It's MY dream! • Catradora

By pituotaria

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Adora e Catra são duas jovens estudantes do Ensino Médio do Colégio Bright Moon, localizado em Etheria. Após... More

(Apresentações)
1 - Compartilhando sonhos
2 - Apresentações formais
3 - O início da competição
4 - Coincidências (des)agradáveis
5 - Expressão Artística
6 - She-ra do meio ambiente
7 - Dois anos antes
8 - After - Parte 1
9 - After - Parte 2
10 - Reaproximação
11 - A visita de Mara
12 - Aposta - parte 1
13 - Aposta - parte 2
14 - Casa
15 - Desmoralização antiética
16 - Lição de moral
18 - Questionamentos
19 - Recuperações - parte 1
20 - Recuperações - parte 2
21 - Incertezas
22 - Festa na mansão
23 - Tudo que eu queria
24 - Confissões da madrugada
25 - Maternidade
26 - Do sonho ao pesadelo
27 - Atos desesperados
28 - O valor das amizades
29 - O certo e o errado
30 - O bom filho à casa retorna
31 - Lavando roupa suja
32 - Acusações
33 - O que vai ser?
34 - Vida nova?
35 - Reencontro
36 - Desculpas
37 - As motivações
38 - Mais um primeiro dia
39 - Titanic e outros naufrágios
40 - Glimbow
41 - Consertos
42 - Reunião de princesas
43 - Tequila, sal e limão
44 - Promete?
45 - Um beijo por vez
46 - Censurado
47 - Juntas
Aviso (do bem)

17 - Laços e Alianças

770 99 431
By pituotaria

Desespero, desespero, desespero.

Como é bom ser estudante.

Era terça-feira novamente e Adora estava desesperada.

No dia anterior, assim que chegou em casa, a loira abriu o site do colégio e pôde ver o tema da terceira categoria, liberado pontualmente no horário marcado.

"Boletim e desempenho, serão avaliadas as notas finais de cada matéria, média ponderada e desempenho em sala de aula, do semestre vigente e dos anteriores."

Aquela categoria só podia ter sido alocada naquela semana de propósito, a loira imaginava, seria coincidência demais avaliarem as notas justamente nos dias em que havia, ao menos, três provas marcadas. Não que isso fosse um problema para Adora normalmente, não era, ela sempre mantinha o alto nível dos boletins, porém com o início da competição e a sobrecarga de atividades extras ela havia diminuído um pouquinho o tempo de estudo das disciplinas obrigatórias e agora havia chegado a hora de correr atrás do prejuízo.

Seu desespero só crescia enquanto ela lia e relia as mesmas páginas do livro de biologia e não entendia nada por estar muito ocupada pensando em quão ruim seria não entender nada. Ah, o ciclo da autossabotagem.

Adora decidiu passar o intervalo na biblioteca estudando o máximo que conseguisse, e Bow e Glimmer decidiram a acompanhar, mas mais atrapalhavam do que ajudavam.

- A gente podia ir tomar um açaí saindo daqui. - Bow sugeriu. - E ai, o que acham?

- Eu odeio açaí, Bow. - Glimmer respondeu. - Vamos no shopping, daí a gente vê um filme e come alguma coisa melhor.

- Que tipo de pessoa odeia açaí? Isso é desumano. - Bow fingiu estar ofendido.

- Eu, ué. Tem gosto de terra. - Glimmer colocou as mãos na cintura.

- Claro que não, é maravilhoso! - Bow defendeu. - Adora, de que lado você está?

- O que? - Adora não prestava atenção, ainda estava presa na releitura da mesma frase do livro de biologia.

- Você gosta de açaí? - Glimmer reformulou - Ou é gente?

- Que absurdo. - Bow negou com a cabeça.

- Eu... - Adora não tirou os olhos do papel e os amigos tornaram a chamá-la - O que? Açaí?

- É. - Responderam juntos.

- Gosto, gosto. - Respondeu e voltou a ler o texto.

- Viu, Glimmer? Açaí é bom.

- Viu, Bow? Tá atrapalhando a menina estudar. - Glimmer riu, diminuindo o tom de voz e dando um empurrãozinho de leve no amigo, que retribuiu e eles entraram em uma guerrinha de mão enquanto riam.

Adora respirou fundo, incomodada com o barulho dos dois, mas não disse nada.

- Para, seu chato. - Glimmer gargalhava das cócegas que Bow começou a fazer nela e o rapaz parou, acompanhando-a no riso. Depois de uns segundos recuperando o ar, a garota de cabelos rosas chamou Adora novamente. - Amiga?

