Amortentia - SaiDa

By sanaviews

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No mundo mágico, onde existe hierarquia entre sangue bruxos e famílias poderosas, nasceram duas garotas em re... More

prólogo
Langlock
Obediência
Expresso de Hogwarts
O Discurso
Cálice de Fogo
Felix Felicis
O Teste
A Festa (parte 1)
A festa (parte 2)
Ressaca
Seção Restrita
Confissão
Quadribol
Acerto de Contas
Hogsmeade
Pesadelo
Traição
Álcool, Amigos & Coração Partido
Halloween
Escolhidos
Cantankerus Nott
Labirinto pt 1
Labirinto pt 2
Luto
Tempestade
Torre de Astronomia
Insegurança
Ciúmes
Sala Precisa
Defesa
O Dragão
Jantar
Trauma
O Banho
Lago Negro
Taça Tribruxo
Hurt
Mentira
Abandono
Casa dos Kim
Feliz Natal
Aniversário
O Retorno
Perdão
Poção do Amor
Ameaça
O Pedido
Protego
Segredo
Taça de Quadribol
O Cabeça de Javali
Dilema
Tempo
Alaska
Pool Party
Home NOT Sweet Home
Sobremesa e Armação
Solstício
Aviso!
Hero
Eagle
Fox
Monstro
Graduation, the end?

Florean Fortescue's

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By sanaviews

[Sana]

Era mais um dia daqueles que a gente só tem vontade de ficar deitada na cama esperando o tempo passar, só ouvindo a chuva forte do lado de fora e nada mais para fazer, mas não, esse não era o meu caso.

Daqui uns minutos eu tinha que me forçar a levantar e me arrumar, ser a filha perfeita, a Minatozaki exemplar de sempre em todas as reuniões dos Sagrados Vinte e Oito.

Os Sagrados Vinte e Oito eram um clube seleto. Continham apenas as famílias puro-sangue, ou seja, famílias sem nenhum ancestral trouxa na arvore genealógica.

Eu sinceramente não via razão de ter essas reuniões logo na minha casa, mas meu pai sempre as tinha como uma ótima oportunidade de promover as ideologias que ele e os companheiros do Ministério da Magia tentam colocar em vigor no mundo bruxo, ideologias essas que proibiam o casamento de bruxos puro-sangue com bruxos nascidos trouxas, ou casamento de bruxos em geral com trouxas comuns.

Segundo meu pai, a probabilidade de nascer uma criança trouxa de um casamento desse tipo era maior que qualquer outra, então ele e os outros Ministros estavam tentando há vários meses colocar essa tal forma de vida de volta, como foi um dia no passado distante.

Meu papel nisso tudo era só participar dos jantares e acenar com a cabeça quando se dirigiam a mim, eu não dava opinião sobre nada politico e não me interesso em nada dos assuntos em pauta, geralmente eram coisas maçantes de velhos metidos a inteligentes.

[...]

Eu tentava pensar numa desculpa que talvez fosse boa suficiente para que pela primeira vez eu não precisasse comparecer ao jantar, mas logo fui tirada dos meus pensamentos quando ouvi uma batida suave na porta e um dos elfos domésticos que trabalhavam minha casa apareceu no meu quarto falando com a voz fina esganiçada.

— Boa noite, Senhorita Sana, seu pai me mandou aqui para ver se você já estava pronta? – olhou para o chão como sinal de respeito.

Revirei os olhos e joguei as cobertas para o lado levantando logo em seguida indo até meu enorme closet cheio de das melhores marcas de roupas, o elfo me seguindo pelo quarto como de costume. Eu o olhei de canto de olho e ri divertida.

— Finty, o que você ainda 'tá fazendo aqui?

O elfo juntou os dedos indicadores se balançando pra frente e pra traz como se estivesse com vergonha.

— Estou aqui para servir a senhorita Sana. – sorriu amarelo.

Eu segurei uma risada e dei um tapinha nas costas do pequeno elfo,

— Finty, eu cresci olha. – me coloquei de frente ao espelho com o elfo de olhos enormes me olhando por trás. — Eu sei que você estava acostumado a me arrumar sempre quando pequena, mas agora eu consigo sozinha, 'ta bom?

O elfo assentiu meio desapontado e então me abaixei ao seu nível correndo o risco de ser pega pelos meus pais para falar melhor com ele.

Isso era algo inadmissível, um bruxo se abaixar no mesmo nível de um elfo servo, mas Finty praticamente me criou e tenho muito apreço pelo pequeno ajudante.

— Não fique desapontado, você sempre me ajudou desde que nasci, sou muito grata. – peguei sua pequena mão e balancei como cumprimento, o elfo sorriu satisfeito e desaparatou do meu quarto num estalo dos seus pequenos dedos.

Os elfos domésticos geralmente são muito teimosos quando se trata de cuidar de seu mestre, eles tinham que ter certeza que o mestre estava satisfeito ou realmente não precisava mais de seus serviços antes de seguir com seus afazeres, e foi exatamente isso que Finty fez.

Me olhei mais uma vez no espelho e algo me incomodava, essa aparência esperada por todos, tão certinha, tão familiar. Eu realmente queria algo diferente para a minha vida esse ano, nem que fosse uma mudança estética.

Então com um manejo rápido da minha varinha de carvalho escuro, eu vi meu cabelo se transformando do famoso preto dos Minatozaki para um ruivo brilhante.

Sorri satisfeita para o espelho e sai para o jantar.

[...]

— Então eu disse para o pobre coitado, "Você nasceu de pais trouxas, não é sua culpa que é inferior." – Meu pai terminou de contar sobre o encontro que teve com um dos Ministros do Departamento e Regulamento de Uso de Objetos Trouxas e todos caíram na gargalhada, inclusive eu que também achava um desperdício haver um Departamento sobre objetos trouxas no Ministério da Magia, um gasto atoa dos nossos galeões.

Eu bebi meu suco sorrindo falso e olhei para minha frente na mesa onde uma das minhas melhores amigas sorria de boca fechada com a boca cheia de comida, Hirai Momo nunca perdia um buffet bem servido, isso era um fato.

Nós nos encarávamos sorrindo, afinal nos conhecíamos tão bem que não precisávamos falar nada para saber o que a outra estava pensando, e nesse momento as duas estavam loucas para acabar logo a tediosa reunião dos nossos pais.

Momo segurou uma própria mecha de seu cabelo preto e sorriu pra mim indicando que tinha gostado do meu novo visual, eu pisquei pra ela em agradecimento e vi Momo corar de leve, o que me fez rir baixo.

— Sana? – ouvi minha mãe chamando minha atenção e olhei para ela levantando uma sobrancelha.

— Sim? – bebi outro gole do suco e forcei outro sorriso.

— A Sra. Yoo estava dizendo que seu cabelo preto combinava mais com você. – ela forçou o sorriso nos lábios finos. — Só posso dizer que concordo, quase tive um ataque nervoso quando você apareceu assim no início da reunião.

Ela torceu os lábios e eu trinquei o maxilar tentando fingir o sorriso mesmo sendo uma tarefa difícil,

— Pois é mamãe, eu resolvi mudar, e estou plenamente satisfeita com o resultado. – mexi nos meus cabelos ruivos e me virei para a frente novamente.

Ouvi Momo segurar uma gargalhada e logo minha melhor amiga completou,

— Eu adorei o novo visual Sana, combinou com você. – piscou pra mim e foi minha vez de sentir as bochechas queimando.

— Hirai Momo! – ouvi a mãe de Momo a repreender na mesa e segurei a risada. — Você não pode contradizer nossa anfitriã assim na casa dela, onde esta a educação que te demos?

Momo revirou os olhos e comeu um pedaço da coxa de peru que tinha no prato.

Nós éramos melhores amigas e vivíamos flertando de brincadeira, não que já não tivesse rolado algo entre nós, mas acabou tão rápido quanto começou. Para a infelicidade de nossos pais que faziam muito gosto de ver uma Minatozaki se casando com uma Hirai,  duas das melhores famílias do mundo bruxo.

— Ora querida esposa, é só um cabelo, por Merlin! Não é como se a nossa Sana tivesse anunciado o casamento dela com um sangue-ruim! - meu pai que observava a cena toda sobre meu novo visual finalmente disse algo e todos gargalharam alto com o comentário dele.

Claro que seria um absurdo eu me casar com um sangue-ruim, imagina sujar toda minha linhagem sanguínea assim.

O clima suavizou novamente no jantar e eu finalmente relaxei voltando a jantar com os demais convidados.

[...]

[Dahyun]

Fazia um dia abafado de final de verão e eu tentava terminar de arrumar meu malão pela milésima vez naquela semana, mas sempre me esquecia de colocar algo importante como a escova de dentes dessa vez.

