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       -O quê? Como assim? Drogas? Claro que não, pai. Quem te falou uma loucura dessa?

       -Amy, você tem maconha e cocaína nas suas coisas. Como explica isso?

       -Você estava mexendo nas minhas coisas? Não tem o direito de fazer isso.

        -Não mude de assunto, Amy! Responda a minha pergunta.- digo um pouco mais alto e firme.

        -Eu já disse que não.- ela responde friamente.

        -Então porque tem drogas nas suas coisas?

        -Não são minha.- ela responde mais apreensiva do que antes.

         -Não são sua? De quem são, Amy? Porque está guardando isso?

         -Eu...eu não sei. Não posso falar.

         -Como não pode falar, Amy? Você está trazendo drogas pra dentro de casa e não pode falar de quem são? Você enlouqueceu? Isso que está me dizendo é um absurdo, Amy! Você tem noção do que está dizendo?

         -Eu vou me livrar delas. Eu prometo.

        -Não, você não vai sair por aquela porta, está me entendendo? Você está proibida de sair de casa até me dizer toda a verdade. E me entregue tudo que você tem de ilícito nesse quarto, agora mesmo.

         -Você não pode fazer isso...

        -Não só posso como já estou fazendo.

        -Isso é injusto. Vou virar uma prisoneira aqui dentro, é isso?

         -Agora, Amy!

   Ela me fuzila com os olhos. Levanta e pega as drogas embaixo do colchão me entregando de má vontade.

        -Já entreguei agora posso sair?

        -Não.

        -Estou de castigo? Não sou criança pra me colocar de castigo.

        -Você tem 16 anos, Amy. É claro que você é uma criança. E eu sou seu pai, certamente posso te colocar de castigo.

        -Eu te odeio!

   Me levanto e vou até a porta.

        -Sua mãe quer falar com você. Ligue para ela.- digo e saio do quarto fechando a porta. Escuto ela jogar objetos na parede assim que saio mas ignoro.

          Amy
   Meu pai pirou. Me proibiu de sair, como ele pôde? E ainda mexeu nas minhas coisas! Cadê a minha privacidade?

    Merda, merda, merda. E como se não bastasse ainda tive que entregar quase todos meus tóxicos a ele.

   Por sorte tinha escondido mais em um local mais seguro. No canto aonde ficava o closet tinha um pedaço de madeira solto do chão, tirei a madeira solta e lá estava quatro baseado perfeitamente prontos e alguns pinos de coca. Peguei um pino, precisava espairecer a mente um pouco.

    Fiz duas carreiras e cheirei de uma vez. Minha mente voltou a trabalhar, colocando todos arquivos em ordem novamente.

         Outro dia
   Acordo e tomo um banho. Ainda estava meio irritada por estar de "castigo". Estico duas carreiras e cheiro. Agora sim estou acordada, penso rindo comigo mesmo. Pego minha bolsa e saio.

    Passo na casa da Sam. O irmão dela é traficante. Eles moram em um pequeno prédio de 4 andares meio fodido. Abro o portão de ferro que faz um ruído por estar enferrujado. Subo a escura escada até o terceiro andar aonde Sam mora. Bato na porta.

      -Hello, baby.- é ela que abre a porta.

      -E aí, gata.

      -Entra.- ela me puxa pra dentro.- Sentiu saudades, foi?

      -Tenho aula agora, Sam. Só vim buscar coca.

    Ela fez um beicinho e cruzou os braços.

     -Fala memo, doida.- é o irmão da Sam, KM como é conhecido.

     -Preciso de um pó de 50, meu amigo.- a mesada que minha mãe me envia me ajuda bastante.

  Uns amigos dele estava no quarto cheirando, aproveitei pra dar uns tecos também.

   Quando já ia saindo pra ir pra escola Sam me puxou.

      -Nem vai se despedir?- ela choraminga.

  Damon disse que desde o dia que a levei pra minha casa ela ficou caidinha por mim. Não posso negar que foi bom, e apesar de ter sido minha primeira vez com uma mulher eu me senti totalmente experiente e Sam disse que eu me saí muito bem.

       -Sam, eu tenho aula.

       -Nem um beijinho de despedida?

  Eu rio e a puxo para um beijo. Ela tem uma boca deliciosa mas eu não posso ficar, meu pai poderia ir até a escola de novo e eu precisava estar lá hoje.

       -Mais tarde se conseguir passo aqui.- digo e saio sem dar tempo dela responder qualquer coisa. Tenho certeza que ela ia acabar fazendo eu ficar e eu não podia de jeito algum.

    Corro para a escola sentindo a adrenalina da coca no meu corpo. Chego lá e ainda estou acelerada.

   Os três primeiros aulas passa rápido e logo chega o intervalo. Pego a bandeja apesar de não estar com fome, coloco pouco comida e vou para a mesa da Gina. Assim que me sento ela e Mike me olham estranho.

       -O que foi?

       -Aonde você estava ontem, senhorita?- pergunta a Gina. Às vezes ela parece a minha mãe.

        -Porque a pergunta?

        -Seu pai foi na minha casa ontem.- diz o Mike.

       -É mesmo? E porque?- me faço de desintedida.

       -Estava te procurando. Ele veio até a escola e você não estava aqui.

        -Eu sei, já falei com ele.

        -O que você está escondendo da gente?- pergunta a Gina.

        -Não estou escondendo nada.

        -Está sim. Você e o Damon aliás. Mike disse que ele anda estranho igual você. Aposto que estão juntos nessa.

        -Gina, não pira.

   Ela ia dizer alguma coisa mas, para minha sorte, o sinal bateu. Me levanto rápido e digo que tenho que passar na secretaria. Mas vou até o banheiro cheirar duas carreiras bem gordinhas. Sobriedade não é para mim e eu já estava quase sóbria.

Amy-O Mundo Não é Seguro (CONCLUÍDO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora