A nerd e a Popular (em revisã...

By Hiyola_girl

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Hermione era muita coisa em minha vida... Era a nerd que me ajudava no dever. A chata que me impedia de beber... More

Aquela sensação
O Amor Muda.
Emergência Gay
Cheiros
Ser forte.
De volta pra casa.
A festa.
Provocações.
S.O.S emergência lésbica.
Emprego.
Minha Lua.
Mudanças
Ato de Coragem.
Amar
Luz.
Padrinho e Afilhado.
Cobertor
Conselhos de Tonks
Bebedeiras e Megeras
Bom menino
Egoísmo
Família
Princesas
Pote de Vagalumes.
Barreiras.
Refúgio
Refúgio ( parte 2)
Pagando Promessa
O que mais?
Clichê
Eterno
Definitivamente namoradas.
Sua esposa(último capítulo)
Especial 1: Meu filho me odeia.

Romper.

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By Hiyola_girl

Antes de mais nada: DESCULPA PELA DEMORA GENTE. Tudo na minha vida essa semana pareceu conspirar pra eu n sentar o cú e escrever esse cap.
Antes de mais nada 2: eu notei que cheguei a primeiro lugar na tag Panmione e...a, eu tô muito feliz. Mesmo, de verdade, vc não sabem o quanto eu tô boba com isso. Eu nunca me senti realmente boa fazendo algo e saber que eu consegui conquistaram tanta gente assim me deixa muito feliz. Obrigada a todos ♥️

Sem mais delongas...

Draco Malfoy

O ultimo dia de aula havia finalmente chego ao fim, anunciando assim o tão esperado recesso de natal. Duas semanas de férias eram o que me aguardavam e, apesar de esperar ansiosamente o tão sonhado descanso da faculdade de medicina, eu não estava em um pouco empolgado com a ideia de passar duas semanas inteiras com a presença integral de Lucius Malfoy.

– É um pesadelo, todo ano a mesma coisa.- Eu reclamava ao lado de Pansy. Estávamos deitados lado a lado no chão do meu quarto. – Eu tenho certeza que em menos de dois dias a minha paciência vai se esgotar.

– Pelo menos esse ano você terá seu namoradinho para te distrair, não é?- Ela provocou, sua cabeça se virando para me encarar. Nossas diferenças de altura eram notáveis, fazendo com que sua cabeça se inclinasse um tanto para o alto.

– Nós não estamos namorando.- Eu pontuei e minha amiga revirou os olhos em resposta.

– Mas você quer.- Ela rebateu. 

Sim, eu queria. Eu queria tanto que sentia-me sufocar.

Mas era complicado.

Não por conta de Harry, claramente. O rapaz de olhos verdes era o ser humano mais gentil e doce que eu encontrara na minha vida. Não, Harry seria o fator menos complexo de toda essa equação... Mas ainda existiam diversos outros fatores.

– Não acho uma boa ideia começar um namoro com o cara que eu gosto enquanto existe a ameaça iminente de Lucius Malfoy.- Eu disse desanimado. – Papai tem ido a muitos jantares com os pais de Daphne, e me sonda toda hora para que eu saia com ela. Não dou um mês para que me ‘aconselhe’ a pedi-la em namoro.- Completei, fazendo seu rosto se fechar em preocupação.

– Já contou para ele?- Questionou se referindo ao dono de olhos verdes. Suspirei fundo antes de negar. – Draco...

– Eu só não sei como, ok?- Eu tentei me explicar, um tanto frustrado. – Como explicar para o cara que você gosta que em alguns meses vão te empurrar um namoro completamente interesseiro e que se ele quiser continuar com você vai precisar ser um amante?

Pansy me olhou triste. Ela vinha tentando me convencer de contar tudo para Harry desde que nos pegou dormindo juntos, porém eu postergava ao máximo aquele assunto com o moreno. Sabia que não seria fácil para ele, ainda mais porque esse método de negócios não era alguém feito pela família Potter, tampouco Harry sabia que isso ainda ocorria.

– Eu só preciso de mais tempo, okay? Não será uma conversa fácil, não quero pensar nela ainda.- Pedi cansado. Esse assunto vem me assombrando a dias.

– Só vi ser difícil porque você não contou a verdade no inicio, Draco eu te disse que seria pior.- Bronqueou, mas ao notar meu silencio respirou fundo e me abraçou.

