(20) Buscando aliados

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— É sério? — Perguntei, vendo Jack assentir. — Uau...

— Acho muito... chamativo. — Comentou Luca, o estraga prazeres.

— Seus poderes são fortes, Luca, acredito que sejam como sirenes para outros seres. Ou seja, o que um carro pode fazer, que você já não faça... em dobro? — Jack perguntou ao anjo.

Luca pareceu pensar por instante, e, mesmo relutante, assentiu.

Eu terminei meu lanche e tomei o restante do café rapidamente enquanto os dois apenas me observavam. Levantei-me e arrumei a cadeira, para que esta ficasse alinhada à mesa. Quando tornei a olhar para a frente, ambos os rapazes me encaravam.

— O quê?

— Ela não pode ir vestida assim... — Disse Jack.

— Eu sei. — Respondeu Luca, e encarou-me dos pés à cabeça. — Ah, estava me esquecendo.

Ele tirou do bolso seu celular e estendeu o objeto para mim.

— Por quê? — Indaguei enquanto pegava o aparelho.

— Eu pedi para que ele lhe emprestasse o celular, Enrique quer falar com você... — Jack respirou fundo. — Su, apenas diga que está numa casa de praia minha em Colinda.

— Colinda? Que coincidência... — Luca comentou. — É para lá que nós vamos.

Disquei os dígitos do número de Enrique no celular de Luca, ele atendeu rapidamente.

— Alô?

Deus! Como foi bom ouvir a voz dele!

— Oi, Enrique, é a Su. Eu... estou ligando do celular de uma mulher que cuida aqui da casa de Jack, em... Colinda.

— Que bom que me ligou, estava preocupado. Tem noção do quanto me assustou? Aliás, por que foi para aí, afinal?

Não suporto mentir para ele.

— Por causa de aulas de... francês. Jack me indicou, disse que isso daria um salto na minha carreira como professora, caso eu decidisse me...

— Su? — Interrompeu-me.

Sua voz estava calma, mas firme.

— Sim?

— Nunca mais faça isso. Nunca.

Isso foi uma bronca?

— Desculpa, eu ia avisar quando chegasse aqui, é só que... — Olhei para Jack, buscando ajuda, ele sussurrou: "Esqueceu o celular." — Esqueci meu celular. Juro, Enrique, não farei isso de novo.

Não estava mais aguentando mentir para ele daquela maneira.

— Está bem... — Dessa vez, sua voz pareceu menos aborrecida.

— Eu amo você. — Disse baixinho.

Tive uma sensação estranha nesse momento, uma sensação que estava me amedrontando. Aquele "eu te amo" me pareceu uma despedida. Esperava que não fosse.

— Eu também, Su... Volte logo, Scarlett está inquieta aqui.

Sorri.

— Tudo bem.

Desliguei. Encarei os dois rapazes à minha frente. Entreguei o celular a Luca, que o pegou sem pressa.

— Quando vamos? — Jack quebrou o silêncio que havia se instalado entre nós naquele momento.

— Acredito que seja arriscado comprarmos roupas para Susana aqui, Enrique ou a amiga poderiam vê-la, então podíamos ir agora. — Respondeu Luca.

Feche os olhos, Anjo (livro 1)Where stories live. Discover now