O dia amanheceu e minha cabeça ainda estava uma confusão sem fim.
Eu resolvi ligar pra minha mãe assim que se passaram as primeiras horas da manhã.
- Massimo? – ela atendeu.
- Oi mãe.
- Oi querido, está tudo bem?
- Mais ou menos. – fui sincero.
- Seu pai me disse o que aconteceu ontem. – ela disse. – Eu sei que você não está bem, meu filho.
- Não, eu não estou. – disse cansado.
- Aposto que não dormiu e não come nada desde ontem. – ela disse.
- Acertou. – falei triste. – Como eu poderia dormir, mãe? Laura reaparece na minha vida, 4 meses depois de acabar comigo, e carregando uma filha minha.
- É uma menina? – ela perguntou animada.
- Sim e até onde eu sei é minha. – falei.
- Você duvida disso, Massimo? – seu tom era de repreensão.
- Mãe, eu já nem sei mais o que pensar. Ela mentiu tanto... omitiu minha filha. Eu... eu estou com tanta raiva dela nesse momento que só consigo pensar em coisas negativas.
- Vocês ainda não conversaram? – ela perguntou com cautela.
- Não. Eu não pude me aproximar dela. Eu preciso me acalmar antes de vê-la, ela não pode se aborrecer por causa do bebê e sua gravidez é de risco por causa dos abortos.
- Mas, ela parecia bem quando a viu?
- Ela estava feliz... pelo menos até me ver. – respondi.
- Ah meu querido, eu espero que vocês se entendam e que Laura volte com você pra casa. Eu sinto falta de vocês por perto e quero conhecer minha netinha.
- Eu não sei se a Laura voltara comigo mamãe, mas a sua netinha você irá conhecer. – garanti.
- Massimo não vá fazer besteira, ouviu? Essa criança precisa tanto de você quanto da Laura. – lá estava sua voz de repreensão de novo.
- Eu não vou tirá-la da Laura, mamãe. Não se ela colaborar e me deixar participar da criação da nossa filha, mas se for preciso... sim, eu a tomarei dela. – ela não pensou em me esconder a menina até sabe Deus lá quando, pensei em completar, mas me calei.
- Tudo bem, meu filho. Só pense antes de agir pra não se arrepender depois. Dê um beijo nela por mim quando encontrá-la e lhe diga que estou com saudades.
- Eu direi mãe.
Nos despedimos e eu desliguei.
Tomei um banho quente e coloquei uma roupa de frio.
Five Corners era frio, úmido e vivia garoando.
Ou seja, uma merda de cidade do interior.
Fui até o restaurante do hotel e tomei meu café. Algumas pessoas da equipe estavam por lá, mas eu me sentei sozinho.
Eu tinha a ligeira impressão que só a nossa equipe estava hospedada naquele hotel minúsculo.
- Eu não te culpo por não ter dormido. – a voz do meu pai chegou a mim. – Mas precisamos trabalhar.
Eu me virei a tempo de vê-lo se juntar a mim na mesa.
- Está tão evidente assim? – perguntei mexendo meu café na caneca.
- Está estampado. – ele forçou um sorriso. – Ainda temos um tempo até irmos pro hospital, vá descansar.
- Eu não quero, pai. Eu não conseguiria fechar os olhos com tantos problemas. – eu soltei a caneca e cruzei os braços em frente o peito.
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DU LIEST GERADE
Only hope
RomantikMassimo é um médico solteiro e bem sucedido, mas o seu passado o atormenta. Numa noite ele conhece Laura, de uma forma nada convencional. Um tempo depois ele descobre que a cura para os seus fantasmas é aquela mulher com rosto de menina.