Capítulo 23

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O dia amanheceu e minha cabeça ainda estava uma confusão sem fim.

Eu resolvi ligar pra minha mãe assim que se passaram as primeiras horas da manhã.

- Massimo? – ela atendeu.

- Oi mãe.

- Oi querido, está tudo bem?

- Mais ou menos. – fui sincero.

- Seu pai me disse o que aconteceu ontem. – ela disse. – Eu sei que você não está bem, meu filho.

- Não, eu não estou. – disse cansado.

- Aposto que não dormiu e não come nada desde ontem. – ela disse.

- Acertou. – falei triste. – Como eu poderia dormir, mãe? Laura reaparece na minha vida, 4 meses depois de acabar comigo, e carregando uma filha minha.

- É uma menina? – ela perguntou animada.

- Sim e até onde eu sei é minha. – falei.

- Você duvida disso, Massimo? – seu tom era de repreensão.

- Mãe, eu já nem sei mais o que pensar. Ela mentiu tanto... omitiu minha filha. Eu... eu estou com tanta raiva dela nesse momento que só consigo pensar em coisas negativas.

- Vocês ainda não conversaram? – ela perguntou com cautela.

- Não. Eu não pude me aproximar dela. Eu preciso me acalmar antes de vê-la, ela não pode se aborrecer por causa do bebê e sua gravidez é de risco por causa dos abortos.

- Mas, ela parecia bem quando a viu?

- Ela estava feliz... pelo menos até me ver. – respondi.

- Ah meu querido, eu espero que vocês se entendam e que Laura volte com você pra casa. Eu sinto falta de vocês por perto e quero conhecer minha netinha.

- Eu não sei se a Laura voltara comigo mamãe, mas a sua netinha você irá conhecer. – garanti.

- Massimo não vá fazer besteira, ouviu? Essa criança precisa tanto de você quanto da Laura. – lá estava sua voz de repreensão de novo.

- Eu não vou tirá-la da Laura, mamãe. Não se ela colaborar e me deixar participar da criação da nossa filha, mas se for preciso... sim, eu a tomarei dela. – ela não pensou em me esconder a menina até sabe Deus lá quando, pensei em completar, mas me calei.

- Tudo bem, meu filho. Só pense antes de agir pra não se arrepender depois. Dê um beijo nela por mim quando encontrá-la e lhe diga que estou com saudades.

- Eu direi mãe.

Nos despedimos e eu desliguei.

Tomei um banho quente e coloquei uma roupa de frio.

Five Corners era frio, úmido e vivia garoando.

Ou seja, uma merda de cidade do interior.

Fui até o restaurante do hotel e tomei meu café. Algumas pessoas da equipe estavam por lá, mas eu me sentei sozinho.

Eu tinha a ligeira impressão que só a nossa equipe estava hospedada naquele hotel minúsculo.

- Eu não te culpo por não ter dormido. – a voz do meu pai chegou a mim. – Mas precisamos trabalhar.

Eu me virei a tempo de vê-lo se juntar a mim na mesa.

- Está tão evidente assim? – perguntei mexendo meu café na caneca.

- Está estampado. – ele forçou um sorriso. – Ainda temos um tempo até irmos pro hospital, vá descansar.

- Eu não quero, pai. Eu não conseguiria fechar os olhos com tantos problemas. – eu soltei a caneca e cruzei os braços em frente o peito.

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