Eu fazia isso tudo enquanto era observada pelo meu cachorro Ari, ele sempre sentia muito a minha falta durante o tempo que eu passava em Hogwarts, mas infelizmente cachorros não estavam na lista de animais de estimação permitidos na escola, então eu só optei por não levar nenhum animal para Hogwarts, afinal Ari era muito ciumento.

Se eu fosse ter algum animal da lista aceitável em Hogwarts seria uma coruja porque elas são úteis para mandar correio e são bem leais, mas o problema é que corujas são os animais de estimação mais caros de se ter e eu ainda não podia bancar esse luxo.

Minha família nunca foi rica, nós sempre tivemos tudo na medida certa, então não me vejo gastando vários galeões apenas pelo capricho de ter um animal em Hogwarts, quando eu preciso me comunicar com meus pais eu peço emprestada a coruja velha da minha melhor amiga e tudo é resolvido.

Eu também não tenho muitos amigos que precise de uma coruja para me corresponder, meu grupo de amigos se resume a Son Chaeyoung e Im Nayeon, ambas são da mesma casa que eu em Hogwarts.

Eu as conheci quando me defenderam contra alguns garotos idiotas que tiravam sarro da minha linhagem sanguínea de trouxa.

Minhas duas amigas são a razão da qual eu mal posso esperar para voltar ao colégio, fora isso não fico tão animada assim já que aparentemente sou um imã de encrencas.

[...]

— Já terminou de arrumar suas coisas, filhota? – Meu pai me perguntou enquanto me servia um hambúrguer que tinha acabado de assar na grelha, eu meus pais aproveitávamos os últimos dias juntos antes da minha partida para a escola.

— Hm, quase. – respondi de boca cheia, sorrindo com os olhos. —Faltam algumas coisas, 'tava pensando em passar mais tarde no Beco Diagonal com a Chaeyoung para comprar uns itens que me faltam.

— Filha... eu ainda não recebi meu salário, tem mesmo necessidade? – meu pai ponderou preocupado.

— Não precisam se preocupar, tenho umas economias dos trabalhos que peguei no verão, eu passo no Gringotts e troco por galeões. – sorri largo quando vi o semblante de alívio dos meus pais.

Logo meu pai voltou a se concentrar nos hambúrgueres assando na grelha e minha mãe com suas perguntas corriqueiras sobre minha vida como de costume.

[...]

Passear no Beco Diagonal com Son Chaeyoung era sempre divertido, nós fizemos compras juntas na livraria de segunda mão, e agora estávamos contando o dinheiro que sobrou para dividirmos um milk-shake sabor chocolate e morango na Sorveteria Florean Fortescue que ficava ao lado da velha livraria.

Assim como os meus pais, a família Son não é rica apesar do pai de Chae trabalhar no Ministério da Magia.

O cargo dele não era o que pagava o melhor salário e os pais de Chaeyoung ainda tinham as despesas de criar quatro filhos sendo minha melhor amiga a caçula da casa.

— Dahyun, eu odeio ser pobre! – Chaeyoung reclamou. — Olha que humilhação! A gente aqui na porta da sorveteria catando moeda pra saber se vamos poder tomar o milk-shake ou não! – ela riu alto da nossa desgraça e eu acabei não me contendo com a risada contagiante dela.

— Chaeng, cala a boca as pessoas estão olhando. – respondi secando as lagrimas que caíram de tanto rir.

— Tomara que olhem e doem o sicle que falta na vaquinha pro milk-shake.- Chae respondeu rindo debochada e de repente sua feição mudou de divertida para incrivelmente tímida estática.

Eu não entendi nada até olhar por cima do meu ombro e ver Myoui Mina, a razão do nervosismo repentino da minha melhor amiga.

A outra garota estava sentada em um dos bancos que tinham em frente à livraria mais cara do Beco Diagonal, a Floreios e Borrões, ela parecia distraída mordendo o lábio inferior enquanto lia um livro aparentemente recém-comprado.

Logo senti um beliscão no braço me trazendo de volta para a minha melhor amiga que tinha a expressão fechada.

— Dahyun! Para de encarar a Myoui, ou ela vai me ver. – Chaeyoung sussurrou entredentes preocupada e olhou rápido para Mina por cima do meu ombro novamente.