- Oi? - Ela respondeu, concentrada.

- Depois você me ajuda em física? É a matéria em que tive as piores notas e queria recuperar pra avaliação e tals... - Glimmer pediu, se aproximando dela no sofá. Adora murmurou um "uhum". - Obrigada.

A dupla ficou quieta por alguns segundos e Adora agradeceu mentalmente, mas logo Bow cortou o silêncio.

- A matéria que eu tive a pior nota foi história. - Ele soltou - O que é uma vergonha, porque meus pais são professores de história.

- Não acredito. - Glimmer voltou a rir. - Porra, Bow.

- É, triste.

- Eu te ajudaria, mas não to muito boa em história também não. Adora, pode ajudá-lo? - Adora não respondeu - Adora? - Glimmer perguntou mais alto e a loira bufou, fechando o livro.

- Sim. - Disse, séria. - Mas agora eu realmente preciso estudar, ok?

Adora cerrou os olhos e respirou fundo algumas vezes para conter a irritação.

- Tá de mau humor, é? - Glimmer perguntou, brincando, mas a loira se levantou e ajeitou suas coisas.

- Foi mal, eu só preciso estudar. - Ela respondeu, com um sorriso fraco. - Vejo vocês mais tarde.

Ela saiu da biblioteca apressadamente, visando chegar em algum lugar tranquilo antes que o intervalo acabasse, mas falhou, pois mal havia chegado no corredor e ouviu o sinal tocar. Suspirou derrotada e foi para a sala.

--------

O período de aulas do dia já havia terminado, o que significava que era a hora dos alunos inscritos se dirigirem até os locais de suas atividades extracurriculares. Como Catra bem sabia, hoje era dia de clube de artes. Yay.

Como sua amiga agora estava de rolo com Perfuma e elas não se desgrudavam, foi sozinha até sua sala e acomodou-se na roda que sempre estava posta na sala principal. Poucos alunos haviam chegado e ela ficou matando o tédio assistindo os que já estavam lá arrumarem as salas, em especial, a sala de artes corporais - teatro e dança.

Arqueou uma sobrancelha quando viu um destes estudantes derrubar uma caixa cheia de acessórios de figurino no chão e ser repreendido por um veterano do clube desconhecido por ela até então.

- Que mão furada, criatura! Me lembre de nunca mais te pedir pra realizar tarefas complexas assim. - A pessoa revirou os olhos, com as mãos na cintura e Catra achou aquilo o máximo. - Vamos, cata isso logo, quanto mais tempo as jóias ficam no chão expostas, mais elas oxidam e eu que não vou usar bijuteria enferrujada.

Quando o estudante terminou de juntar os objetos e entrou na sala de artes corporais, Catra levantou e caminhou até onde a pessoa estava, enquanto ria de forma sarcástica.

- As pessoas desse colégio não tem o mínimo de noção mesmo. - A morena cruzou os braços e apoiou as costas em uma das mesas dispersas pelo lugar.

- Não é? Tem que ficar em cima, se não fazem tudo errado. - A pessoa respondeu. - E é uma lerdeza, que olha...

- Nem me fale! Essa gente lerda só serve pra estressar. - Catra afirmou e após uma pequena pausa em silêncio, sentiu que estava sendo observada de cima a baixo pelo indivíduo, que dava um sorrisinho de canto de boca.

- Acho que ainda não te conheço. - Disse.

- Sou Catra, primeiro semestre aqui no clube. - A morena se apresentou e repetiu o movimento que e estudante havia feito há pouco, lhe observando de cima a baixo. - E você é?

- DT, prazer. - Elu esticou a mão para cumprimentá-la. - De "Double Trouble", não de "Doenças Transmissíveis", a única coisa que transmito é talento e carisma.

Catra riu e cumprimentou de volta, havia simpatizado com elu, por mais raro que fosse aquilo.

- Seus olhos são bonitos, querida. - Double Trouble comentou. - Um de cada cor, como os de um felino predador... Ou como os de um gatinho.

- É apenas um presente genético que algum dos meus progenitores me deu. - Catra deu de ombros, mas completou, bem humorada - Alguns dizem que são olhos de bruxa.

- Ora, você tem razão. - DT deu umas voltinhas no entorno do corpo dela, segurando as mãos para trás e observando os seus olhos com atenção. - Parece que a grande vilã das nossas peças acabou de aparecer, não?