–Só por favor, não me diz que daremos um jeito. Vamos ficar em silencio por enquanto.- Eu pedi, querendo relaxar a cabeça antes de me encontrar com ele. Olhei para Pansy agarrada ao meu pescoço e ela sorriu para mim.

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Harry Potter

Certamente o período em que o shopping recebe uma grande demanda de visitantes é o fim de ano. A maravilhosa época natalina em que as pessoas buscam a todo custo novas decorações para casa, presentes para amigos e familiares ou qualquer outra nova coisa para comprar. Parece sempre que natal é o sinônimo de se gastar dinheiro com o que quer que seja.

Quando eu cheguei ao local me encontrei surpreendido. Já passava bastante da hora do almoço, mas ainda sim era capaz de se ver uma quantidade enorme de pessoas transitando pela praça de alimentação. Aquilo era preocupante, pois eu sabia o quanto Draco ficaria acanhado.

Draco e eu não costumávamos sair para locais públicos sem amigos.

Geralmente ficávamos juntos apenas na minha casa, ou então na faculdade. Eu não reclamava, apesar de sempre querer sair com ele em encontros, pois sabia que ele ainda não poderia se assumir para a família. Eu sempre tive Sirius e Remus me blindando, me fazendo não sentir medo de amar e demonstrar meu amor seja por meninas ou meninos.

Draco não tinha isso. Não, ele tinha dois pais extremamente conservadores e eu entendia isso. Certamente ele concordara em tomar um sorvete comigo no dia de hoje apenas em nome das pazes.

Avistei cabelos próximos da cor branca e sorri bobo. Draco procurava por mim no meio da multidão, não me percebendo um pouco atrás de si. Quando se virou rapidamente não me notara de primeira, virando a cabeça apressado ao processar meu rosto em meio as pessoas e sorriu.

Ele vestia roupas de frios, com direito a gorro e um cachecol verde grosso, suas bochechas e nariz incrivelmente vermelhos pelo tempo frio lá fora e as mãos espremidas dentro de um casaco que parecia ser de lã. Ele atravessou o mar de pessoas e se pôs rapidamente a minha frente, meio sem jeito.

– Acho que está meio frio para um sorvete, Harry.- Ele disse, seu tom mais carinhoso do que eu esperava. Eu sorri sem jeito, pois não havia calculado bem a desculpa usada para vê-lo, eu apenas queria. – Mas que tal um café?- Ele sugeriu e me arrancou um sorriso. Acenei positivamente o puxando para uma cafeteria antiga do shopping.

O local era próximo do nosso ponto de encontro. Pelo caminho Draco soltou certos grunhidos irritados por ter que trombar nas pessoas. Eu evitava ao máximo a vontade de segurar sua mão, mas em determinado momento eu o senti agarra-la. Eu parei no lugar, olhando para o nossos corpos tendo o mínimo contato em publico.

– É impossível se manter junto nesse aglomerado de gente, Potter.- Ele disse irritado, na tentativa de se justificar. Sempre que Draco se irritava com algo ele tratava pessoas em seu sobrenome, o que me fazia revirar os olhos. – Você sempre foi muito lerdinho, não quero ter que acionar os seguranças do shopping para te encontrar.- Provocou, sorrindo. Lhe dei a língua pela brincadeira idiota. 

– Chegamos.- Eu anunciei, o puxando para a loja ao lado da que paramos. – Sirius dizia que passou varias tardes aqui com o meu pai, muitas vezes os dois bolavam planos para conquistar tio Remus e mamãe.- Contei para Draco, que soltou uma risadinha fraca.

Adentramos no local lado a lado. Minha primeira reação foi imaginar meu pai e meu padrinho ali, provavelmente escolhendo a mesa ao fundo do local, encostada no canto direito. Pude ver um homem parecido comigo se sentar com seu melhor amigo de cabelo grande, esse usando uma jaqueta de couro e correntes, como um motoqueiro sinistro.

– Vamos sentar ali no canto, Harry.- Draco me despertou, me puxando para a exata mesa que eu encarava. Nos sentamos lado a lado e por debaixo da mesa unimos nossos dedos mindinhos. Soltamos rapidamente quando a garçonete veio anotar nossos pedidos, tentando agir naturalmente.

