Capítulo 12

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Aviso:

Capítulo com cenas fortes.


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Annabelle acordou com seu estomago roncando graças ao cheiro que vinha da cozinha, nunca acordara tão faminta como agora. Entretanto, o fato não era surpreendente levando-se em conta as atividades em que estivera envolvida pela madrugada.

Espichou-se na grande cama de casal, sentindo algumas partes de seu corpo levemente doloridas, mas a sensação surpreendentemente não era ruim. Na realidade, Annabelle tinha certeza que nunca se sentira tão descansada.

Tentou afastar os pensamentos que sempre caminhavam para a lembrança da noite anterior e levantou-se da cama. Fez rapidamente sua higiene matinal, e abriu o grande guarda roupa na tarefa de vestir algo para encobrir sua nudez. Acabou por escolher a primeira coisa a mostra, uma blusa comprida, originalmente usada com legue. A peça bege vinha até quase a metade de suas coxas e deixava seus ombros à mostra. A mafiosa nem se deu ao trabalho de procurar um sutiã sem alças para a peça, vestindo apenas uma calcinha e saindo do quarto.

Assim que seus pés delicados tocaram o mármore frio do corredor ela se recordou da real existência de Alexander Whitehill naquela casa e desejou ter vestido algo mais comportado. Porém, já era tarde de mais, ele acabara de lhe lançar um sorriso sem dentes de onde estava que, no caso, era a cozinha.

Annabelle aproximou-se vagarosamente instigada pelo faro. Tinha certeza que eram ovos mexidos. E mesmo que a fome lhe castigasse naquele momento, não deixou de perceber o edredom dobrado no sofá usado pela federal. Seria ele do tipo organizadinho?

A visão de alguém parado em sua cozinha já era estranha, mas Alexander Whitehill vestido apenas com uma calça jeans e mexendo com desenvoltura na frigideira, causava coisas em seu âmago que Annabelle não sabia compreender. Era como um grande desconforto, uma sensação que lhe subia pela espinha acabando em sua nuca, dando-lhe a vontade de arrancar seus cabelos, fio por fio da cabeça. Sentia-se invadida, como se perdesse lentamente o controle do que acontecia a sua volta.

Sentou-se em um dos banquinhos observando atentamente os músculos das costas desnudas do federal que se evidenciavam conforme os movimentos que ele fazia. Alguns arranhados marcavam-lhe a pele, o que fez com que Annabelle, perdia em seus devaneios, encarasse a mancha arroxeada na parte interna de sua própria coxa esquerda. Pelo menos ele não fora o único a deixar marcas, refletiu vitoriosa.

O federal virou a cabeça para trás sorrindo largamente para uma mafiosa mal humorada.

– Bom dia, Annabelle. – desejou, olhando rapidamente para o corpo dela, ou para a parte que a bancada permitia que ele visse, que para a infelicidade de Whitehill, era muito pequena.

– Dormiu bem? – virou-se novamente, dando assistência para a panela. Annabelle bufou audivelmente, não tinha paciência para quem distribuía bom humor matinal.

Alexander retirou os ovos mexidos colocando-os em um prato e os trazendo para a bancada. O verde se perdeu no azul pela primeira vez naquele dia, mas antes que alguém pudesse dizer algo, o estomago de Annabelle roncou vergonhosamente, fazendo um sorriso nascer nos lábios do federal.

– Acho que tem alguém faminta e extremamente mal humorada – Annabelle rolou os olhos – Poderia ser um café da manhã muito melhor se eu tivesse comprado alguns mantimentos, mas não tenho a senha que abre a porta...

Ela decidiu ignorar o olhar de cachorrinho que o agente Whitehill lhe lançava. Será que aquele homem era daquele jeito todas as manhãs?

– Não sou guia de excursão para acordar alegre e saltitante achando a vida linda.

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