- Isso depende. - Ela respondeu, com seu tom sarcástico usual. - Será que vocês aguentam tanto talento assim?

Double Trouble parou de andar e soltou uma risada.

- Acho que vamos nos dar bem, Kitten.

--------

Adora havia ficado um pouco mais na sala de aula para estudar quando o sinal tocou, enquanto todos seus amigos se despediram dela e tomaram seus rumos. Tinha conseguido finalizar o capítulo de biologia, mas ainda faltava muito o que estudar. Ao menos agora teria mais paz para enfrentar a tarde no clube de artes. Caminhou até lá, encontrando com a Prof Castaspella no caminho e as duas seguiram conversando até chegarem na sala quase vazia. Enquanto a mais velha reunia os integrantes veteranos das Artes corporais para conversar antes da reunião, a loira notou a pessoa que mais andava evitando se aproximar.

- Adora. - Catra se aproximava de braços cruzados, mas um sorriso irônico no rosto. - Parece que encontrou as suas roupas.

A loira pensou em ignorá-la ou entrar na defensiva, mas sabia que nada daquilo irritaria Catra. O que poderia atingi-la, entretanto, era vê-la agir da mesma forma que ela. Adora sentia que o clima de provocações das duas havia mudado de tom desde os acontecimentos das últimas semanas, e se aproveitaria daquilo.

- Isso tudo é vontade de me ver sem roupas? - Adora provocou, percebendo a surpresa no rosto da mais baixa ao escutar sua resposta. - Não precisava roubá-las, existem outros jeitos, sabia?

A expressão no rosto de Catra estava impagável, e mesmo isso deixando Adora um pouco envergonhada também, valia a pena só para poder assistir aquilo. O que ela não esperava, era que a morena continuaria aquele joguinho.

- Você não se garantiria nos outros jeitos, princesa. - Ela respondeu, dando uma piscadela e mordendo os lábios. Adora sentiu um leve arrepio na espinha.

- Pois eu acho que você me subestima. - Adora disse no mesmo tom e deu um passo para frente, encurtando a distância entre as duas. - Que tal se na próxima vez que for me surpreender no banho você não fugir? - Perguntou, mais baixo para que ninguém ouvisse.

Catra puxou o ar e a olhou nos olhos, antes de soltá-lo bem devagar. Adora retribuiu o olhar e por um instante sentiu que estava caindo na própria armadilha.

- Isso é um convite? - A morena perguntou baixinho, provocadora. - Por que se não for, é uma sugestão bem ousada da sua parte...

Adora por um segundo, imersa em seu olhar, se sentiu tentada a responder que sim. Por sorte - ou azar - Castaspella interrompeu, chamando os estudantes para se juntarem na roda.

- Salva pelo gongo. - Catra respondeu, desviando o olhar da loira e soltando um sorrisinho de canto de boca.

Adora não respondeu nada, apenas sorriu provocadoramente e obedeceu a professora.

Catra se achava muito esperta e intimidadora, talvez ela até fosse, mas Adora conseguia retribuir a altura e mostraria isso a ela. Agora a guerra era entre as duas, sem usar outras pessoas ou pedir ajuda externa, como a morena temia.

Adora não seria boba.

------

Catra se juntou ao grupo, evitando sentar-se ao lado de Scorpia, que quase dividia a cadeira com Perfuma de tão próximas que estavam e sentou-se ao lado da nova amizade, Double Trouble, que mantinha as pernas cruzadas e a postura ereta, com superioridade. Elu sorriu para Catra ao vê-la sentar ao seu lado.

- Pelo visto, você deve ser a tal da inimiga da adorada Adora. - DT sussurrou, sem se virar para ela.

- Até você sabe disso? - Catra perguntou.

- Todos na escola sabem, anjo. - Debochou - Eu lembro dos rumores na época que vocês saíram no tapa, e se eu não esqueci, acho que ninguém esqueceu...

- Nós não saímos no tapa, isso é exagero. - Ela retrucou.

- Ah sim, me perdoe. - Corrigiu - Na época em que você saiu no tapa.

- Essa é a versão de quem não sabe da história completa. - Catra resmungou.

Deve ser por isso que esses otários não gostam de mim - Pensou Catra. - Melhor pra mim, não tenho que suportar ninguém e ainda saio como a fodona.

- Interessante. E qual seria a história completa? - Double Trouble perguntou, arqueando uma sobrancelha.