– Me desculpe pela discussão.- Eu disse assim que ela se afastou, nos deixando a sós. Draco encolheu os ombros por ter tocado no assunto. – Eu fiquei muito irritado pelo seu ciúme com o Cedric e disse bobagem.- Eu confessei, pois sabia que havia magoado o loiro.

– Tudo bem, nós realmente não namoramos...- Ele disse, e inferno, aquilo doeu. – Me desculpa pelo surto de ciúmes, eu vou entender se você quiser ficar com o Digorry pois não temos nada fixo e...

– Cedrico namora, você sabe não é?- Eu interrompi, minha voz debochada. Draco abriu e fechou a boca algumas vezes, na tentativa de formular uma frase. – Cho Chang, já faz um bom tempo. E eu até já ajudei eles em uma discussão.- Eu completei. Draco parecia estar roxo de vergonha. – Além do mais, ele não é meu tipo.

– Você tem um tipo?- Ele perguntou curioso, me fazendo achar graça. Quando eu confirmei, ele se encolheu no lugar inseguro. – E qual seria esse tipo?Só por curiosidade!

– Hm,não sei, talvez...- Eu fingi pensar, soltando o riso logo em seguida. – É, com certeza! Meu tipo é você.- Eu respondi, arrancando de si um sorriso orgulhoso. – Mesmo que claro, sendo extremamente ciumento e teimoso, além de esquentado.- Eu completei, sumindo com a face descrita.

– Como se você fosse perfeito.- Rebateu, tornando aquilo ainda mais divertido.

– Talvez sejamos o casal ideal, sabe? Um completamente imperfeito e eu,a perfeição em forma de homem!- Me exibi, recebendo um tapa de Draco. Antes que eu pudesse reclamar uma gentil garçonete pôs duas xícaras de café e dois pedaços de bolo a nossa frente.

Eu levantei a xícara até meus lábios e subi o olhar para observar o local. Passei os olhos pela cafeteria aconchegante, parando subitamente ao ver uma cabeleira ruiva e grande a algumas mesas dali junta ao meu amigo Theo. Cuspi subitamente o café, surpreendendo Draco.

– Aquela ali é a Gina, com o Nott?- Eu apontei e ele seguiu a direção, se assustando ao ver a cena. Theo e Gina conversavam juntos, ela parecendo estar na defensiva sobre algo e ele puxando carinhosamente sua mão no intuito de ser carinhos. – Não sabia que eles se conheciam!

– Hermione ficaria louca se estivesse aqui.- Ele disse, eu o olhando confuso. Por quê minha amiga se impressionaria com aquilo?Notando minha dificuldade para compreender o loiro revirou os olhos.- O quão tapado você é, Harry? Eles estão obviamente num encontro!- Draco se exaltou, quase o suficiente para atrair a atenção dos outros.

– Gina? Gina Weasley e Theodore Nott juntos?- Eu debochei, fazendo Draco bufar.

– Harry, querido, apenas pense.- Ele disse, porém o apelido me deixara desconcertado. – Gina está saindo com um cara a meses, cara esse que ninguém sabe quem é. Ela não fala dele, não diz nome nem curso. Theo fica com um monte de gente, não que Gina esteja atrás, mas ele não esconde ninguém que ele fica. Ele e Gina juntos, sendo que ele nunca disse ficar com a Gina e ela só não falou especificamente dele.- Ele me explicou, como se eu tivesse três anos de idade.

– Que horror, Draco Malfoy! Pensar que eles estão tendo algo só por estarem saindo juntos! Em que século você vive?- Eu respondi, inconformado. Tomei mais um gole do meu café, tentando esquecer aquele assunto.

– Como eu posso amar alguém tão lesado?- Eu escutei Draco sussurar, me fazendo engasgar com o pedaço de bolo.

– O que?!- Eu perguntei apressado. Draco corou violentamente, arregalando os olhos.

– “ O que?” O que?- Se fez de desentendido e eu espremi os olhos irritado. – Ande Potter, coma logo esse bolo antes que o café esfrie, vá vá.

Xxxxxxxx

Gina Weasley.

– Por que eu aceitei mesmo esse convite?- Eu perguntei a Nott dois minutos depois de me sentar na mesa da cafeteria. Meu tom não era realmente mau-humorado, ao contrario, eu usara apenas para provoca-lo. Ele sorriu, pegando na minha mão com carinho.

