Lover of Mine | Luke Hemmings

By finelinerhemmo

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Um acidente premeditado é uma execução? Eu deixei que ele me usasse desde o dia em que nos conhecemos. Fui u... More

Trailer
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Presentinho de Final de Ano
POV Luke
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Epílogo

Capítulo 43

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By finelinerhemmo


- Julie?

Estava cedo e eu ainda não estava completamente acordada quando uma enfermeira entrou no meu quarto com um telefone na mão.

- Sim? - respondi.

- Seu pai está no telefone.

Ela me entregou o aparelho e eu senti um alívio gigante quando ouvi a voz dele do outro lado da linha.

Surpreendentemente, ele estava calmo. Me disse que havia sido comunicado no dia do acidente.

Ouvir ele falar o que eu tinha esquecido fez tudo aquilo parecer mais real.

Eu não tinha dores no corpo, apenas pequenas escoriações, então não me parecia grave. Quanto às memórias...bem, o que a mente não lembra o coração não sente, certo? Mais ou menos isso.

A Jam House havia me mandado em uma viagem de um projeto em fase de testes. Eu estava acompanhando a 5 Seconds of Summer em uma pequena turnê promocional para dois singles que eles haviam lançado, então aí estava a explicação da visita estranha do dia anterior. Eles me conheciam pois eu trabalhava com eles.

Meu telefonema terminou pouco antes do início do horário de visita.
Um tal de Josh apareceu e corroborou o que meu pai tinha me contado sobre o meu trabalho. Tivemos uma conversa leve, mas ele parecia tenso de me ver numa cama de hospital, mesmo eu dizendo que estava tudo bem.

A Dra. Stone havia me dito que eu ficaria em observação por mais alguns dias, afinal, tinha passado muito tempo desacordada.

Josh não demorou muito, ele logo se despediu para ceder a vez da visita à próxima pessoa da fila.

Troquei o canal da TV enquanto aguardava meu próximo visitante entrar no quarto. Era Hemmings.

- Hey! - sorri pra ele.

- Hey.

Ele parecia menos travado do que da última vez, mas ainda assim meio sem graça.

- Posso te oferecer alguma coisa? - olhei pra bandeja ao lado da minha cama - Uma água em temperatura ambiente, uma gelatina sem gosto...?

Esperei a reação dele, que riu.

- Você está se sentindo bem? - ele andou pelo quarto e parou encostado na grande janela da parede oposta, bem longe de mim.

- É quase como se eu não tivesse sido atropelada e perdido a memória.

- Ah - ele abriu a boca, impressionado com a minha facilidade de tocar no assunto.

Quis rir dele, mas me detive pois tinha certeza que Luke ficaria ainda mais sem jeito.

Pensei nos assuntos que poderia puxar com ele, querendo fazê-lo falar mais e, até quem sabe, se soltar e relaxar aquela postura desconfortável que ele sustentava.

- Me disseram que trabalhamos juntos, certo? Por onde viajamos até agora? - me ajeitei na cama para ficar mais sentada.

Ele pensou um pouco antes de responder.

- Londres, Paris, Nice e Amsterdã antes de chegarmos aqui.

- É a nossa última parada? - continuei tentando fazer ele falar, mas também interessada nas respostas.

- É. Faríamos um último show no The Forum antes de pausar pra terminar de fazer o próximo álbum - ele respondeu.

- Fariam um último show? Não fizeram ainda?

Luke cruzou os braços.

- Hum...uma coisa aconteceu.

- O quê?

- Seu acidente.

Eles deixaram de fazer um show por minha causa?

- Vocês cancelaram um show por mim?
- minha voz beirava a incredulidade.

Hemmings olhou para os lados.

- Claro. Você é nossa amiga - ele não sabia o que fazer com os braços que tinha acabado de descruzar, então colocou as mãos nos bolsos da jaqueta - Não tínhamos cabeça para fazer qualquer coisa enquanto você estava desacordada.

Notei que o tom dele era triste.

- Me desculpe - pedi.

- Não se desculpe - a voz de Luke ficou mais baixa - você não fez nada de errado. Nada.

Enquanto eu tentava ligar os pontos e fazer o loiro falar, ele me contou sobre como eu conheci a banda na Jam House de Sydney, que eu e Calum ficamos muito amigos durante a viagem e que, por essa razão, estava ficando na casa deles em L.A.

- O acidente aconteceu perto da casa de vocês? - perguntei

Hemmings limpou a garganta.

- Não. Foi perto de um restaurante de comida japonesa.

Tinha que ser. Gula realmente pode matar.

- Faz sentido.

Perguntei onde estavam os outros caras da banda, principalmente Calum, afinal, ele era meu melhor amigo, pelo que eu tinha entendido. Luke contou que não era recomendado ter muita gente no quarto durante a visita, então eles se dividiriam para me ver.

O horário de visita estava quase acabando. Se houvesse outra pessoa na fila pra me visitar, teria que voltar no dia seguinte. O tempo passou e eu nem vi.

- Então você não vem amanhã? - perguntei.

Eu queria que ele aparecesse.

