► Capítulo onze

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Estou retraída no sofá da sala, na verdade, deitada em posição fetal

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Estou retraída no sofá da sala, na verdade, deitada em posição fetal. Hoje não acordei tão animada como –quase – sempre acordo.

Depois do que aconteceu ontem fiquei seriamente pensando na minha segurança. Será que Draco seria capaz de fazer algo de ruim comigo?

Eu penso que ainda não tenho a resposta para isso, mas meu subconsciente grita que eu já tenho, e a tive ontem.

Já ouvi várias histórias de maridos que fizeram coisas horríveis com suas mulheres. Afinal, elas são deles e lhes devem total obediência.
Mas eu não penso assim e acho que isso será um enorme problema.

Por mais que tenha fingindo para minha mãe que seria uma esposa exemplar. Não concordo com nada que é pregado nesse mundo que vivemos. Parece que se não formos mordidas por nossos maridos, nossa vida será uma miséria eterna. E isso também acontece quando um humano se casa com uma vampira. Ela não tem controle da situação, é ele, mesmo que tudo dependa dela.

Não sei se estou disposta a me perder para ser a esposa exemplar para a linhagem dourada.

• • •

— Oi fofa... — Passo a mão pela pelugem coberta de pequenos flocos de neve de Cristal. — Não estou tão bem hoje. — Cristal aproxima seu rosto do meu e abana a crina. Vou entender isso como uma maneira de me animar. E acho que resultou, mesmo que minimamente.

— Ela gosta muito da senhora. — Vejo o cuidador se aproximar e tocar sua cabeça também.

— É recíproco. — Eu sorrio mas logo a realidade me atinge. — Mas irei embora daqui alguns dias. Não sei como irei ficar sem ela.

— A senhora poderia tentar pedir o contacto da dona dela e comprar. Claro, se ela aceitar, dizem que ela gosta muito da Cristal.

— Gosta tanto que nunca a vi aqui. — Ataco a dona de Cristal que nunca sequer vi.

— Sou novo aqui. — Ele diz. — Mas pelo que dizem, Cristal foi um presente de casamento do esposo dela. Mas depois ela não apareceu mais. O esposo vêm para cuidar dela as vezes. — O homem abre a boca para dizer mais alguma coisa mais alguém chama por ele. Ele se despede com um aceno e vai em direção à pessoa que o chamou.

Eu continuo dando minha atenção à Cristal.

Eu penso na ideia que o cuidador me deu, mas se eu fosse dona da Cristal, não quereria a vender por nada. Então nem irei gastar meu esforço tentando. Só vou tentar vir aqui algumas vezes no ano para ver ela.

E quando tiver filhos, os trarei para conhecerem Cristal.

Pensar em filhos me leva logo a lembrar de Draco. Ele desapareceu ontem, saiu do restaurante e não o vi mais. Não sei nada sobre onde ele esteve ou está.

Passo algum tempo com Cristal e depois decido voltar para a casa. Está frio demais. Mais frio que os dias anteriores. Estou congelando, mesmo usando roupas preparadas para o frio. Tudo bem, talvez não tão preparadas.

Limpo meus pés para tirar a neve no tapete próprio para tal no lado de fora da casa e quando pego minha chave para abrir a porta, a percebo já destrancada. Draco deve ter voltado.

Não estou pronta para olhar para ele, não depois de ontem. Não depois de ter sentido que minha vida poderia estar em risco.

Eu suspiro e dou meia volta.
Quando sinto que meus pés me levam para longe de uma maneira mais rápida do que normalmente ando, respiro fundo. Estou com medo. Com medo de Draco.

— Naomi? — Não ouso me virar. Fico estatelada. — Para onde ia? — Ouço seus passos se aproximando.

— Não chega perto. — Me viro lentamente. Meu coração está acelerado e minha respiração entrecortada. Sei que ele sabe disso. Seus sentidos são mais apurados.

— O que disse? — Olho para seus olhos vacilante.

— Não.chega.perto. — Pontuo dando passos para trás.

— Está com medo? — Ele pergunta dando mais dois passos em minha direção. Passos estes que são respondidos com mais passos da minha parte para trás.

— Do que está com medo? — Não respondo.

— É por causa daquele cara? — Ele ri. — Não seja ridícula. — Draco abana a cabeça em negativa como se não acreditasse.

— Você é minha, Naomi e o cara estava praticamente te comendo com os olhos. — Ele bufa irritado. Ele está irritado comigo? Sério?

— Sim sou sua, pode gritar para todo mundo. Tenho a porra de uma aliança de casamento no dedo e carrego a porra do seu sobrenome no meu nome. — Eu acuso com o dedo indicador. — Ainda acha que precisa me ameaçar para mostrar que sou sua? — Olho para ele desacreditada. — Sou sua. E sei que se eu for embora sem a sua autorização, você me caça e me mata. Isso é suficiente para eu entender até onde posso chegar porra! — Eu esbravejo com lágrimas nos olhos.

Estou tão irritada que não me importo em xingar. Estive minha vida inteira sendo moldada à gosto desse idiota. Não vivi muitas partes da minha adolescência por quê tinha que saber como me portar para meu futuro marido.

Isso não é suficiente para ele?

— Vamos para dentro, você está congelando. — Ele se aproxima e estende sua mão para mim que estou curvada com minhas mãos apoiadas em meus joelhos.

— Me deixa. — Eu digo sem me mover. Continuo na mesma posição tentando respirar direito. Não sei o que aconteceu, mas essa toda discussão me deixou sem ar.

Eu tento respirar fundo várias vezes mas nada do ar voltar normalmente.

Meus pulmões doem.
Quando dou por mim, estou caindo em um abismo de escuridão.

Quando dou por mim, estou caindo em um abismo de escuridão

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O Vampiro que não me amaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora