Não são pretos seus olhos, estive enganada por todo esse tempo. Quando a luz do final do dia bateu em sua pele pude ver que seus olhos são castanhos, castanhos bem escuros. Tão escuros que se não tiver um pouco de luz você acha que é uma vasta escuridão. Mas são castanhos, castanhos escuros que transmitem carinho e compreensão.
— Posso te levar a um lugar? — ele questiona com sua voz rouca e doce.
— Agora?
— Agora.
— Agora, agora?
Ele sorri com seus dentes brancos e alinhados.
— É agora, agora.
Assinto.
Ele se levanta do telhado erguendo sua mão para mim, pego me levantando saltando do telhado.
Observo o píer grande e mal iluminado, poucas as pessoas estão a o redor posso escutar o som das ondas. O píer é grande com barracas de comidas e outras lojas ao redor, mas Derek me puxa para mais fundo, descemos as escadas de madeira que range quando pisamos. Não trocamos nenhuma palavra quando estávamos no carro eu somente encostei a testa na janela de seu carro e me deixei levar com o som do rádio baixinho e apreciando quando o vento batia em meu rosto levando meus cabelos para trás se Derek ficou incomodado com o silêncio não deixou transparecer ora ou outra ele me encarava de soslaio depois voltava a dirigir e continuava a batucar seus dedos no volante no ritmo da música.
Mas, no momento, me pergunto o que ele quer me mostrar.
Deixou sua mão me guiar enquanto ele corta entre as pessoas, o céu já está escurecendo.
— Vem. — ele diz perto do meu ouvido ignoro o arrepio que se passa pela minha coluna.
Percebo que estamos debaixo do píer olho as grandes colunas de madeira que sustentam a mesma, as ondas batem no local fazendo splash jogando algumas gotículas de água. Derek para de andar apertando minha mão, ergo o meu olhar.
É lindo.
Temos uma visão perfeita da lateral do píer, as luzes estão acessas nas barracas posso ouvir murmúrios e risadas também escuto atentamente quando as ondas se chocam nas pilastras, as gaivotas, o sabor salgado em meus lábios que o farfalhar do vento trás. Não tem ninguém aqui, somente nos dois e o resto do mundo. E desconfio que ninguém mais conhece esse lugar além da escada estar interditada ela fica meio escondida.
— É lindo. — sussurro abraçando seu braço descansando a cabeça em seu peito, ele encosta sua bochecha em minha cabeça enquanto com a outra mão faz círculos lentos e preguiçosos em minha coluna.
— É sim.
— Como encontrou esse lugar?
— Lia tinha tido um péssimo dia na escola, e eu não suportei vê-la chorando outra vez. Sai de casa e vim para o píer, avistei a escada, fiquei curioso e desci. E bem, encontrei esse lugar. Gosto de ouvir as pessoas rindo e também gosto de ouvir as ondas do mar quebrando. Sempre venho aqui quando tenho um dia difícil.
— Como é um dia difícil para você? — questiono.
— Não tenho dias muito difíceis, vai parecer banal, mas sempre que eu não consigo fazer alguma coisa no treino ou quando perco um jogo venho para cá. Ou quando quero ficar em silêncio só com os meus pensamentos. Nunca trouxe alguém aqui.
Meu coração galopeia no meu peito.
Solto o seu braço agora o abraço, meus braços ficam envolta de sua cintura e eu afundo minha cabeça em seu peito inspirando seu perfume. Ele retribui.
— Obrigada. — sussurro contra seu peito.
— Pelo o quê?
— Por não me julgar e por estar comigo sempre que preciso, eu te disse que você não iria querer me conhecer.
Sinto ele abrir um sorriso.
— E eu te disse que sou uma pessoa que não desiste fácil. — dou risada.
— De fato, você não é.
Derek me aperta em seus braços.
— Sempre gostou de futebol?
— Uhum, desde pequeno sempre adorei jogar com meu pai aos poucos foi se tornando um hobby, depois um esporte e depois uma paixão.
— Por que você gosta?
— Não sei, acho que gosto da adrenalina, dos gritos da plateia até mesmo do treinador. Gosto quando vencemos e somos aclamados.
