Capítulo Um

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Edward estava parado ao lado da janela, olhando o movimento nada agitado da larga rua onde estava localizada sua casa. Morando há apenas um ano sozinho, sem as asas da mãe para lhe acolher, ele sentia-se sozinho em alguns momentos do dia, então apenas se posicionava ao lado da janela com uma xícara de chá e observava o movimento.

Algumas damas da sociedade passeavam com suas filhas, indo em direção ao centro, onde podiam comprar vestidos e mais vestidos novos para suas filhas de idade apropriada para frequentar os bailes à procura de um marido. A temporada de bailes estava começando e todas as mães com filhas solteiras em casa estavam enlouquecidas.

Várias e várias moças passavam despercebidas, com o rosto pálido por baixo dos chapéus extravagantes e uma mão forte puxando-as pelos braços - eram suas mães desesperadas por achar o melhor vestido presente nas vitrines de Londres.

Mas uma delas não passou despercebida aos olhos de Edward.

Tinha os cabelos loiros presos num penteado glamoroso e, mesmo estando por baixo do chapéu, ele pôde ver seu brilho e quase sentiu sua maciez. Ela tinha uma postura ereta, andando calmamente, sempre olhando para a frente, e as bochechas levantadas - parecia sorrindo, ou se não, estava apreciando o passeio. Ao seu lado estava uma moça que não poderia ser sua mãe - era muito jovem para isso, e além do mais, estava muito calma andando em direção às lojas - então logo Edward concluiu que seria uma dama de companhia, ou irmã, talvez. O vestido envolto em seu corpo era rosa, quase da mesma cor de sua bochecha corada, e caía muitíssimo bem no corpo não tão magro da moça. Ela parecia ter as medidas certas, e andava com tanta leveza que parecia flutuar.

Edward prendeu a respiração quando, em apenas um segundo, a moça virou o rosto em direção à sua casa e franziu a testa. Ele percebeu que ela lhe encarava, e quando percebeu que parecia estranho estar olhando pela canela em direção à uma só pessoa que transitava na rua, ele abaixou-se, num reflexo.

— Sir Edward? — Ouviu uma voz. Era do mordomo, George.

Edward olhou para cima, sem perceber que parecia ridículo. Quando caiu em si, deu um salto, disfarçando a vergonha. Endireitou a postura e manteve o rosto impassível.

— Sim, George? — Perguntou impaciente.

— Visita para o senhor. Deseja vê-la?

— Depende de quem for, George. Quem está aí?

— Desculpe, senhor. É a sua irmã, Srta. Elizabeth.

— Elizabeth. Certo — Edward pareceu esquecer que tinha uma irmã. Sua mente estava presa na moça que passava na rua. Deu uma olhada de relance pela janela, mas ela não estava mais lá. Maldito mordomo! - Eu já estou descendo. Mande-a esperar.

O mordomo assentiu e saiu do cômodo, deixando Edward sozinho com seus pensamentos e sua imaginação de quem seria aquela moça.

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Leia Um Clichê Para Chamar de Meu, da mesma autora. Uma comédia romântica sobre uma escritora independente em busca do seu clichê perfeito; seja na vida real ou na ficção.

Beijos!

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