Catra hesitou, apenas Scorpia sabia sua história com Adora pelo seu ponto de vista, Entrapta havia se juntado à dupla depois dos acontecimentos do início do segundo ano, então nem mesmo ela sabia direito. A última coisa que queria no momento era compartilhar algo tão delicado como seus sentimentos sobre aquilo com alguém e a pessoa ficar do lado de Adora, julgando-a.

- Por que eu te contaria?

- Você não tem motivo nenhum para me contar. - DT deu de ombros, sorrindo da forma como sempre fazia, fazendo Catra duvidar de suas intenções. - Mas, sabe, eu acredito que seria interessante ouvir o que a grande valentona da história tem a dizer sobre essa situação toda.

Catra ergueu uma sobrancelha, desconfiada.

- Sabe, eu dúvido que o grupinho Rebelião seja tão bom assim. - Double Trouble continuou. - Se acham demais para o pouco conteúdo que tem.

- Demais mesmo. São todos uns mimadinhos idiotas de cabeça vazia que só servem para usar as pessoas, principalmente a Adora. E os imbecis do colégio ficam dando confete. - Catra desabafou. - Mas eu quero ver quando eu derrotá-la na competição e perceberem que ela não é tudo isso.

Double Trouble aumentou o sorriso.

- Ah Kitten, kitten... - Disse - Eu acho que posso te dar uma ajudinha com isso, se estiver disposta.

- É sério? Como? - A morena perguntou, interessada.

- Sério, e posso te dar várias ideias hoje. - Afirmou, mas complementou em seguida. - Por um preço, é claro.

Ah, pronto.

- Que preço?

Double Trouble virou-se para ela, vitoriose.

- Por hoje, podemos começar com você sendo minha dupla, que tal?

Foi a vez de Catra sorrir vitoriosa.

- Combinado.

A dupla passou a prestar atenção nas orientações de Castaspella, que introduziu o grupo às semanas de trabalho com as artes corporais. A professora apresentou cada um dos estudantes veteranos e estes falaram um pouco de como era focar em teatro e dança, suas vantagens e desvantagens para o aprendizado. Depois, a mulher apresentou as atividades que seriam trabalhadas na categoria: no primeiro dia, que era hoje, os alunos teriam que trabalhar no desenvolvimento de uma personagem que teria a personalidade e as características que estes escolhessem, desde que fosse dentro do universo fictício que a mesma havia descrito para eles. No final do dia, deveriam apresentá-la para a turma, justificando suas escolhas.

Catra e Double Trouble trabalharam juntos e criaram suas personagens com base no que elu comentava que seria mais divertido e que mais combinaria com ambos. DT criou Flutterina, uma jovem garotinha empolgada que queria ser uma heroína e Catra criou uma vilã a qual não soube nomear ainda. Durante sua justificativa para a turma, explicou:

- Os vilões normalmente são superiores aos heróis. E mais fortes também, sem todo o drama desnecessário e papinho de se conterem para não causarem danos colaterais na hora da luta. - Ela dizia. - Será uma experiência interessante.

- Muito bacana, Catra. - A professora elogiou.

Adora cruzou os braços ao assistir, sabia que aquilo era uma provocação relacionada ao fato da morena sempre chamá-la de "She-ra" e de dizer que ela era fraca. Catra estava transformando tudo em uma estranha metáfora para a realidade que elas viviam, e Adora decidiu continuar respondendo às provocações à altura, estava sendo divertido.

Quando foi a vez da loira apresentar, ela disse:

- Ao contrário de alguns colegas, não acho que os vilões sejam superiores. Os heróis sempre ganham por um motivo, eles sabem medir as forças e não machucam a toa. Não tem nada de honroso em ganhar trapaceando, certo? - Adora sorriu ao ver a cara de raiva de Catra. - Minha personagem é uma heroína, e a escolhi pois não há nada melhor do que ganhar fazendo o bem e jogando limpo.

- Sensacional, querida! - Castaspella disse.

A loira se dirigiu até seu lugar, e escutou Sea Hawk comentar, confuso:

- Achei que seríamos dois marinheiros.

- Mudança de planos, Sea. - Adora respondeu.

Catra assistiu quando ela foi se sentar, e sussurrou para DT:

- Chegou a hora de me dar umas ideias...


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Hey, hey
Hoje venho chorando até vcs, pois meu note está na manutenção e estou impossibilitada de escrever por uns dias.
Por sorte, tenho uns caps já escritos pra ir postando shauhsua
Espero que estejam tds bem <3 até mais.

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