— Esnobe. — brinco cutucando seu peito duro.
Ele gargalha, esse é o som que eu nunca iria me cansar de ouvir.
— Às vezes — ele diz rindo e depois fica em silêncio por um tempo — Eles são a minha segunda família. Henry, Luca, Bianca, Ben...
— Emily?
— Até Emily a loira me conhece desde pequeno e desde então não para de me importunar. — abro um sorriso porque isso é a cara dela.
— Por que gosta de tocar?
— Não sei — dou de ombros — algumas vezes não consigo expressar o que estou sentindo, e então eu toco. Triste, feliz, brava... eu só toco. As vezes a música expressa os meus sentimentos melhores.
— Isso é... interessante.
Ergo minha cabeça para olhar em seus olhos, sorrio e arrumo seus cabelos escuros.
— Acho que é... então é aqui onde eu posso te encontrar quando você sumir?
Ele sorri e acaricia minha bochecha.
— Um dos lugares. — ergo a sobrancelha.
— Quais são os outros?
— Tenho mania em ficar no campo até tarde de vez em quando.
Me lembro quando eu encontrei na escola tarde da noite há algumas semanas atrás.
— Peculiar. — nossos hálitos estão misturados de tão perto que estamos. — Vou usar aqui também como escape. — uma risada rouca sai de seus lábios.
Derek fita minhas íris intensamente como se me conhecesse desde sempre, e parece que me conhece.
— O que foi? — digo.
— Nada, só estou observando o quanto você é bonita.
Enrubesço, Derek sorri um misto de desejo e carinho por fim ele sela nossos lábios.
Minha mão passa por seus fios puxando cada vez para mais perto, sinto suas mãos apertarem minha cintura como se não quisesse me deixar sair. Seu gosto é como droga a cada dose que quero mais e a cada segundo eu sinto falta. Desço minhas mãos pelo seu maxilar retilíneo e marcado, desço pelo seu pescoço e por fim passa minhas mãos pelo seu peitoral malhado, querendo sentir sua pele, enfio minha mão para debaixo de sua camisa sentindo todos os seus músculos ficarem tensos. Arranho delicadamente de cima para baixo sorrindo quando ele solto um grunhido em satisfação. Acho que uma das coisas que gosto quando beijo Derek é o seu jeito de demonstrar o desejo...como se eu fosse única.
Sua mão está em meus cabelos alternando para o meu pescoço enquanto sua outra mão fica na base de minha coluna. Ando para trás até seu corpo se chocar contra uma pilastra.
Derek aprofunda o beijo acariciando minha língua e dando mordidas em meu lábio inferior, meu corpo por dentro pega fogo que me consume a cada segundo. Ele alterna nossas posições me prensando na parede, sua mão desce até minha bunda apertando solto um suspiro. Ele separa os nossos lábios e sussurra rouco no pé de meu ouvido:
— Fica. — indaga encostando sua testa na minha.
— O quê?
— Fica comigo.
Encaro seus olhos vendo se isso não é um sonho.
Não, não é.
Sinto seu cheiro másculo e suave, seu toque gentil mas malicioso... ali está a pessoa que não me julga, que me olha apesar de todo o sofrimento, apesar de minhas complicações. Apesar de eu estar toda quebrada ele não desistiu.
— Fico. — sussurro de volta contra seus lábios.
É o bastante para ele voltar a me beijar ferozmente.
Fico.
E ele nem precisava pedir, pois eu já estava ali para ele.
Eu já estava à sua mercê há muito tempo.
Derek Turner entrou na minha como uma tempestade. E eu a vi desde do primeiro estampido, a sentindo há milhares de quilômetros.
Uma tempestade que derrubou minhas barreiras.
Até mesmo as mais grander e fortes.
EEEEEE BATEMOS A METAAAAA MUITO OBRIGADA GENTE SÉRIO EU FIQUEI SUPER FELIZ E EMPOLGADA COM ISSO.
OBS: VOCÊS SABIAM QUE TEM PLAYLIST DO LIVRO??
SE QUISEREM O LINK ESTÁ NA MINHA BIO.