"O pior sentimento é não saber se você deveria esperar ou desistir"
Parte da minha mente tinha acordado.
- Jura? - desencostei do sofá.
- Claro - Calum se afastou um pouco.
- Quem disse?
Ele sacudiu a cabeça, forçando a memória.
- Luke. Ele vem desconfiando há meses.
- Por que ele não disse nada?
- Porque ele não pode.
Eu não me importava com a mídia ou que quer que fosse. E eu? Por que ele não tinha me contado?
- Por que ele não disse nada pra mim?
- Ele precisa ter certeza - foi a vez do moreno deitar a cabeça no do sofá - a Modest não vai livrar ele do contrato por conta de uma simples suspeita.
Então era isso. Todo o silêncio sobre a gravidez tinha motivo. Então ela tinha traído ele? Como alguém podia trair Luke Hemmings?
Tentei imaginar a dor de ficar calado enquanto te parabenizam por uma mentira. A dor de saber que foi traído e precisar fazer silêncio. Será que Luke estava sofrendo aquele tempo todo e eu nunca vi?
- Ele tem o dedo podre.
- Sim, ele tem - Cal riu da minha frase.
Apesar de ruim para Luke, a notícia era boa para mim. Pouco me importava em fingir surpresa ou ser solidária com o chifre, eu estava feliz. Finalmente.
Em meu êxtase renovado, acendi mais um baseado e me pus a rir com Calum. Eu não sabia do que ele estava rindo, mas eu estava pensando em Luke, em como, do nada, ele era somente um...garoto.
Calum me beijou novamente, e minha reação foi retribuir com a potência de toda a minha animação. Eu estava em Amsterdam com um dos meus melhores amigos, recebendo a notícia do ano: não havia mais nada entre Julie Lana e sua maior vontade.
Luke estava ao alcance da minha mão, se eu a estendesse, ele a pegaria.
A vida era boa demais.
A sensação era como ser infinita. O impossível tinha acontecido, a minha sorte tinha mudado.
Pulei no colo de Calum, nós dois rindo e brincando com a boca do outro. Ninguém em volta parecia ligar, cada um tinha seu próprio mundo.
Não sei como foi que achamos o caminho de volta pro hotel, mas era quase manhã. Tínhamos passado a noite toda pela cidade, felizes, jovens, eternos.
Calum encostou a porta e me guiou até a cama, onde comecei a me despir por conta do aquecedor. Não havia maldade, éramos só dois corpos feitos de liberdade.
Deitamos encarando o teto que girava um pouco, até a tontura me deixava feliz...Ah como eu estava feliz.
Cal se virou, ficando quase em cima de mim e eu o puxei para um beijo. Gostava de beijá-lo, era bom, era inocente.
Pensei em tomar impulso e jogá-lo contra a cama para mudar de posição, mas antes que eu fizesse isso, senti a presença de mais alguém no quarto.
Virei meu rosto para encarar a figura alta.
Ele estava lá, lindo, mas a expressão no seu rosto era mortificada.
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Notas da autora
Capítulo curtinho para perguntar: vocês acham que o Luke tem dedo podre? Jules traiu ou não traiu Luke? É karma?
Curiosidade: o local descrito no episódio passado existe de verdade! Se chama The Internet e fica mesmo em Amsterdam.
- Iza 👽