atrás do seu corpo, mas não o achei.

Olhei o relógio da mesa de cabeceira e vi que ainda eram 6:40 da manhã. Tudo bem que Laura tinha que ir até o colégio, mas precisava ser tão cedo?

- Anjo? – a chamei com a voz rouca. – Laura?

Ela não me respondeu.

Eu me levantei e fui até o banheiro.

- Laura? – eu mexi na maçaneta, mas estava trancada.

Quando ela passou a trancar a porta do nosso banheiro?

- Eu já... só um minuto, Massimo. Já saio. – ela disse de dentro do banheiro.

Eu voltei pra cama coçando meus olhos cansados e me sentei nela.

Uns 10 minutos depois ela saiu do banheiro.

- Por que a porta estava trancada? – eu quis saber.

- Não sei... eu... – ela deu de ombros. – Eu preciso sair, Massimo.

- Eu sei, você tem reunião hoje, mas ainda está cedo. – falei. – Podemos dormir mais um pouco? – fiz um bico. Sempre funcionava com ela.

- Eu vou preparar o café. – ela disse sem me olhar, passando por mim.

Eu segurei seu braço e ela parou, ainda sem me olhar.

- O que houve, anjo? – perguntei me levantando e segurando seu queixo pra que ela me olhasse.

- Nada. – ela deu de ombros. – Estou cansada e ainda preciso ir até o colégio, só isso.

- Certeza? – segurei seu rosto entre minhas mãos.

Ela assentiu e me deu um beijo que mal tocou seus lábios nos meus, saindo do quarto em seguida.

O que será que eu tinha feito pra Laura ter mudado da noite pro dia?

Only hopeWhere stories live. Discover now