Lover of Mine | Luke Hemmings

By finelinerhemmo

79.2K 5.7K 11.5K

Um acidente premeditado é uma execução? Eu deixei que ele me usasse desde o dia em que nos conhecemos. Fui u... More

Trailer
Prólogo
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Presentinho de Final de Ano
POV Luke
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Epílogo

Capítulo 1

2.2K 139 221
By finelinerhemmo

Eu o conheci na situação mais sem noção possível.

Deitada no meu quarto, com o celular do lado, exausta depois de voltar do trabalho, escutando meu pai cozinhando alguma receita mirabolante.

Eu amava trabalhar na Jam House, era o melhor estúdio de toda a Austrália, então eu passava o dia todo lidando com artistas incríveis, rodeada de música.

Era, com certeza, o ponto alto da minha vida.

Quando o amigo de infância do meu pai, Scott Miller, gerente da JH me ofereceu um estágio lá, eu senti que era impossível minha vida dar errado a partir dali. Ali eu começava a ter algo que eu prezava e queria manter. Um motivo para acordar todos os dias. Eu ainda me odiava, claro, mas eu finalmente achei uma inspiração pra tentar virar o jogo.

O celular tocou e a pessoa do outro lado da linha começou falando tão rápido, enrolado e cheio de sotaques misturados que eu mal entendi.

Olhando pra trás, eu queria ter fingido demência e desligado o telefone naquela hora, mas como eu ia adivinhar que aquele seria o gatilho para as minhas visitas ao céu e ao inferno?

- O quê? - eu respondi o mais alto possível, sem gritar, para a pessoa do outro lado da linha parar de falar e me ouvir.

Escutei o cara respirar fundo, como se estivesse infinitamente impaciente.

- Eu. preciso. que. você. venha. até. o estúdio. pois. eu. estou. trancado. do. lado. de. fora. - as palavras saíram pausadas e um pouco tropeçadas.

Ele parecia... bêbado?

- Quem é que está falando?

Não é tarde o suficiente pra quem quer que seja estar ligando pra uma estagiária?

- Não importa, é o seu trabalho. - ele respondeu em um exemplo perfeito de escrotice humana.

Droga.

Só podia ser um daqueles filhos da puta que se acham donos do mundo.

O lado ruim de trabalhar na JH era esse: lidar com babaca em crise de estrelismo.

Eu já o odiava, sem saber quem era.

De qualquer forma, era mesmo o meu trabalho.

Vesti o cardigã azul escuro que estava pendurado na cadeira da minha escrivaninha, vasculhei minha bolsa para pegar as chaves do estúdio.

Desci as escadas e avisei ao meu pai que voltaria em uma hora no máximo.

- Ok, mas pega o meu carro. Tá na época de trocar os seus pneus e ontem choveu um pouco, a rua pode estar molhada.

- Tudo bem, pai - beijei sua bochecha enquanto ele não tirava as mãos dos legumes.

Ele apontou para as chaves do sedan, em cima da mesa.

- Cuidado na rua!

- Sempre! Te amo.

Ouvi ele gritando um "também te amo" depois de já ter fechado a porta da frente.

Por que eu não fiquei em casa e aproveitei aquele jantar maravilhoso que meu pai estava preparando? Por que eu tive que colocar o trabalho acima da minha saúde mental justamente naquele dia?

Bem, agora já era.

...

Estacionei na calçada em frente à JH e avistei a sombra sentada nas escadas.

O cabelo loiro brilhante era suficiente pra eu saber que era mesmo algum músico famoso tendo ataque de estrelismo.

Nojo.

Fui até ele com as chaves já prontas para abrir o lugar.

- Boa noite - falei para quem que fosse o cara.

Ele levantou o rosto pra mim e eu pude ver quem era.

- Você demorou.

Era Luke. Luke Hemmings.

Droga. Ele tinha acabado de estragar todas as músicas que eu gostava da banda por ser um metido mal educado.

Eu não ouviria calada.

- Eu, literalmente, levei doze minutos para chegar aqui. - passei a mão na testa para botar os fios que se soltavam da minha trança no lugar. - Se não podia esperar, talvez devesse ter arrombado a porta e ter poupado a minha viagem.

Ele me olhou, não com a cara arrogante de antes, mas ligeiramente surpreso, apesar da sua expressão mais aparente ser a de bêbado.

Esses caras são muito mal acostumados. Não há muita gente gritando contigo quando você vale milhões.

- Abra a porta. - ele falou mais duro que antes, mas sabendo que eu não ia simplesmente abaixar a cabeça pra ele, independente de quem fosse.

Abri a porta e entramos.

- Você precisa buscar algo? Faça isso rápido, está tarde. - tentei falar no tom mais neutro possível.

Luke vestia uma jaqueta de couro e calças incrivelmente coladas. Estava indo em direção ao estúdio 1, quando virou para me olhar um pouco mais calmo do que segundos atrás.

- Talvez leve algum tempo.

Ele colocou a mão na porta.

- Quanto tempo é algum tempo? - eu quis saber.

- Você tem algum lugar importante pra ir? - Luke voltou a sustentar o olhar superior.

- Eu estava prestes a jantar com o meu pai depois de um longo dia trabalhando. - coloquei as mãos na cintura.

Ele me olhou sem emoção alguma e entrou no estúdio.

Eu resolvi sentar na ilha de edição. Mandei mensagem para o meu pai avisando que talvez demorasse mais do que esperava, e ele logo respondeu.

"Tudo bem, meu amor, John está aqui"

"Diga a ele que eu disse oi"

"Ok, minha linda, nos vemos mais tarde"

"Beijo, te amo"

"😘"

...

Um bom tempo se passou enquanto eu mexia no celular e checava através do vidro se Luke já tinha terminado.

Cheguei a me questionar como ele tinha meu número, mas lembrei que ele devia ter falado com alguém mais importante que eu, alguém que não ia se dispor ao capricho dele, e simplesmente passou o número da estagiária.

Ele andava de um lado pro outro com uma guitarra na mão cantando alguma coisa só para si. Aí então ele se aborrecia, botava a palheta na boca e passava a mão no cabelo.

Ele deve ter feito isso umas vinte e três vezes.

Ele não podia fazer essa dança tediosa em casa?

Resolvi perguntar pro gênio perturbado.

Liguei o microfone.

- Você não podia estar fazendo isso em casa?

Ele me olhou tirando a palheta da boca e balançando a cabeça negativamente, e logo se voltou pra guitarra.

- Por quê? - eu podia ser bem insistente.

Meu objetivo maior era aborrecer Luke o suficiente para que ele desistisse da música e me deixasse ir embora.

Talvez ele até contasse nas entrevistas de algum documentário da 5SOS que Julie Lana, uma tremenda cadela, estragou o momento em que ele teria feito a melhor música da sua carreira.

Ele olhou pra mim através do vidro e, dessa vez, ele pareceu triste.

Luke se aproximou do microfone para que eu pudesse ouvir o que ele tinha para falar.

- Porque ela está lá.

Sustentava um olhar triste? Arrependido? Talvez bêbado também. Não, com certeza bêbado.

Entendi de imediato.

"Ela" era Sierra, a namorada dele. Sempre achei que eles eram de mundos diferentes, afinal, ela era um anjo, quieta na dela, bem low profile. Enquanto ele era muito...de todo mundo. Apesar de só ter ouvido coisas boas dele, a minha real experiência ali estava dizendo todo o contrário.

Eu deixei ele terminar de fazer o que estava fazendo em silêncio. O belo casal tinha brigado e agora ele estava escrevendo uma música sobre o quão puto-triste&arrependido está.

Previsível.

Cerca de uma hora mais tarde, Luke parecia menos bêbado e mais calmo, mas ele ainda não tinha terminado.

Eu só queria que o telefone dele tocasse e Sierra pedisse para ele voltar.

Mas isso não aconteceu.

Ele perguntou qual era o meu nome.

- É Julie, sua majestade - fiz questão de usar meu melhor sarcasmo.

- Julie - ele pensou um pouco - você sabe operar a mesa de som? Eu preciso gravar isso.

Ele tentava ser gentil e encobrir a péssima primeira impressão que deixou.

- Eu sei um pouco. - Menti.

- Quanto é um pouco?

Revirei os olhos como estava tentando evitar desde que trocamos a primeira palavra.

