Capítulo 28

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A viagem de volta a NY foi horrível, longa e turbulenta.

Laura passou mal durante as quase 7 horas de viagem e eu me amaldiçoei por fazê-la viajar aos 7 meses de gestação. Fora que a briga que tivemos mais cedo tinha deixado um clima ruim entre a gente.

Nós pegamos um taxi no aeroporto e fomos pra casa.

O porteiro me ajudou a colocar as malas na portaria e eu as deixei por lá, pra levar Laura no colo até a cobertura.

- Eu ainda acho que devemos ir ao hospital, Laura. – eu disse assim que a coloquei na cama.

- Está passando, Massimo, é apenas um enjoo – ela fechou forte os olhos e deitou a cabeça no travesseiro.

- Já volto! – eu beijei sua testa e saí do quarto.

Eu fui até a cozinha e peguei uma jarra de suco que tinha na geladeira. Lita sabia que íamos voltar hoje e deixou tudo arrumado pra nossa volta.

Eu voltei pro quarto e encontrei Laura na mesma posição.

- Meu anjo? – a chamei.

Ela abriu os olhos e me fitou.

- Eu não quero. – ela gemeu olhando pra jarra.

- Laura você vomitou demais e não comeu nada, precisa se hidratar, por favor. – pedi.

Depois de muita luta e insistência eu consegui fazer com que ela bebesse 3 copos de suco e graças a Deus o seu estômago segurou.

Já era quase de madrugada e se ela não melhorasse iríamos até o Presbiterian.

É melhor pecar pelo excesso.

Eu nem preciso dizer que não dormi nada naquela noite.

Nada mesmo. Eu estava tão preocupado e me sentindo tão culpado que nem sono eu tive.

Eu sabia que tinha sido a pressão negativa e a turbulência do avião, mas meu lado masoquista acreditava que a culpa era daquela minha maldita crise de ciúmes.

Eu não me permiti deitar na cama, eu tinha medo de acabar adormecendo e não estar alerta caso ela precisasse, então eu fiz um café forte na cafeteira e me sentei na poltrona embaixo da janela, ela me deixava de frente pro rosto da Laura.

O dia amanheceu e eu ainda estava sentado, acordado e com uma caneca vazia nas mãos.

Meus olhos pesavam e merda! Eu precisava dormir.

Meu corpo clamava por descanso, mas eu não cedi.

Eu só fiquei tranquilo quando seus olhos foram abertos e aquela imensidão acinzentada me encarou. Nos seus lábios meu sorriso tímido favorito.

- Ficou aí a noite toda, não é? – ela perguntou com a voz rouca.

- Sim. – eu tentei sorrir, mas acho que minha mente débil projetou uma careta. – Como está se sentindo?

Me levantei e agachei ao seu lado na cama.

- O enjoo passou, mas meu corpo está dolorido. – ela acariciou a barriga.

- É normal, meu anjo. – alisei seus cabelos. – Seu corpo fez muito esforço ontem durante as crises de vômito.

Ela suspirou.

- E acho que estou com fome também. – ela fez uma careta.

- Vou fazer algo pra você comer. – eu levantei e fiquei um pouco tonto.

- Você devia deitar e descansar, Massimo. Eu me viro. – ela ia levantar, mas eu a parei.

- De forma alguma. Eu vou pegar. – eu saí do quarto e fui até a cozinha.

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