Capítulo 14

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Depois que eu liguei pra Lari meu plantão foi uma merda.

Eu só conseguia pensar que ela estava chorando sozinha naquele apartamento enorme.

Tudo que eu queria fazer era ir pra casa, tirar minha roupa e deitar ao lado dela.

Tudo que eu queria era ela...

Eu ainda não acreditava que eu tinha me apaixonado. Eu tinha ficado 2 anos com a Anna e não senti por ela o que eu sinto pela Lari em uma semana.

Isso era meio confuso. Muito confuso.

Eu nem acreditei quando deu 7 horas e eu pude ir pra casa.

Eu passei correndo pela sala, cumprimentando Lita de qualquer jeito. Tomei um banho de 2 minutos e me deitei ao lado da Lari.

Ela cheirava a morangos... como eu havia pedido.

Eu deitei atrás dela, moldando meu corpo as suas costas, meu braço esquerdo passou por cima da sua cintura e eu a abracei.

- Que horas são? – ela murmurou.

- Cedo meu anjo, durma... – falei na curva do seu pescoço.

- Eu estou cheirando a morango? – ela disse com a voz arrastada.

Eu esfreguei meu nariz do lóbulo da sua orelha até o seu ombro.

- Sim, está. – respondi. – Eu poderia te comer agora...

- Eu sei que sim... – ela riu e puxou meu braço. Apertando meu abraço na sua cintura.

- Durma, anjo... – eu beijei seus cabelos e não vi mais nada.

O cansaço me tomou e eu apaguei.

- Você acha que tem esse direito, Massimo? – Ricardo me perguntou.

- Do que você está falando? – perguntei confuso.

- Dela! Eu estou falando dela! – ele gritou.

- Lari?

- Não me importa o nome dela... quem é ela... o que importa é que eu vou tirá-la de você. – ele disse irritado.

- Você não seria capaz! – a raiva saia dos meus poros. – Fique longe dela ou eu mato você!

Ele gargalhou. Aquela risada fria e calculista.

- Eu estou morto, Massimo... mas da onde eu estou eu posso ver você. – seus olhos me queimaram.

- Vá pro inferno, Ricardo! – cuspi as palavras.

- Eu já estou nele, Massimo... e estou esperando por você. Pode trazer sua vadia também. – ele gargalhou de novo.

- NÃO FALE ASSIM DELA! – eu gritei. – Vá embora, por favor! Você não existe!

- Eu existo em você, Massimo... você me mantém vivo enquanto desejar a neve... – sua voz ecoava na minha mente. – Eu sei que você deseja o inverno, Massimo... inverno traz a neve, mas ela não é fria... ela te esquenta...

- Saia, Ricardo! – falei entre os dentes.

- Me mantenha vivo, Massimo...me carregue com você. Eu estarei aqui enquanto você não cumprir o que deve ser feito... Você precisa seguir meus passos... eu tenho negócios inacabados e você é meu herdeiro...

- Para! PARA! Por favor, eu não quero mais te ver Ricardo... sai da minha cabeça. SAI, Ricardo!

- Use-a, Massimo... Use-a e você voltará a ser um Masen... Use-a... – sua voz produzia eco na minha mente.

Only hopeWhere stories live. Discover now