Capítulo 25

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Hoje era a consulta da Laura e eu estava ansioso pra acompanhá-la e ver nossa filha pela primeira vez.

Havia uma semana que eu estava em Five Corners e uma semana que a Laura praticamente morava comigo no hotel. Até as coisas pessoais e roupas dela estavam por aqui. Nós dormíamos e acordávamos juntos e aquilo me deixava feliz e realizado.

Eu ainda tentava convencê-la a voltar pra NY quando minha "missão" em Five Corners acabasse, mas ela ainda estava hesitante. Ela tinha medo do seu passado lá, medo de não darmos certo novamente e, principalmente, do Marcelo.

Eu expliquei mais uma vez que ele jamais tocaria nela, mas novamente discutimos por ela achar que eu me metia em coisas perigosas demais.

O que ela não entendia é que, eu defenderia e a protegeria com minha própria vida se fosse preciso.

Ela e nossa filha eram as pessoas mais importantes no mundo pra mim agora e nunca, jamais, alguém encostaria nelas.

Na verdade eu não me importava muito em voltar ou não... É claro que eu tinha minha cobertura, minha família e meu emprego por lá, o que me rendia um bom saldo no final do ano, mas Laura era mais importante que tudo isso e eu largaria tudo se ela quisesse morar em Five Corners.

Eu compraria uma casa grande pra nós três por aqui e trabalharia em um hospital em Five Corners ou Seattle. Não importa... o que me importava era que fôssemos uma família agora... eu, Laura e nossa filha.

- O que você acha do Queens? – perguntei a ela.

Estávamos deitados na cama do meu quarto de hotel, abraçados um ao outro, nossas pernas entrelaçadas enquanto eu acariciava sua barriga e recebia a sensação dos movimentos do bebê.

Eu sabia que ela estava acordada. Nós havíamos acordado há alguns minutos e ficamos apenas trocando carinhos enquanto a manhã se arrastava preguiçosamente.

- Eu nunca fui ao Queens. – ela disse.

- Podíamos mudar pra lá. – falei. – Fica próximo de Manhattan e do Presbiterian. Tem boas casas por lá.

- Massimo... – seu tom era de reprovação. – Já conversamos sobre isso, por favor.

- Laura, você não tem assistência aqui. – me apoiei no cotovelo pra olhá-la e ela virou o rosto pra mim. – Nós também já discutimos isso e você concordou com o meu ponto de vista.

- Sim, eu concordei. – ela disse.

- Anjo, não precisa ter medo. – fiz um carinho no seu rosto. – Ninguém tocará em vocês, eu prometo Laura.

Ela bufou e revirou os olhos.

- Eu não quero falar sobre isso, Massimo. – ela virou seu rosto pra frente pra não me olhar.

- Tudo bem. – eu beijei seus cabelos e me levantei. – Então vamos procurar uma casa e eu vou procurar um hospital que esteja precisando de um ginecologista.

Ela se virou na cama e me fitou.

- O que está falando? – perguntou num misto de choque e confusão.

- Estou dizendo que precisamos de uma casa pra morar. – falei vestindo minha calça de flanela que foi jogada em algum canto daquele quarto na noite passada. – Vamos ter um bebê e precisamos de espaço, não podemos morar o resto da vida em um hotel, Laura.

- Você vai ficar? Em Five Corners? – ela se sentou.

- Em algum momento você achou que eu ia deixá-la sozinha aqui? – perguntei ficando irritado. – Se você quer, nós vamos ficar.

Only hopeWhere stories live. Discover now