Amar

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Harry Potter

Existem dias na sua vida em que absolutamente tudo parece dar errado. Geralmente esses dias começam com um aviso, como o fato de seu despertador não tocar...Justo no dia em que a primeira aula é a do professor que te odeia sem motivo aparente.

– Bom dia padrinho, bom dia Remus e bom dia pequena!- Eu disse apressadamente, voando cozinha adentro a busca de qualquer coisa comestível capaz de ir dentro da mochila. – Tchau padrinho, tchau Remus e tchau pequena!- Eu disse, sem nem mesmo olha-los.

– Paradinho aí, filhote. - Sirius disse, me fazendo congelar. Me virei para ele, ansioso para correr.

– Estou atrasado, Sirius!- Choraminguei com pressa. Sem rosto continuou inabalável, enquanto ele tomava um grande gole de café.

– Sabemos que sexta está chegando, Harry. Não precisa ir para a escola se não quiser.- Remus disse calmo, porém aquilo só me deixou em mais nervos.

– Gente, eu estou bem ok?- Eu disse, tentando soar calmo. – Eu não posso parar totalmente minha vida três vezes ao ano, certo? Eu conversei sobre isso com a psicóloga, só me fará mais mal.- Eu insisti, observando o casal se encarar. – Posso ir agora?- Perguntei. Quando meu padrinho concordou eu me virei novamente, rumando para a saída. – Vejo vocês mas tarde!

Quando bati a porta de casa, suspirei cansado. Um nó se formava em minha garganta, me impedindo de respirar por alguns segundos. Pisquei fortemente, sentindo meus olhos arderem.

Lembrar ainda doía.

Draco Malfoy

Liberdade. Liberdade é um substantivo.

Possibilidade que tem o indivíduo de exprimir-se de acordo com sua vontade, sua consciência, sua natureza.

Em meus poucos momentos longe dos meus pais, eu pensava em como era se sentir totalmente livre,s em barreiras, sem limites ou farsas, apenas eu sendo tudo o que sempre quis. Era uma idealização tentadora, que corroia todo meu ser diariamente, quase me levando a loucura.

“ Draco querido, eu e seu pai passaremos essa semana longe, há um evento acontecendo e é primordial nossa presença. Você ficará bem?” As palavras que minha mãe dissera mais cedo ecoavam na minha cabeça, fazendo com que eu sorrisse contra a janela do carro. O motorista se concentrava apenas na estrada a frente, sem tentativas de papear, e isso me permitia deleitar-me dos fatos.

Uma semana. Sete dias... Cento e sessenta e oito horas de liberdade! Parecia meu dia de sorte.

Olhei janela a fora contente, vendo o movimento de pessoas indo e vindo. No meio da multidão achei um rosto amigo e pedi apressado para que o motorista encostasse.

– Blaise!- Eu chamei, vendo o rapaz negro um pouco mais a frente se virar. Ele sorriu para mim, acenando. – Entra aí, estamos indo para o mesmo lugar.- Falei, retornando para o assento. A porta se esticou e ele se sentou ao meu lado no banco de trás.

– Valeu Draco, eu ia acabar perdendo o ônibus.- Ele agradeceu, ofegante. Eu apenas sorri para meu amigo, batendo em seu ombro. – Mas ainda precisa de motorista para ir pra escola, Malfoy?- Sorriu debochando de mim.Mostrei meu dedo do meio, fazendo-o gargalhar.

Eu não queria aquilo, não era minha escolha. Essas medidas que me distanciavam do cotidiano ‘padrão’ de convívio publico eram caprichos dos meus pais. Nunca se misturar, pois estamos sempre acima de todos.

– Como anda o estágio no British Museum.?- Perguntei, pois havia alguns dias que não via meu amigo.

– Bem, na verdade. Toda minha insistência em estudar a cultura egípcia teve resultado, para a infelicidade da minha mãe. – Ele disse, vitorioso. Eu acompanhei de perto a luta dele para convencer a mãe a deixa-lo fazer história e cursos voltados para a história do Egito, então podia imaginar sua alegria.

A nerd e a Popular (em revisão)Where stories live. Discover now