— Ela te notar não era para ser algo bom? – perguntei enquanto procurava dentro da minha mochila surrada o maldito sicle que faltava para o nosso milk-shake.

— Não? Você sabe que ela nunca me daria bola, ela faz aula avançada de poção comigo há dois anos e nunca me disse nada além de "bom-dia". – a menor respondeu desapontada e mordeu o lábio.

Dei de ombros.

— Quem perde é ela, porque você é incrível! – tentei alegrar minha melhor amiga. — Vem, eu achei o dinheiro que faltava, vamos te animar tomando o famoso milk-shake de chocolate e morango do Sr. Florean.

Chaeyoung finalmente sorriu fraco e a puxei para dentro da sorveteria que fez um barulho de sino quando abrimos a porta anunciando novos clientes.

Logo foi a minha vez de ficar estática.

Lá estava ela, Minatozaki Sana em toda sua plenitude enquanto ria alto de algo que sua melhor amiga, Hirai Momo contava, ambas esperando seus pedidos juntas do balcão da sorveteria.

Sana era a garota mais popular de Hogwarts, então todos sabiam quem era ela, até eu que era uma zé ninguém sabia.

Havia algo diferente nela que me chamou a atenção, o seu cabelo preto tinha dado lugar para um ruivo brilhoso, o que combinou muito com ela.

Eu nunca havia reparado direito em Minatozaki Sana, mas ela estava incrivelmente linda, o que me pegou de surpresa ficar olhando tanto tempo assim para a garota popular.

Nunca fui de ter crush em pessoas esnobes e populares como a Minatozaki.

Sana vestia roupas elegantes com joias caras que a faziam parecer mais intocável do que quando ela usava o uniforme comum do colégio, essas roupas casuais davam um ar mais poderoso a ela, e sem dúvida faziam eu me sentir mais pobre do que eu realmente sou.

— Sem chance, dubu. – Chaeyoung falou baixo e riu. — Mais fácil você arrotar um Diabrete do que Minatozaki Sana te dar bola.

Arregalei os olhos chocada para minha melhor amiga.

— Chaeyoung? Que absurdo é esse? – a repreendi e ganhei um sorrisinho debochado da menor.— Eu não 'to afim da Minatozaki.

— Qual é?  Você praticamente babou olhando para ela segundos atrás. – riu implicante — Ela ficou muito bonita com o novo visual, quero ver se esse ano alguém daquele colégio vai conseguir sair com a Sana, ninguém nunca consegue namorar de fato com ela.

— Eu sei, ela deve ser estranha, sei lá. – respondi despreocupada e comecei a tomar finalmente o nosso milk-shake. — Não é algo que eu me importe, aliás.

Chaeyoung assentiu rindo baixo mostrando suas covinhas e dei de ombros.

[...]

Chaeyoung tagarelava rindo ao me contar a peça que pregou no seu irmão mais velho nesse verão enquanto terminávamos o milk-shake, e não sei por que eu sentia vontade de olhar para os bancos altos juntos ao balcão onde Momo e Sana estavam, mas me segurei afinal eu não ligava a mínima para o que a Minatozaki fazia ou deixava de fazer.

Logo um barulho de moedas pesadas caindo no chão nos chamou a atenção e nos viramos para ver Sana e Momo abaixadas pegando vários galeões dourados espalhados pelo chão gargalhando novamente com certa timidez pelo alarde feito.

Sana pegou um punhado cheio de moedas de ouro em sua mão e entregou ao Sr. Florean o dono da sorveteria, que arregalou os olhos com tamanha gorjeta, elas pareceram falar algo de como estava bom o sorvete para o velho senhor e foram em direção à saída passando pela nossa mesa ao lado da porta.

— Quer apostar que a Minari está na mesma posição que a deixamos? – Sana brincou divertida.

— Não sei por que Mina é tão obcecada com livros, ela perdeu o melhor sorvete do mundo. – Momo completou incrédula e Sana riu jogando o longo cabelo ruivo de lado.

— Momo, é o que ela gosta de fazer, vamos deixe de ser implicante. – abriu a porta deixando Momo passar na frente e quando ia sair os nossos olhos se encontraram, afinal eu estava mais uma vez a encarando sem perceber.

Ela levantou uma sobrancelha curiosa pra mim e eu apenas desviei rapidamente olhando de volta para o tampo da minha mesa enquanto sentia meu rosto queimar de vergonha por ter sido pega no flagra por Minatozaki Sana.

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obg e flws!

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