- Amanhã é a vez do Calum e do Ash. Crystal quer vir também.

Ele havia me informado que Crystal, namorada do Mike, havia me visitado diversas vezes enquanto eu estava sedada. Assumi que a mulher que eu sempre ouvia chorando era ela.

- Venha com a Crystal - sugeri.

- Ok - ele balançou a cabeça.

Depois que a enfermeira veio avisar que o horário de visitas tinha terminado, observei Luke sair pela porta já ansiosa para conversar com ele no dia seguinte.

Pra minha sorte, ele apareceu todos os dias.

Ia ficando cada vez mais à vontade, mas ainda evitava se aproximar da cama. Ficávamos o horário inteiro conversando. As outras visitas entravam sabendo que ele não ia se retirar. Quando Calum veio, fiquei admirando a amizade deles e a forma sobre como falavam de assuntos domésticos. Mike era inocentemente engraçado e Ash fazia piada de tudo, mas sempre me dava um abraço de despedida com palavras bonitas.

Enquanto as outras pessoas interagiam comigo, eu via Luke apenas nos observar, cruzando olhares com ele muitas vezes. Até fazendo piadas internas somente com gestos.

As enfermeiras se derretiam por ele, a Dra. Stone já o chamava pelo primeiro nome e tudo ficava estranhamente silencioso depois que ele ia embora. Minha única outra diversão no dia era andar pelo quarto e pelo corredor da ala norte, conforme recomendado pela minha médica.

Eu já me sentia bem, mas entendia a necessidade de ainda estar no hospital. Principalmente pelo acompanhamento psicológico que eu estava tendo. A perda de memória não me causava dor alguma, eu não ficava tentando lembrar pois sabia que ia acontecer naturalmente.

Quer dizer, se fosse acontecer, aconteceria, e eu não precisava me esforçar.

Ah, Luke sempre levava comida escondido pra mim.

As refeições do hospital eram boas, mas sem graça, então ele me fazia esse favor.

- Qual o cardápio de hoje?

Perguntei enquanto ele tirava uma sacola da mochila.

- Hoje temos...- ele fez suspense demorando a revelar a caixa - comida mexicana!

Meus olhos brilharam. Ele pousou o pacote na bandeja em cima do carrinho e eu desencostei da cama, me ajeitando para ficar de frente pra ele, que puxava uma poltrona pra sentar.

Fazíamos sempre um jogo: provávamos tudo e aí tentávamos adivinhar todos os ingredientes contidos da comida. Somente após ler a embalagem ou pesquisar no Google os ingredientes era que começávamos a comer.

Luke era muito ruim no jogo e eu também não era tão melhor.

- Fazíamos isso antes? - perguntei.

- O quê? - ele perguntou de volta, comendo um nacho.

- Esse jogo.

Ele balançou a cabeça sem parar de comer.

- Não.

- Como éramos? - eu quis saber.

Ele parou de mastigar e me olhou.

- Nós...conversávamos apenas. Sem jogos.

A linguagem corporal dele não indicava conforto com a minha pergunta.

- A gente se odiava? - brinquei.

Luke voltou a prestar atenção na comida.

- Às vezes.

Levantei uma sobrancelha pra ele.

Rimos.

- Essa é uma ótima oportunidade pra gente começar de novo então - sugeri.

- Sim - ele me estendeu a mão - Deveríamos ir por outro caminho.

Segurei a mão dele.

- Olá, Luke Hemmings, eu sou Julie Lana. Você gostaria de ser meu amigo?

- Claro. Amigos - ele confirmou e deu um sorrisinho pequeno.

Terminamos de comer e Luke tratou de esconder o pacote com os restos dentro da mochila para ninguém ver o seu crime, mas o cheiro no quarto era difícil de disfarçar.

Calum também apareceu naquele dia, mas não conseguiu ficar muito tempo. Eu entendi perfeitamente o motivo de ter me aproximado dele. Ele era como um anjo da guarda, né? Sempre tão preocupado, carinhoso.

Ele parecia a figura mais adulta enquanto Luke era algo mais próximo de um melhor amigo ou um irmão. Michael era um irmão mais novo, mesmo sendo mais velho que eu, e Ash era aquele que sempre iluminava o lugar, aquele primo que aparecia pra dar vida às reuniões familiares.

Eu me acostumei rapidamente com o meu papel nisso tudo e era grata por estar sendo bem cuidada. Me certificava sempre de falar isso pro meu pai, que estava oitenta por cento das vezes preocupado na ligação. Ele até quis ir à L.A., mas eu disse que não era necessário. Logo estaríamos juntos em Sydney.

Eu entendia o ponto de vista dele. Meu pai não merecia lidar com outro acidente. Mas esse tinha sido um susto apenas. Ok que era um susto com um dano que talvez fosse permanente, mas o que eu tinha perdido naqueles meses que estavam faltando?

A diferença real que eu havia sentido era um alívio no peito quando pensava na minha mãe. Não me sufocava nem pesava. Não sei porque, mas talvez fosse a distância de casa, ou uma obra do tempo.

Algo na minha cabeça sussurrava que estava tudo bem.

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