A viagem de volta a NY foi horrível, longa e turbulenta.
Laura passou mal durante as quase 7 horas de viagem e eu me amaldiçoei por fazê-la viajar aos 7 meses de gestação. Fora que a briga que tivemos mais cedo tinha deixado um clima ruim entre a gente.
Nós pegamos um taxi no aeroporto e fomos pra casa.
O porteiro me ajudou a colocar as malas na portaria e eu as deixei por lá, pra levar Laura no colo até a cobertura.
- Eu ainda acho que devemos ir ao hospital, Laura. – eu disse assim que a coloquei na cama.
- Está passando, Massimo, é apenas um enjoo – ela fechou forte os olhos e deitou a cabeça no travesseiro.
- Já volto! – eu beijei sua testa e saí do quarto.
Eu fui até a cozinha e peguei uma jarra de suco que tinha na geladeira. Lita sabia que íamos voltar hoje e deixou tudo arrumado pra nossa volta.
Eu voltei pro quarto e encontrei Laura na mesma posição.
- Meu anjo? – a chamei.
Ela abriu os olhos e me fitou.
- Eu não quero. – ela gemeu olhando pra jarra.
- Laura você vomitou demais e não comeu nada, precisa se hidratar, por favor. – pedi.
Depois de muita luta e insistência eu consegui fazer com que ela bebesse 3 copos de suco e graças a Deus o seu estômago segurou.
Já era quase de madrugada e se ela não melhorasse iríamos até o Presbiterian.
É melhor pecar pelo excesso.
Eu nem preciso dizer que não dormi nada naquela noite.
Nada mesmo. Eu estava tão preocupado e me sentindo tão culpado que nem sono eu tive.
Eu sabia que tinha sido a pressão negativa e a turbulência do avião, mas meu lado masoquista acreditava que a culpa era daquela minha maldita crise de ciúmes.
Eu não me permiti deitar na cama, eu tinha medo de acabar adormecendo e não estar alerta caso ela precisasse, então eu fiz um café forte na cafeteira e me sentei na poltrona embaixo da janela, ela me deixava de frente pro rosto da Laura.
O dia amanheceu e eu ainda estava sentado, acordado e com uma caneca vazia nas mãos.
Meus olhos pesavam e merda! Eu precisava dormir.
Meu corpo clamava por descanso, mas eu não cedi.
Eu só fiquei tranquilo quando seus olhos foram abertos e aquela imensidão acinzentada me encarou. Nos seus lábios meu sorriso tímido favorito.
- Ficou aí a noite toda, não é? – ela perguntou com a voz rouca.
- Sim. – eu tentei sorrir, mas acho que minha mente débil projetou uma careta. – Como está se sentindo?
Me levantei e agachei ao seu lado na cama.
- O enjoo passou, mas meu corpo está dolorido. – ela acariciou a barriga.
- É normal, meu anjo. – alisei seus cabelos. – Seu corpo fez muito esforço ontem durante as crises de vômito.
Ela suspirou.
- E acho que estou com fome também. – ela fez uma careta.
- Vou fazer algo pra você comer. – eu levantei e fiquei um pouco tonto.
- Você devia deitar e descansar, Massimo. Eu me viro. – ela ia levantar, mas eu a parei.
- De forma alguma. Eu vou pegar. – eu saí do quarto e fui até a cozinha.
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Only hope
RomanceMassimo é um médico solteiro e bem sucedido, mas o seu passado o atormenta. Numa noite ele conhece Laura, de uma forma nada convencional. Um tempo depois ele descobre que a cura para os seus fantasmas é aquela mulher com rosto de menina.