Após certo tempo ‘juntos’ eu havia me acostumado mais a ideia do mais velho me tocando. Eu ainda não queria mostrar as pessoas que ficávamos, não queria a pressão do “ Você vai namorar com ele” sobre minhas costas e nem a ideia de não ficar com mais outra pessoa. Apesar de jovens, as pessoas da faculdade tinham a péssima mania de pensar como velhos e achavam que ficar significava algo serio. Eu odiava aquilo.

Ainda sim eu já me permitia mais. Eu desenvolvi uma ótima amizade com o moreno, passando mais tempo perto dele. Também não me importava mais em ser vista com ele em lugares de comum convívio, apesar de não ocorrer nenhum contato. Abraços também haviam se tornado comuns, e algumas ligações de madrugada casualmente.

– Por que você está entediada pela falta de treinos a tarde e quer sair para ver seres humanos. – Ele respondeu, me fazendo sorrir. Aquilo era verdade.Encarei o maior a minha frente, notando algo em seu pescoço.

– Santo chupão não é Nott?- Eu provoquei, fazendo ele levar a mão ao local. Parecia orgulhoso. – Quem foi a pessoa da vez?- Eu perguntei, curiosa. Theo era Pansexual, por isso eu evitava usar artigos sempre que perguntava sobre a ficada da vez.

– Não é da nossa faculdade.- Ele contou. – Mas acalme-se, eu o chamei para tomar café conosco, sei que gosta de amizades e ele é meio...isolado.- Explicou.

– Vai me dizer o nome ou eu vou ter que esperar o menino chegar?- Perguntei impaciente pela curiosidade. Theo estava certo, eu adorava conhecer pessoas novas.

– Neville, o nome dele é Neville.- Contou. – Somos amigos a alguns anos, ele mora perto de mim e tudo mais.

– Amigos?- Sorri sugestiva. – Também tenho muitos amigos assim.

– Para, boba!- Ele riu meio constrangido. – Nos conhecemos a muitos anos, mas ficamos recentemente. Ele passa muito tempo longe por causa da faculdade de Biologia.- Me explicou. Olhou para cima e sorriu. – Ele vem ai!

Eu me virei para encarar o menino. Ele tinha uma postura um tanto retraída e se aproximava hesitante. Seus cabelos eram castanhos e bem arrumados, diferente de Theo. Seu corpo não era muito padronizado, não haviam músculos como os outros homens de sua idade. Ele era lindo apesar da postura assustada.

– Oi Theo.- Ele cumprimentou baixo e virou o olhar para mim. – Oi, meu nome é Neville Longbottom.- Se apresentou. Eu sorri doce, tentando controlar meu gênio elétrico.

– Oi Nev, eu me chamo Gina, Gina Weasley.- Eu disse, me levantando. Calmamente abracei o menino, tentando não assusta-lo. – Fico muito feliz que tenha vindo, adoro fazer novas amizades. – Contei, iluminando um tanto seu rosto. Uma luz se ascendeu em mim e eu perguntei:–Longbottom ? Tem uma avó que reside o asilo Summer?

– Sim, minha avó vive lá faz alguns anos.- Contou, agora um pouco mais soltou. Ele se sentou ao lado de Theo. – A conhece?- Questionou curioso.

– Sim, ela me odeia!- Eu disse, fazendo ele arregalar os olhos. Theo dera um tapa na própria testa ao lado do menino. – Mas fica tranquilo, eu absolutamente não levo para o coração!- Me apressei em justificar, notando a gafe. Ele deu uma risada.

– Tudo bem, as vezes ela não gosta nem de mim.- Brincou, me fazendo rir. – Peço desculpas, juro que ela é uma boa pessoa.

–Não é não.- Theo respondeu, desviando o olhar. Eu e Neville nos juntamos ao mesmo tempo para bater no rapaz, que nos encarou bravo.- Isso é um complô?!- Gritou nos arrancando gargalhadas.

Por mais algumas horas continuamos conversando. A cada minuto eu podia observar meu novo companheiro se soltando um tanto mais, brincando mais. Eles gargalhavam contado histórias da infância, e vez ou outro Neville corava ao ter Theo o provocando. Quando escutou que eu e Nott ficávamos, Nev pareceu titubear. Eu sorri ao explicar que era algo sem compromisso e ele se tranquilizou.

