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De Villowz

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π‘πŽπ‚πŠπ€ππ˜π„ | Solaris King era uma mulher bem sucedida. JuΓ­za de renome e ao mesmo tempo uma mΓ£e present... Mai multe

━━━ π‘πŽπ‚πŠπ€ππ˜π„
━━━ π„ππˆΜπ†π‘π€π…π„ (π€π“πŽ π”πŒ)
00 ━━━ PrΓ³logo
01 ━━━ Acampamento
02 ━━━ Primeiro zumbi
03 ━━━ Ataque
04 ━━━ A esperanΓ§a estΓ‘ morta hΓ‘ muito tempo (serΓ‘?)
05 ━━━ Uma chance (CDC)
06 ━━━ Tudo acabou
07 ━━━ ExplosΓ£o
08 ━━━ Perdidas
09 ━━━ Uma centelha de esperanΓ§a que se acendeu aos poucos
10 ━━━ A fazenda Greene
11 ━━━ NΓ£o era um zumbi
12 ━━━ celeiro
13 ━━━ Sophia
14 ━━━ Bomba relΓ³gio
16 ━━━ Grupo Quebrado
17 ━━━ Horda
18 ━━━ ReuniΓ΅es e tensΓ΅es
19 ━━━ Lar doce lar
20 ━━━ Thomas e os prisioneiros
21 ━━━ Lindo dia
22 ━━━ Maggie e Glenn
23 ━━━ Duplo Resgate
24 ━━━ Lutar pra viver
25 ━━━ Eu acho que gosto de vocΓͺ
26 ━━━ NΓ£o vamos cair sem lutar
27 ━━━ Guerra
28 ━━━ Uma paz merecida
29 ━━━ Passos de formiga
30 ━━━ 15 dias sem acidentes
31 ━━━ 30 dias sem acidente
32 ━━━ De um jeito ou de outro
33 ━━━ Γ‰ eles ou vocΓͺ
34 ━━━ Estamos bem. Vamos ficar bem.
35 ━━━ Um pouco de normalidade
36 ━━━ A queda
37 ━━━ Uma busca difΓ­cil
38 ━━━ SantuΓ‘rio para todos uma porra
39 ━━━ Filhos de aΓ§o
40 ━━━ Que possamos no encontrar novamente (EpΓ­logo)
AGRADECIMENTOS + CURIOSIDADES

15 ━━━ Curiosidades

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De Villowz

Aurora e Carl ficaram aborrecidos quando foram dispensados da reunião. Mas isso não os impediu de ouvir. Eles só tinham que permanecer escondidos. E enquanto permaneciam atrás de uma parede posicionados no canto, os dois ficariam bem. Carl nem precisaria encostar a orelha na parede já que os adultos conversavam em alto som e poderia traduzir facilmente para a pequena ruiva.

— Não podíamos deixá-lo para trás. — Rick explicou amassando o rosto cansadamente — Sangraria até morrer se vivesse tanto assim. — ele gesticulou ao ver os olhares dos presentes na sala de jantar.

— Ficou feio na cidade. — Glenn falou de cabeça baixa sentado na mesa. Solaris umedeceu os lábios com os olhos no seu amigo.

— O que vamos fazer com ele? — Andrea perguntou o que todos queriam saber.

— Reparei o músculo da panturrilha o máximo que pude, mas talvez fique com o nervo danificado. — Hershel respondeu ao lado de Patrícia — Não vai levantar por pelo menos uma semana.

— Quando levantar, daremos um cantil a ele, vamos colocá-lo na estrada principal e mandá-lo embora. — Rick explicou seu plano.

Daryl entrou de uma vez na casa e Carl teve que tapar a boca de Aurora quando ela estava prestes a dar um grito. Daryl inclinou a cabeça pronto para ralhar com as duas crianças enxeridas.

— Por favor. Não fale nada. — Aurora assinou desesperadamente para o mais velho quando deu uns tapinhas nas mãos do amigo — Só queremos saber quem é o menino.

— Saiam antes de acabar. — Daryl ordenou em língua de sinais e passou pelos dois para ir até a sala de jantar. Talvez ele tenha agido errado em permitir que as duas crianças ficassem, mas elas mereciam saber. Elas estavam crescendo nesse novo mundo.

— Ele terá a chance de lutar. — Rick argumentou enquanto ele entrava e se encostava na soleira da porta para ficar de olho nas duas crianças. Ele sentiu o olhar de Solaris e evitou o mesmo assim como o de Carol.

— Então vão deixá-lo ir? Ele sabe onde estamos. — Shane comentou. Alguns concordaram com um aceno de cabeça.

— Ele ficou vendado o caminho todo. Não é uma ameaça. — Rick ralhou para o homem estreitando ligeiramente os olhos para ele.

— Não é uma ameaça? Quantos deles tinham lá? — Shane perguntou sem se importar com o tom de Rick — Você matou três dos homens dele, trouxe um deles como refém e eles não vão vir procurar nós?

— Deixaram-no morrer. Ninguém está o procurando. — Rick falou alto olhando para todos.

— Ainda sim devemos montar uma guarda. — T-Dog sugeriu com os braços apoiados na cadeira de Patrícia.

— Ele está apagado agora. Vai ficar assim por horas. — Hershel exclamou.

— Quer saber, vou buscar umas flores e doces pra ele. — Shane se encaminhou para a porta e Daryl percebendo tal ação deu um aceno para as duas crianças escondidas para irem. E assim elas fizeram — Olhe só isso pessoal, voltamos pra terra da fantasia.

— Escute ainda não falamos sobre o que fez no meu celeiro. — Hershel ralhou indo atrás do homem — Vou deixar uma coisa bem clara aqui.

— Esta fazenda é minha. Eu queria você longe, Rick me convenceu do contrário, mas não significa que isso tenha que me agradar. Então nos faça um favor e fique de boca fechada. — Hershel lhe deu o aviso. Shane deu uma breve olhada no pessoal atrás do homem. E dando um pigarro sarcástico saiu da casa.

— Olha. Não vamos fazer nada sobre isso hoje. Vamos apenas nos acalmar. — Rick anunciou para todos. Não foi o melhor conselho do líder, mas todos apenas abaixaram a cabeça e começaram a se dispersar.

— Ok. O que aconteceu? — Solaris perguntou ao amigo que não saiu de sua posição assim que deu um aceno para Maggie e depois que todos saíram da sala.

— Eu congelei. — Glenn respondeu com um olhar longe apertando os nós dos dedos cruzados.

— Estavam atirando em vocês. — Solaris comentou o fato balançando a cabeça.

— Rick e Hershel contavam comigo e eu pensei em mim, sair de lá vivo e voltar pra Maggie, você, Aurora. — Ele argumentou se forçando a soltar seu aperto nas mãos. Solaris mordeu a bochecha com a linha de pensamento.

— Ninguém pode te culpar por isso, não pense que é egoísta por agir desse modo, você fez muita coisa por nós. — Solaris colocou a mão no ombro dele lhe fazendo um afago forte — Você congelou e isso pode acontecer com qualquer um.

— Congelar nesse mundo significa morte Solaris. — Glenn a olhou fazendo com que o aperto da ruiva caísse de seu ombro.

— Eu sei. Estamos aprendendo a viver nesse mundo. Você está. — Solaris apontou para o esterno de Glenn — Com o tempo, congelar não vai fazer parte de você.

Maggie entrou na sala novamente e estancou bruscamente quando os viu conversando. Mas Solaris a chamou com um gesto e se levantou para que a morena tomasse seu lugar. Então se despediu do mais novo com um aperto em seu ombro para deixar o casal conversar. O dia estava apenas começando.

— Então. O que você acha? — Carl perguntou depois que os dois correram para fora da casa e seguiram até as barracas.

— A maior pergunta é o que vão fazer com ele; — Aurora respondeu acompanhada de uma sinalização.

— É óbvio o que tem que fazer Aurora. — Carl parou o passo se virando para a ruiva que o olhou com o cenho franzido em confusão.

— O quê? — Aurora perguntou.

— Matá-lo. — Carl respondeu friamente. Algo que assustou a menina. Lhe fazendo dar um passo para trás com a resposta — É como Shane disse, meu pai matou três dos homens dele e o trouxe como um refém. Quanto tempo levará para que os outros o procurem? — ele explicou seu ponto quando viu o comportamento da amiga.

— E se isso não acontecer? Matá-lo por nada? — Aurora retrucou cruzando os braços.

— Melhor prevenir. — Carl respondeu simplesmente voltando a caminhar e Aurora o observou brevemente antes de segui-lo.

Não houve muita conversa entre eles debaixo da árvore frondosa perto das barracas, Aurora não queria conversar, porque sabia qual seria o tópico da conversa, então se manteve concentrada na revista em quadrinhos em mãos. Felizmente, Carl percebeu sua falta de interação e a deixou com sua revista enquanto se perdia em seus pensamentos ao mesmo tempo que bordava desenhos irregulares com um galho seco na grama gasta.

Ele a assustou, pôde perceber pelo seu comportamento, ele não queria isso, mas era algo que Aurora tinha que se acostumar. Ele estava aprendendo, e ajudaria sua amiga a aprender também. Mesmo que a assustasse até os ossos. Ele já perdeu Sophia por causa desse novo mundo, não perderia Aurora também.

— Eu vou até minha mãe, ok? — Carl tocou em Aurora para tirá-la de seu mundo. A menina acenou com o anúncio, então, dando um pequeno sorriso de despedida, ele se levantou para procurar a mãe.

Daryl estava com os olhos no chão procurando qualquer graveto resistente e de boa espessura para fazer mais flechas. Ele tinha juntando alguns enquanto se aproximava cada vez mais da casa e das barracas. Até que levantou os olhos e encontrou Aurora lendo uma revista sozinha debaixo de uma árvore. Estranho. Ela nunca se separava de Carl. Toda vez que a via, ela estava acompanhada do pequeno Grimes.

Por um momento, até pensou em se aproximar. Daryl podia adivinhar que era algo relacionado com a conversa sobre Randall mais cedo. Mas o pensamento de fazer a aproximação se evaporou quando viu Glenn a distância caminhar até a garota. Dando o último olhar para a interação há alguns metros, ele voltou à sua busca por gravetos.

— Hey. — Glenn se agachou na frente de Aurora. Ele conversou com Solaris e Maggie, mas uma parte sua não conseguia parar de pensar nas palavras da menina — Eu pensei que você tinha perdido as revistas com tudo que aconteceu.

— Eu não perderia o presente que você me deu nunca. — Aurora fechou a revista levando até o peito — E também faz com que eu e Carl passe o tempo, nos dá uma diversão. — ela abriu novamente a revista na página que marcou com os dedos.

— Fico feliz que meu presente atingiu o ponto. Fiquei em dúvida se você ia gostar de quadrinhos. — Glenn saiu de seus joelhos e se sentou no chão repetindo a mesmo posição da criança — Aurora. — a menina tirou os olhos da revista ao notar o tom sério do mais velho.

— Você não irá me perder. — Glenn afirmou seriamente — Ok? Não precisa ter medo. Eu prometo.

— Você não pode me prometer algo assim Glenn. — Aurora balançou a cabeça colocando a revista em quadrinhos no colo — Olha o que aconteceu com Sophia.

— Eu vou tentar me manter vivo. — Glenn reformulou sua sentença. Era verdade, ele não tinha poder para prometer algo assim, mas tentaria pela criança e seu grupo.

— Assim está melhor. — A menina lhe deu um pequeno sorriso.

— Vem cá. — Glenn a puxou para um abraço sem esperar sua próxima ação. Aurora guardou seu rosto no pescoço dele passando suas pequenas mãos para cima e para baixo nas costas do mais velho. Ele respirou fundo fechando os olhos. Ele realmente estava precisando disso.

— Superman ou mulher maravilha? — Aurora perguntou ao lado de Glenn. Os dois ajeitaram suas posições depois do abraço se mantendo encostados no tronco da árvore.

Glenn olhava a revista por cima da cabeça de Aurora interessado. Ele tinha trago as revistas para a menina, mas não teve tempo de olhar o conteúdo, apenas as capas chamativas por alto. E agora, parecia que ela estava o testando.

— Depende. — Glenn respondeu dando de ombros. Aurora o olhou com os olhos estreitos.

— De que? — Aurora perguntou.

— Se é da força ou táticas de guerra que estamos falando. — Glenn continuou em seu tom despreocupado observando com um leve toque de divertimento o aborrecimento da pequena ruiva surgir.

Deus, era igualzinha a mãe, ele pensou, enquanto Aurora se remexia em seu lugar.

— Ela tem os dois Glenn. — Aurora revirou os olhos voltando-se para a revista — Mulher maravilha ganha fácil do superman.

— É. Pode ser. — Glenn respondeu — Na real, eu não entendo muito dessas coisas de super heróis.

— Você me enganou. — Aurora cutucou suas costelas e o mais velho caiu na gargalhada.

— Olha só quem está vindo. — Glenn apontou para Carl vindo até eles. E Aurora fechou a revista. Ela não conseguiria terminar de ler mesmo. Glenn não conseguiu se manter em silêncio durante esse tempo. E Carl parecia vim lhe informar algo.

— Olha quem está vindo também. — Aurora apontou para Maggie saindo da casa. A morena procurou com os olhos e assim que se fixaram neles iniciou sua caminhada.

— Sua mãe 'tá te chamando pra comer. — Carl anunciou quando se colocou na frente dos dois e deu um aceno de reconhecimento para Glenn — Vamos lá? — ele ofereceu sua mão em hesitação.

— Vamos. — Aurora segurou sua mão e ele a ajudou a se levantar. Ela limpou a parte de trás de sua calça e blusa — Tchau Glenn. — ela acenou com a mão. E Carl a guiou até a casa pela mão.

— Oie Maggie. — A dupla cumprimentou a morena quando passou por ela, recebendo em troca um sorriso da adulta.

Quando os dois chegaram, Solaris terminava de colocar o segundo prato. Ela deu um sorriso cheio de dentes ao ver sua filha, mas seu sorriso caiu um pouco ao ver o estado do cabelo da menina. Aurora se sentou na cadeira que a mãe indicou, pronta para comer um pouquinho quando sentiu a pressão em seus ombros.

— Arrume seu cabelo antes. Agora. — Solaris ordenou. Aurora suspirou indignada e envergonhada ao ver os olhares de Lori e Carl, mas arrumou seu cabelo em um coque apertado. Não era culpa dela seu cabelo não segurar na amarração.

Sua mãe se afastou dela para ficar ao lado de Lori, as duas conversavam baixinho entre si enquanto preparavam a comida e as duas crianças comiam em silêncio.

— Aurora quando terminar, você pode acompanhar Lori até o quarto de Beth para pedir um xuxinha emprestada? — Solaris se virou levando um pedaço de tomate à boca. Aurora franziu o cenho com o pedido, e olhou para Carl rapidamente — Por favor, babie.

— Ok. — Aurora arrastou a fala. Ela não entendia o que mãe queria com o pedido, mas com certeza era muito mais do que pedir uma xuxinha emprestada.

— Ele acordou. — Patrícia apareceu na cozinha anunciando para as duas mulheres sobre o convidado indesejado, já que encontrou apenas as duas ali.

— Vou procurar Rick. — Lori proferiu limpando as mãos no pano de prato. Passando a mão nos cabelos curtos do filho, ela saiu em busca do marido.

Não demorou para ela voltar com Rick, Shane e Hershel à reboque. Aurora e nem Carl viram a aparência do menino, eles só sabiam que os homens tinham saído quando Lori e Solaris voltaram para a cozinha e Carl ouvir o carro ser preparado. O plano seria posto mais cedo. A dupla balançou a cabeça em sincronização em sinal de descontentamento. Quanto mais os adultos lhe afastavam, mais curiosos ficavam com o assunto. E nada ajudava em suas curiosidades ao perceberem os sussurros de suas mães há uma curta distância deles.

— Te encontro na árvore? — Ela perguntou enquanto terminava sua comida e se colocava de pé com o copo e talheres empilhados no prato.

— Sim. Vou pegar a revista que eu 'tava lendo na sua barraca, ok? — Carl perguntou entre mordidas e Aurora acenou enquanto colocava seu prato dentro da pia.

— Pronta? — Lori perguntou para a pequena ruiva se arrumando para pegar a bandeja de comida fresca.

— Sim. — Aurora limpou a boca com o dorso da mão.

— Ei. Se precisar de mim, estarei no topo do trailer. — Solaris a chamou rapidamente. Aurora acenou com a afirmação e correu para acompanhar Lori.

— Com licença. — Lori falou assim que Aurora deu umas batidinhas e abriu a porta do quarto de Beth. A caçula Greene se sentou para receber as duas enquanto Lori colocava a bandeja de comida na mesa de cabeceira.

— O que acha de comer toda a sua comida e depois sairmos pra dar uma volta, o que você acha: — Lori perguntou colocando as mãos no bolso de trás.

— Vai ser legal. — Aurora completou sentindo seu coque desfazer aos poucos.

— Você está grávida. Como pôde fazer isso? — Beth ignorou os comentários das duas, suas palavras não eram para sair venenosas, ela só não conseguia entender, como num mundo igual esse, Lori queria está grávida.

— Eu não tive lá muita escolha. — Lori deu um olhar rápido para Aurora que estava muito acanhada com o tópico da conversa. Então se manteve de cabeça baixa, resmungando em sua mente por está ali. Ela sabia que Beth estava mal, mas não tão mal daquele jeito. Não parecia em nada com a menina que a recebeu quando chegou.

— Você acha que fará diferença? — Beth tinha o olhar longe.

— É claro que vai. — Lori respondeu enfática, não se importando com o tom da mais nova. — Coma alguma coisa. — ela pediu e então saiu do quarto deixando Aurora sozinha com Beth.

— Você tem uma xuxinha pra mim emprestar? — Aurora pediu em um suspiro frustrada quando seu cabelo caiu em cascata pelas suas costas. — Meu cabelo não segura no coque de jeito nenhum e mamãe chega estremece quando me ver toda desgrenhada. — ela se aproximou para sentar na ponta da cama.

Beth estudou brevemente Aurora que lhe deu um sorriso fechado com sua observação analítica. Então, ela se virou para abrir a gaveta na mesa de cabeceira, havia alguns papéis velhos, uma bíblia, e por fim achou uma liga gasta na cor preta. Era um pouco velha, mas seria o suficiente. Ela estendeu o acessório e Aurora foi rápida em aceitar.

— Obrigada Beth. Você me salvou. — Aurora agradeceu enquanto agarrava seu cabelo em uma rabo de cavalo, sem se preocupar em arrumar as pontas soltas ou puxar todas as mechas para amarrar — Mamãe fica toda agoniada quando vê meu cabelo grudando no pescoço ou testa. Até eu fico assim às vezes.

— É porque seu cabelo além de grande é cheio também. — Beth comentou apertando as mãos no colo — Não pensa em cortar? — hesitou em perguntar, mas preferia prolongar a conversa com algo banal do que comer. Ela não conseguia comer.

— Quando tiver passando da cintura talvez. Eu prefiro cabelo longo. — Aurora passou a mão pelas longas mechas — Mamãe fazia tranças na pedreira, mas agora ela não tem tempo pra nada.

— Eu sei fazer tranças. Minha mãe me ensinou. — Beth terminou com um fiapo de voz com o olhar longe e Aurora mordeu as bochechas percebendo isso.

— De todos os tipos? — Aurora perguntou dando um sorriso encorajador, apesar de Beth pouco ver o esforço já que estava inundada em lembranças que a criança tinha certeza que eram dolorosas.

— Sim. Só não as tranças de raiz, mas trança boxeadora, coroa de tranças, invertida, espinha de peixe. Essas eu sei. — Beth respondeu voltando a olhar para a criança.

— Mamãe só sabe fazer essa de espinha de peixe. — Aurora balançou a cabeça — Ei. Você pode uma dessas tranças que você falou em mim? — ela se sentou mais perto da jovem.

— Quem sabe depois, hum. — Beth demorou para responder. Ela não queria dar uma resposta de certeza, mas também não queria ser grosseira.

— Que legal. — Aurora saltou se colocando em pé enquanto batia palminhas — Eu preciso ir. Carl está me esperando para lermos quadrinhos. Mas eu vou cobrar, viu senhorita. — ela apontou com os olhos estreitos em brincadeira. Beth acenou com um sorriso fechado.

— Beth tenta comer ou beber um pouquinho. A comida está boa, eu prometo. — Aurora parou na batente da porta quando viu a comida intacta — Te vejo depois. Ok. — Com um aceno em despedida ela fechou a porta.

A menina desceu as escadas para sair da casa e encontrou Lori a esperando de braços cruzados na entrada da cozinha.

— E então? — Lori perguntou curiosa com a interação que a ruiva teve com Beth.

— Ela me emprestou a xuxinha, conversamos um pouco sobre tranças, mas ela não comeu ainda. — Aurora respondeu enquanto gesticulava em língua de sinais e se aproximava da mais velha — Pedi para ela tentar comer, mas não sei se.

— Tudo bem querida. Você fez bem. — Lori a acalmou fazendo alguns gestos firmes de língua de sinais — É bom ela interagir com você, na próxima vou até chamar Carl. A presença de vocês é mais leve e pode ajudá-la na recuperação.

— Entendi. — Aurora balançou a cabeça. Então esse era o propósito. — Pode me chamar se precisarem. Beth é legal.

— É sim. — Lori lhe deu um sorriso.

— Eu vou indo. — Aurora apontou para a porta. Lori deu um acenou e ela saiu em passos rápidos para ir ao encontro de seu melhor amigo.

— Solaris. — Lori gritou enquanto corria até a ruiva no topo do RV. Andrea que estava dentro do trailer também saiu com os gritos. Solaris se virou com a espingarda em mãos com o chamado da amiga — Você viu Maggie ou Hershel? — a morena perguntou ao se aproximar mais.

— Eu não vi Hershel, mas Maggie e Glenn passaram por aqui uns vinte minutos atrás, talvez. — Solaris respondeu olhando para a vista que o trailer lhe proporcionava.

— Eu vi Hershel ir para o pasto. — Andrea complementou também.

— Podem achar algum deles pra mim; Tenho que voltar para a casa. — Lori falou apressada e nem esperou as respostas das colegas de grupo ao correr de volta pra casa.

— Eu vou procurar Maggie. Pode ficar aí, depois eu tomo seu lugar. — Andrea proferiu enquanto arrumava seu casaco fino no corpo.

— Ok. — Solaris umedeceu os lábios — Me mantenha informada, certo?

— Certo. — Andrea concordou e iniciou sua busca por Maggie. Solaris a observou partir com os lábios entre os dentes. Beth tinha piorado para Lori agir daquele jeito.

Solaris não se aguentou em ansiedade, então saiu da vigília por alguns minutos para saber mais sobre o que aconteceu. Ela encontrou Lori na cozinha de cabeça baixa e seus passos foram o suficiente para fazer a amiga notar sua presença. E então, ela lhe contou tudo, desde a interação de Aurora com Beth até a parte em que a caçula Greene não podia ficar mais sozinha, já que em qualquer oportunidade acabaria com sua própria vida.

— Oferecemos o que podemos. E querendo ou não, lavar a roupa não é mais importante agora. É um luxo. — Solaris lhe respondeu quando ela contou sobre a briga que teve com Andrea. A ruiva pôde ver o descontentamento em sua expressão. — Além de que, não podemos depender inteiramente dos homens do grupo, não é?

Depois disso, ela voltou para a vigília. Lori não queria mais conversar, então sumiu nas escadas. Solaris se sentou na cadeira praiana enquanto um guarda-chuva lhe protegia do sol quente. Lori não entendia o seu ponto ou o ponto de Andrea sobre aquela questão. Na verdade, a ruiva achava que nunca entenderia porque Rick sempre estaria ali para protegê-la até mesmo Shane estava lá. Não era algo que ela, Andrea ou Carol tinham.

— Solaris. Minha vez. — Solaris olhou para Andrea embaixo em confusão.

— Maggie está com Beth? — Perguntou com o cenho franzido. Pelo que soube Andrea cuidaria de Beth, mas havia passado apenas alguns minutos.

— Eu acho que não. — Andrea respondeu com sinceridade e Solaris levantou em um salto. Na situação que Beth estava, não podia ficar sozinha.

— E o que diabos está fazendo aqui? Ela não pode ficar sozinha. — Solaris ralhou para a colega enquanto descia as escadas do trailer.

— Ela tinha que tomar uma decisão. — Andrea proferiu, nenhum pouco afetada com o tom da outra. Solaris respirou fundo balançando a cabeça e então teve um vislumbre de Maggie e Lori saindo pela porta da casa.

— Você só tinha um trabalho, Andrea. Agora vai ter que encarar as consequências. — Solaris falou apontando para aonde as duas mulheres estavam. Andrea seguiu seu olhar e correu ao ver as expressões de Maggie e Lori.

Solaris seguiu logo atrás, pedindo a qualquer força divina que não tivesse acontecido aquilo que piscava em sua mente.

No final, Beth escolheu viver. Ela chegou perto o suficiente para escolher o que queria. Mas isso não fez com que a raiva de Maggie diminuísse, Andrea tinha deixado sua irmãzinha sozinha e por pouco ela quase perdeu Beth. Suas palavras foram uma ameaça cortante. Andrea não entraria na casa, não se aproximaria delas novamente. A confiança que ela tinha na loira tinha acabado rapidamente com o que aconteceu.

Horas depois, Rick e Shane voltaram terrivelmente machucados, o que ocasionou perguntas, com Randall, o que deixou o grupo seriamente preocupado. Esse não era o plano deles, mas assim que Rick informou que o jovem conhecia Maggie e sabia onde era a fazenda, o líder em potencial se viu de mãos atadas.

Shane o prendeu no celeiro e até queria fazer as perguntas, disposto a acabar com o empecilho rapidamente, mas Rick rejeitou friamente a ideia, Daryl ficou encarregado dessa tarefa, e logo cedo, antes do sol nascer no dia seguinte, ele seguiu rumo ao celeiro. Utilizando todos os meios necessários para fazer Randall falar enquanto o restante do grupo o esperava enquanto se preparavam para começar o dia. Até mesmo Aurora e Carl acordaram cedo para ouvir o que Daryl tinha a dizer. Maggie também se aproximou representando a família Greene na discussão.

Rick não os tinha dado muitas informações do que aconteceu quando esteve fora com Shane e o prisioneiro, o grupo teve que ficar com a curiosidade estalando em seus ossos durante o final do dia de ontem e aqueles minutos em que Daryl não voltava. O silêncio enclausurado entre eles deixava suas ansiedades exalando por seus poros e a discussão iminente pairava em suas cabeças. Lori tentava ter algo com suas perguntas, mas foi ignorada. Somente uns longos minutos depois quando Daryl apareceu em seus campos de visões o grupo se preparou para receber as respostas que tanto rondavam suas mentes.

— O rapaz lá tem uma gangue, cerca de trinta homens com artilharia pesada e não estão pra fazer amigos. Se vierem pra cá, nossos rapazes vão morrer. E nossas mulheres, eles vão. Bom, já sabe o que farão. — Daryl deixou as últimas informações que trouxe no ar. Sim, certamente, todos do grupo entenderam. Solaris engoliu em seco enquanto apertava as unhas nas carnes do braço com o mero pensamento daquilo acontecer.

— O que você fez? — Carol perguntou a ele, tendo sua atenção nos nós dos dedos ensanguentados do homem. Ela sabia a resposta afinal, apenas pensou alto demais, mas isso não impediu Daryl de responder.

— Batemos um papinho. — ele olhou para sua mão, sem se afetar com o sangue e com a dor surda que emanava do local.

— Ninguém chega perto desse cara. — Rick ordenou com um vinco entre as sobrancelhas, as engrenagens de seu cérebro girando rapidamente.

— Rick, o que você vai fazer? — Lori perguntou se aproximando do marido trazendo em conjunto a atenção dos presentes para a resposta que seria dada.

— Não temos escolha. Ele é uma ameaça. — Rick respondeu para que todos os ouvintes entendessem onde ele queria chegar. Isso fez Dale se aproximar com uma expressão horrorizada — Temos de eliminar a ameaça.

— Vai simplesmente matá-lo? — Dale proferiu com o cenho franzido mostrando em seu tom e expressões o quão enojado estava com a ideia.

— Está resolvido. Eu faço isso hoje. — Rick lhe respondeu em um tom que não abria brechas para contestações. Algo que Dale estava disposto a pressionar enquanto se afastava junto com ele, deixando o restante dos presentes começarem o dia.

— Você entendeu o que Rick disse, não é? Não se aproxime do celeiro Aurora. — Solaris pediu seriamente para a filha. As duas estavam em sua própria barraca com Aurora colocando um casaco fino e a mais velha arrumando as mochilas.

— Entendi. — Aurora acenou em obediência puxando o cabelo para um rabo de cavalo com a xuxinha que Beth lhe deu.

— Certo. Eu vou ajudar no café e depois lavar umas roupas no tanque. — Solaris assinou expressivamente — Mais uma vez Aurora, não se aproxime do celeiro e não se afaste muito da fazenda. Vou ficar fora por um tempo. — ela pegou as duas mochilas com roupas usadas e as colocando penduradas no mesmo ombro enquanto saia da barraca acompanhada da criança.

Aurora pretendia obedecer sua mãe de não se aproximar do celeiro, ela pretendia tomar seu café e passar o dia lendo suas revistas que lhe ajudavam a ficar entretidas durante o dia todo, mas quando Carl lhe chamou, ela viu a oportunidade de sua curiosidade ser saciada. Então, passando por Shane e Andrea, eles se empoleiraram no telhado do celeiro observando o menino que não passava de um jovem tentando olhar pelas frestas de madeira o lado de fora.

O menino nem os notou permitindo que ela e Carl o estudassem. Aurora estreitou os olhos com o tremor visível que a perna de Randall tinha. Seu equilíbrio era escasso, mas sua recuperação foi surpreendente, pelo que lembrava das palavras de Hershel, ele não se levantaria por uma semana. E lá estava ele, se equilibrando em uma cadeira velha com uma perna só. Suas ações eram rápidas para acompanhar a movimentação do lado de fora, em um minuto ele estava pendurado no próximo se encaminhou para a porta até onde suas correntes permitia. Seu foco estava todo ali entre as frestas, apenas quando Carl fez barulho sua cabeça estalou para onde eles estavam.

Aurora zombou internamente. O prisioneiro somente os viu ali quando eles se expuseram. Ela se perguntava se ele os notaria ali se Carl não tivesse intervido.

— Ei. — Randall sussurrou para as duas presenças pequenas. Aurora e Carl se encararam brevemente — Mas que chapéu legal. Sou Randall. Quais os nomes de vocês?

— O xerife daqui, ele é seu pai? Eu gosto dele. — Ele continuou se direcionando principalmente ao menino — É, ele é um cara bom. Dá pra ver. Sua mãe está aqui também? É. Que sorte vocês ainda têm de terem suas famílias. Eu perdi a minha.

Aurora estreitou os olhos mais uma vez tentando fazer leitura labial. Sua carranca estava presente mostrando que não acreditava nas palavras condescentes do prisioneiro. Assim como Carl.

— Ei, eu não sei o que as pessoas estão dizendo sobre mim, mas eu não fiz nada. Eu juro.

Randall continuou a falar enquanto observava as duas crianças escalar pelas toras de madeira para chegar até o chão. A curiosidade levando o melhor dos dois.

— No meu acampamento, temos muitos suprimentos. Se vocês me ajudarem, eu levo vocês e seus pais pro meu pessoal. — Randall proferiu sugestivo enquanto Carl se aproximava dele ao passo que Aurora ficou atrás com a desconfiança em seus olhos. — Vamos cuidar bem de vocês. Manter vocês seguros. Só precisa me ajudar a sair daqui, tá legal? Ache uma coisa pra abrir as algemas ou ache a chave, tá bom?

Aurora impediu Carl de se aproximar mais o puxando pela camisa por trás, aquilo foi o suficiente. Até parece que ela o ajudaria, que deixaria Carl o ajudar a fugir. Ela levou um susto quando a porta do celeiro abriu de uma vez a fazendo apertar a mão na camisa do amigo e ele se posicionar inconscientemente em sua frente. Não era uma ameaça, mas Shane estava com uma expressão raivosa no rosto e aquilo não era nada bom.

Droga, se ele contasse para sua mãe, ela estava ferrada.

— Que diabos vocês estão fazendo aqui? O que você disse para eles? — Shane se direcionou para o prisioneiro quando jogou as duas crianças para atrás dele. Ele perdeu a paciência quando o mesmo não respondeu e com a arma engatilhada se aproximou de Randall — O que disse a eles, hein?

— Eu não. — Randall gaguejou enquanto o aperto em seu pescoço aumentava e a arma estava em sua testa — Eu não disse nada.

— Deixa eu te dizer uma coisa. — Shane ralhou — Vou atirar em você do jeito que está. — ele guiou a arma para a boca do prisioneiro e Aurora ofegou com a visão.

— Tá bom, Shane. Agora não. — Andrea ralhou em aviso enquanto o outro tentava fazer Randall abrir a boca — Pra trás. As crianças estão bem aqui. — ela gritou mais alto e ele se afastou ao perceber que a cena ainda tinha duas pequenas presenças que não merecia ver aquilo.

Shane os olhou balançando a cabeça decepcionado, ele tinha os avisado para se manter longe. Pegando pelos braços de cada um em um aperto firme, mas não doloroso, ele os levou para longe do celeiro, deixando que Andrea verificasse e organizasse tudo.

— Que diabos vocês estão fazendo? — Shane os soltou em uma distância moderada.

— Por favor, não conte a minha mãe. — Aurora pediu juntando as mãos ao mesmo tempo que Carl fazia o mesmo pedido.

— Gente, isso não é legal. Vocês poderiam ter se ferido lá dentro. — Shane brigou intercalando o olhar entre os dois.

— Eu sei me cuidar. — Carl retrucou taciturno.

— Só queríamos saber mais, vocês nunca contam nada pra gente. — Aurora argumentou mais calma que o amigo.

— Há um motivo pra isso. — Shane revidou olhando firmemente para a pequena ruiva que abaixou a cabeça em obediência e voltou-se para a atitude rebelde do menino — Deixa eu contar uma coisa pra vocês. Não é pra chegar perto dele de novo. Está me entendendo Carl? Que droga.

— Não vai contar aos nossos pais, não é; — Carl perguntou mais uma vez.

— Carl, cara. Não é questão de se meter em encrenca, tá bom? Um cara como ele vai dizer qualquer coisa pra você. — Shane mostrou seu ponto para o menino — Ele vai tentar fazer com que sinta pena dele, fazer com que você baixe a guarda. Se você baixar a guarda, as pessoas vão morrer.

Aurora mordeu o lábio inferior, era justamente isso que Randall estava fazendo. Ela ficou com um pé atrás, mas não podia negar que ele estava conseguindo fazer com que ela sentisse pena dele. Ela estava baixando a guarda e isso quase trouxe consequências irreparáveis se Shane e Andrea não tivessem entrado. Seus olhos brilharam em lágrimas que ela forçou em esconder, mas o mero pensamento de Randall conseguir fugir por causa deles e trazer o seu grupo para matar todos pesou em sua mente.

— Agora só me façam um favor. Procurem suas mães ou qualquer outra coisa, mas se mantenham longe desse celeiro. Andem logo. — Shane os expulsou e Carl foi o primeiro a se afastar.

— Me desculpe Shane. — Aurora inclinou o pescoço para cima para olhar o homem alto nos olhos, sua expressão mostrava o quão culpada estava — Eu só estava curiosa. — ela coçou a testa e assim se virou para acompanhar Carl que lhe esperava.

— Carl. Pare de tentar se matar, cara. — Shane o avisou — E Aurora, tome cuidado. Sua curiosidade pode te matar. — ele não se importou com a ofegada surpresa que a criança deu. O mundo era mais duro agora, e ele tinha que mostrar isso aos dois.

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