(31) Vulnerabilidade zero

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Luca passou as pontas dos dedos suavemente sobre mim, o que me fez sorrir e sentir um arrepio ao mesmo tempo. Ele me encarava com seus abismos negros recheados de desejo. E não havia como negar, eu também o queria de maneira quase desesperada. Ele se deitou sobre mim e começou a me beijar, primeiro na testa, depois na ponta do nariz, e então pressionou sua boca com mais vontade na minha, e continuou descendo... Chegou perto do meu sutiã e parou, encarou-me, e começou a abri-lo nas costas, é claro que eu me ergui um pouco para facilitar o trabalho dele. Quando finalmente tirou a parte de cima do conjunto, acariciou-me com uma das mãos.

— Você não tem ideia do que faz comigo... — Sussurrou ele com os lábios próximos ao meu umbigo.

— Não... — Respondi. — Mas seja o que for, eu adoro.

Luca me encarou. Ficamos ajoelhados na cama, e enquanto me beijava, ele abria o zíper de sua calça. Eu duvidava muito de que se essa noite tivesse acontecido antes, teria sido tão inesquecível quanto foi. Luca era incrível do seu jeito, não era nenhum bad boy perfeito, mas era o melhor que podia ser. E eu estava completamente apaixonada pelo seu melhor.


Na manhã seguinte, um perfume inebriante adentrou em minhas narinas. Decidi que o lírio seria meio que o símbolo de nós dois quando vi uma flor linda pousada ao meu lado na cama. Sentei-me, eu ainda estava apenas de lingerie, então enrolei-me no lençol e peguei a flor. Fechei os olhos, buscando em minha mente partes da noite anterior. Lembrei-me dos beijos suaves de Luca, e também dos intensos, das constantes carícias... E, naquele momento, tive certeza de que jamais me arrependeria.

Quando abri os olhos, vi Luca encostado na porta do quarto, encarando-me com os braços cruzados.

— O que foi? — Indaguei.

— Nada, só estava te olhando.

Ele vestia apenas uma calça de moletom cinza. Suas madeixas estavam bagunçadas e jogadas de uma forma estranha para o lado.

— Posso tomar um banho? — Eu já estava me levantando.

Luca veio até mim rapidamente e desenrolou o lençol do meu corpo, segurou-me pela cintura e puxou-me contra si.

— Pode... mas há uma regra nova por aqui...

— Ah, é? E eu posso saber qual?

Ele sorriu seu sorriso torto mais arrebatador e arqueou uma da sobrancelhas castanhas.

— Se quiser tomar banho aqui, terá que ser comigo.

— Isso não é um problema. — Respondi, encarando-o. — Mas, agora, eu preciso mesmo de um banho sozinha.

— Tudo bem... — Concordo, e ergueu as mãos em redenção.

Notei que minha bolsa estava no quarto, então peguei meu jeans e minha camiseta dentro dela e fui para o banheiro. Tomei um banho rápido. Depois, fui para a cozinha, onde Luca tentava sem sucesso fritar um ovo. Eu sorri ao vê-lo empolgado para preparar algo para mim.

Pena que não curto ovo frito...

Havia pães cortados sobre a mesa, margarina, duas xícaras, um bule com café e uma leiteira. Observei o ovo na frigideira quando Luca se virou em minha direção, ele estava com as bordas queimadas, comecei a rir.

— Eu como esse... Sem problemas.

— Não precisa fazer para mim. — Afirmei.

Depois do café, conversamos um pouco sobre a minha formatura, já que faltava alguns dias para acontecer. Então, percebi que estava envelhecendo mais rápido do que eu gostaria, minha vontade era de ter o poder de me tornar criança outra vez.

Feche os olhos, Anjo (livro 1)Where stories live. Discover now