- Você pode vir me ensinar? - pedi.

Eu sabia o mínimo do mínimo. Liguei o monitor enquanto ele saía da área de gravação e preparei uma pista de áudio no programa.

Ele chegou, se inclinou sobre a mesa e eu senti seu cheiro de perfume amadeirado e álcool. Era diferente.

Um pouco suave demais pro que eu esperava dele. Combinava com suas feições bem desenhadas.

Ele preparou tudo para a gravação e eu fiquei encarregada de apenas apertar um botão.

Gravamos a música de primeira. E é claro que ficou...incrível. A letra era sobre brigar e fazer as pazes. Ainda não tinha nome, segundo ele.

Eu podia prever os prêmios que ele ganharia com ela, mas o talento não fazia dele menos babaca.

- Luke, já terminamos?

Ele tirou os fones. E me encarou com um meio sorriso pelo vidro.

- Então você sabe o meu nome? - disse, parecendo se divertir.

Ele parecia infinitamente menos bêbado agora. Com certeza o efeito do álcool tinha passado.

- É o meu trabalho.

Balançou a cabeça.

- Justo.

O olhei enquanto ele colocava a guitarra no apoio de chão.

- Terminamos?

Ele ignorou a minha pergunta e fez outra.

- Está com fome, Julie?

Levantei os braços. Pelo jeito eu teria que gesticular pra fazer ele entender o quanto eu não queria estar ali.

- Sim! É por isso que quero saber se já terminamos. - retruquei.

Ele ignorou minha ânsia de voltar pra casa por completo.

- Eu também estou com fome. Você gosta de comida japonesa?

Ele estava me deixando impaciente por estar muito calmo.

- Meu pai está me esperando para o jantar, Luke. - nesse momento eu já estava tentando não ser a pessoa mais grossa do diálogo, por mais que ele merecesse.

- Está tarde, a comida do seu pai já deve estar fria. E isso não é um pedido.

Ele me deu um olhar de autoridade.

Cruzei os braços como uma criança, e não uma pessoa adulta terminando a faculdade.

Quem ele pensa que é?

- Você não é o meu chefe.

- Eu sou Luke Hemmings.

- Eu sou Julie Lana.

- Isso não significa nada pra mim.

- Digo o mesmo de você.

Nos encaramos impassíveis.

Ele andou até a ilha de edição.

- Você está de carro? - perguntou.

Levantei pegando minhas chaves perto da enorme interface de áudio.

- Eu não vou te levar a lugar nenhum. - bati o pé.

- Sim, você vai pois gosta do seu emprego.

- É um estágio.

- Que nunca vai virar um emprego se você não me levar pra comer nesse exato momento.

Que merda.

- Passamos duas horas convivendo e eu já não gosto de você. - eu queria ofender ele e ir pra casa.

- O sentimento é mútuo.

- Por que você não veio de carro?

- Não sei se você notou, mas eu bebi - ele estava tirando a jaqueta para carregar no braço.

- Você poderia chamar alguém pra te buscar, um motorista da banda talvez?

Eu não ia desistir tão fácil.

- Eu não quero ver ninguém que eu conheça - Luke chegou a parecer melancólico.

Me perguntei o motivo, mas não queria estender a conversa.

Por fim, ele venceu. Eu estava com fome.

Continue Reading

You'll Also Like

1M 58K 151
Nós dois não tem medo de nada Pique boladão, que se foda o mundão, hoje é eu e você Nóis foi do hotel baratinho pra 100K no mês Nóis já foi amante lo...
16.8K 1.4K 45
SPOILER DE TODOS OS LIVROS DE TRONO DE VIDRO E ACOTAR Seis anos se passaram após a terrível Guerra Valg. Seis anos que Manon perdera suas irmãs na ba...
2.6K 182 6
EXCLUSIVAMENTE NO WATTPAD 16/07/18 - #2 em fanficharrypotter 27/05/20 - #15 em fanficharrypotter A Segunda Guerra Bruxa havia acabado, era o momento...
1.4M 80.8K 79
De um lado temos Gabriella, filha do renomado técnico do São Paulo, Dorival Júnior. A especialidade da garota com toda certeza é chamar atenção por o...