De volta pra casa.

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Dez anos.

Faziam quase dez anos que eu não colocava os pés em Londres. E apesar de todas as feridas que aquele lugar ainda me causava, me sentia em Paz ao estar em casa.

Desci do carro parado em frente a casa do Largo Grimmauld 12 e olhei em volta, nada era igual. A casa em que Sirius cresceu agora era menor dando lugar a outras mais, ordem do próprio Black. Em compensação, existia agora um gramado a frente com uma cerca e espaço para correr a vontade. Com certeza ele tinha pensando todas as mudanças de uma forma que encantasse a pequena Amália. Era como estar numa casa de boneca.

Nem de longe parecia a antiga casa do meu padrinho.

Olhei para minha pequena, ela apagara na metade da viagem de carro, nem parecia a mesma Amália tagarela de toda a viagem de avião.

- Diferente, não?- Sirius parou ao meu lado, pondo as mãos na cintura por debaixo da jaqueta de couro. - Eu nem consigo mais enxergar a velha Walburga lá dentro, esperando minha chegada para ter sua dose de gritos diários.- Zombou, porém não havia muito humor na voz dele. Sabia o quanto era difícil para ele voltar também. ¬- Ei, filhotinha! Acorda querida, chegamos. - Falou, enquanto balançava a mais nova pela janela do carro. Ela acordou meio atordoada, olhando em volta.

Rápida como um furacão ela saiu do carro, correndo para se apoiar na cerca branca. Os longos cachos se mexiam para cima e baixo enquanto ela corria, e quando parou, eles voaram diretamente para sua face. A vi dar pequenos pulinhos de ânimo enquanto se virava para nós. Seu rosto iluminado como se estivesse diante o próprio céu.

- Papai Sirius, você brincou muito nesse quintal?- Perguntou animada. Vi Sirius titubear por um segundo, não querendo decepciona-la.

- Não tanto quanto gostaria.- Sorriu sem jeito. - Mas o que importa é que brincaremos o quanto você quiser nesse quintal.- Desviou o assunto, e eu ri da cara de desespero dele. Ele levantou o molho de chaves e encarou Amália. - Por quê não tenta encontrar o quarto que preparamos para você?- Antes que pudesse pensar, ela agarrou as chaves e correu.

Vi o carro em que Remus vinha chegar na frente da nossa casa e dei um tapinha no ombro de Sirius, que sorriu ao ver o marido. Correu até o veiculo e praticamente arrancando o castanho do carro, o pôs ao meu lado e nos abraçou por trás. Remus sorria admirado com a felicidade de Sirius.

- Não vai ser fácil, mas vamos refazer as memórias que temos da Inglaterra. Uma a uma, e no fim, só sobrarão coisas boas. - Garantiu e eu sorri, esperando que fosse verdade.

Xxxxx

Quando entrei no meu quarto a primeira coisa que fiz foi procurar para ver se já estava lá.O pequeno retrato dos meus pais.

Busquei com os olhos a escrivaninha do quarto, com espaço para o computador e materiais de estudo. No canto próximo a cama, a foto dos dois no dia do primeiro beijo. Relaxei os ombros, deixando minha mochila cair no chão e andando lentamente até lá.

Sentei na cama e peguei o objeto, passando a mão pela foto dos dois. Será que eles imaginavam o quanto aconteceria depois daquele beijo? Papai sempre me dizia que amou a mamãe desde o primeiro dia, e que sempre soube que casaria com ela...Mas será?

- Sinto saudades de vocês dois.- Eu disse, como se aquilo ajudasse. - E é por vocês que eu vou tentar estar aqui, apenas. - Senti as lágrimas alcançarem o limite do que eu gostaria, e logo tratei de afasta-las. Escutei a porta se abrir devagar, e nela surgir minha irmãzinha curiosa. Ao ver meu rosto, provavelmente avermelhado, correu para pular na minha cama e me abraçar de lado.

- Papai Remus disse que seria difícil pra você.- Ela explicou com a voz inocente. - Mas sua mamãe e seu papai tão no céu, olha como é bom.- Completou. Pelo jeito triste que disse aquilo, me pareceu que ela dizia a mesma coisa para si, quando pensava na antiga família.- Eles tão cuidando de você lá de cima, e eu posso cuidar daqui debaixo, se você precisar...eu sou forte maninho.- Garantiu me abraçando mais forte. Com aquilo, acabei soltando uma risada fraca.

A nerd e a Popular (em revisão)Where stories live. Discover now