– Eu me diverti muito hoje, Gina.- Ele confessou assim que viu Theo adentrar no banheiro. – Theodore quase praticamente me obrigou, mas eu tenho muito a agradecer. Ele se preocupa muito comigo. – Contou, me arrancando um sorriso.

– Eu sei, vi o carinho que ele tem com você.- Contei. – Theo é um doce, apesar de eu nunca dizer em voz alta. Fico feliz de ter cruzado meu caminho com o dele, sabe? E bem, estou feliz de ter cruzado o meu caminho com você também. – Sorri, fazendo seu rosto ficar leve. – Sabe que já te considero um amigo, não é? Agora não há mais volta, arranjou um carrapato para sua vida. – Alertei, o arrancando uma gargalhada.

– Ainda bem, venho precisando de pessoas assim na minha vida.- Ele confessou e Theo retornou, nos encarando confuso.

– Tudo bem?- Perguntou.

– Tudo maravilhosamente bem- Eu respondi, sorrindo.

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Hermione Granger.

Arrumar malas era definitivamente um inferno!

Eu estava presa numa zona de roupas a horas. Tentava decidir entre confortáveis e confortáveis bonitas. As vezes eu tinha que descartar algo pois o lugar para que iríamos estaria quente, porém minhas roupas de calor eram tão limitadas que não se tornavam suficiente para todos os dias.

– Eu desisto!- Gritei me jogando na cama. A alguns metros de mim estava Pansy, jogada num Pufe brincando com Klaus. – E você é uma inútil! Veio aqui para me ajudar e me trocou pelo meu gato.- Choraminguei, fazendo ela levantar momentaneamente o olhar.

– Desisti de te ajudar quando você negou a décima segunda proposta de roupa que eu apresentei.- Rebateu arisca.

As vezes eu pensava em Pansy como um gato. Ela era independente, decidida ao mesmo tempo que parecia hesitar em nome de sua proteção. Ela também tinha o charme felino, capaz de instigar e provocar qualquer um. Era meio emburrada, porém se demonstrava um doce com quem gostasse.

– Desde quando você desiste de algo? Está com febre?- Perguntei, um tanto preocupada pelo seu tom de voz. Desde que chegara ela parecia mau-humorada. Ela me ignorou, e eu conclui que havia algo de errado. – Pansy, o que há?- Perguntei, agora seria. Ela bufou.

– Conversa difícil com Draco hoje, desculpe estar sendo uma chata.- Respondeu, o rosto suavizando. Me levantei da cama, me sentando a sua frente. Sorri para ela, acariciando seu rosto. – Eu só queria que ele parasse tanto de enrolar com a própria vida dele, sabe?- Confessou.

– Eu sei, Pansy. Mas Draco precisa de um tempo. Todos nós temos o nosso tempo, ainda mais quando se trata de tomar decisões importantes sobre nossas vidas.- Eu disse, escolhia bem as palavras usando a lógica para adivinhar o problema do nosso amigo. – O importante é sempre estar do lado dele, independente da decisão.- Eu completei a fazendo suspirar.

– Eu sei, ok?- Ela respondeu. – Eu sempre estarei ao lado de vocês, não importa o que ocorra. São meus melhores amigos, eu não abandono vocês por nada.

Amigos. Pela primeira vez em muitas vezes aquela palavra pareceu não se adequar totalmente a minha relação com Pansy. Eu postergava ao máximo aquele assunto, evitava pensar nisso e me controlava até ter total certeza do que se passava na minha cabeça.Era tudo tão complicado.

A voz de meu pai me invadiu a mente. Ele dizia que ou sentíamos, ou não sentíamos. Dizia que era simples, algo fácil de entender, mas para mim não era.

Pansy era minha amiga. Aquela que sempre ficou ao meu lado. Ela me fazia rir, me protegia e estava ao meu lado na hora de chorar ou sorrir, era muito complicado abandonar tudo isso em nome de um sentimento tão confuso e repentino.

“Romper a fronteira de amizade e amor é um ato de muita coragem”

– Pansy.- Eu chamei de supetão. Quando seu olhar se encontrou comigo percebi que eu não tinha ideia do que fazer.Coragem Hermione, coragem de uma leoa! – Somos amigas, não somos?- Perguntei.

– Obvio?- Respondeu confusa. A encarei séria.- Por quê, Mione?- Perguntou preocupada.

– Se eu fizesse algo, não sabendo se você gostaria ou não, você ainda estaria ao meu lado se der alguma complicação,não é?- Eu continuei, hesitante. Pansy me olhou com as sobrancelhas enrugadas, porém confirmou. – Preciso que feche os olhos.- Pedi

– Você está me assustando Hermione, o que há?- Ela questionou, mas eu me mantive calada. Ela suspirou,fechando os olhos. – Completamente cega, não vejo nada.- Informou.

Eu me aproximei de seu rosto, com medo. Podia sentir a respiração calma dela, e me perguntei se eu estava respirando também. Seu rosto estava completamente sereno, e eu sentia que o meu estava a ponto de se embaralhar de tanto nervosismo.

– Eu vou fazer algo.- Eu informei. – Algo que necessita muita coragem. É como romper uma barreira, uma que eu me questiono a quanto tempo eu deveria ter rompido. – Confessei. Notei que Pansy começava a abrir os olhos lentamente, e por fim tomei a atitude.

Eu beijei minha melhor amiga. 

Xxxx

Pansy Parkinson.

Hermione me beijou. Ela me beijou nos lábios.

Eu ainda estava de olhos fechados quando aconteceu, mas entendi perfeitamente o que tinha acontecido ao sentir um par de lábios macios encostarem os meus.

Eu havia sonhado com os lábios de Hermione por anos. Seu gosto, textura, encaixe. Eles tinham gosto de maçã,contrastando com meu pensamento do primeiro ano, quando imaginei-os com gosto de morango. Eram macios como nenhum outro, e pareciam perfeitos juntos aos meus.

Minhas mãos instintivamente foram para seu rosto. Ela pareceu se assustar, talvez pensando que eu queria separar. Talvez eu devesse, mas eu sonhara com aquilo por anos. A colei mais ainda a mim, quase como se fossemos romper leis da física.

O beijo era profundo, apesar de calmo. Certas vezes ela mudava a posição, nunca se desprendendo de mim. Ela me afundava ao pufe, me buscando desesperada. Uma mão leve se prendia a minha nuca, vez ou outra passando pelo meu cabelo. Eu brincava com seu rosto, o acariciando. Sentia sua pele quente nas minhas mão como nunca antes, e sua atenção completamente em mim. Parecíamos sincronizadas.

– Isso é real?- Eu perguntei. Não ousava abrir os olhos, tinha medo de ser um sonho. Talvez eu estivesse delirando em coma por um acidente de moto.

– Talvez, mas quem se importa?- Ela respondeu, ofegante. Eu ri, Hermione continuava a mesma menina respondona que fizera amizade comigo.

Amizade. Essa foi a palavra que me despertou. Abri os olhos apressada, quase me hipnotizando de novo com a visão de uma Hermione quase imperceptivelmente corada. Seus lábios meio inchados e os olhos fechados de uma forma que tornava tentadora voltar ao beijo.

Ela me buscou, me levando novamente para uma onda. Eu me deixei afogar novamente, meu corpo indo em seu ritmo, na sua vontade. Suas mãos ao redor de mim, me causando arrepios. Antes que pudesse ir completamente, pareci despertar.

– Eu preciso ir.- Eu disse bruscamente me desfazendo do beijo. Hermione abriu os olhos confusa. – Você viaja cedo amanhã e Molly está fazendo um bolo delicioso, preciso ir antes que devorem.- Eu disse, me sentindo estúpida no momento em que terminei a frase. Hermione respeitou aquela desculpa esfarrapada, se levantando.

Seu rosto estava confuso. Ela me encarava quando levantei e me parecia não entender o que fazer em relação aquilo. A encarei por alguns segundos, antes de me virar apressada e começar a sair.

– Falaremos disso depois?- Perguntou, sua voz ansiosa. Ainda de costas, e sem conseguir me virar pra encara-la, eu confirmei com a cabeça. – Tudo bem, nos vemos depois então. – Disse, desanimada. Sussurrei um “ Tchau” apressado e fechei a porta de seu quarto nas minhas costas, meu coração a mil. Encarei o corredor a frente e repassando minha atitude, sentindo uma súbita vontade de me esganar.

Eu sou patética.

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