A Pílula (versão 2.0)

By ViniciusSRocha

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Se você pudesse deixar de ser gay apenas tomando uma pílula, você o faria? A vida e o relacionamento de Cassi... More

A Pílula está de Volta - (Versão 2.0)
Prólogo
Parte 1 | Capítulo 1: Marcus
Parte 1 | Capítulo 2: Cássio
Parte 1 | Capítulo 3: Marcus
Parte 1 | Capítulo 4: Cássio
Parte 1 | Capítulo 5: Marcus
Parte 1 | Capítulo 6: Cássio
Parte 1 | Capítulo 7: Marcus
Parte 1 | Capítulo 8: Cássio
Parte 1 | Capítulo 9: Marcus
Parte 1 | Capítulo 10: Cássio
Parte 1 | Capítulo 11: Marcus
Parte 1 | Capítulo 12: Cássio
Parte 1 | Capítulo 13: Cássio
Parte 2 | Capítulo 14: Marcus
Parte 2 | Capítulo 15: Marcus
Parte 2 | Capítulo 16: Marcus
Parte 2 | Capítulo 17: Marcus
Parte 2 | Capítulo 19: Marcus
Parte 2 | Capítulo 20: Marcus
Parte 2 | Capítulo 21: Marcus
Parte 2 | Capítulo 22: Marcus
Parte 2 | Capítulo 23: Marcus
Parte 3 | Capítulo 24: Cássio
Parte 3 | Capítulo 25: Cássio
Parte 3 | Capítulo 26: Cássio
Parte 3 | Capítulo 27: Cássio
Parte 3 | Capítulo 28: Cássio
Parte 3 | Capítulo 29: Cássio
Parte 3 | Capítulo 30: Cássio
Parte 3 | Capítulo 31: Cássio
Parte 3 | Capítulo 32: Cássio (antepenúltimo)
Parte 3 | Capítulo 33: Cássio (penúltimo)
Capítulo 34: Cássio e Marcus (Último)
Agradecimentos e Curiosidades
SINOPSE próximo livro: "Os Provocadores"
Próximo livro: O Clube da Cerveja (Romance Gay e Hétero)
LEIA TAMBÉM: Depois do Final Feliz

Parte 2 | Capítulo 18: Marcus

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By ViniciusSRocha

Cássio se ajeitou na cama, pigarreou e começou a falar: 

Aquela noite me senti humilhado por você, me sentia sujo e estava com muito ódio. Eu tive gana de querer te matar, porque não me sentia merecedor de toda a humilhação que passei.

Entrei em casa, bêbado, deitei-me no sofá da sala de estar e comecei a chorar, chorei alto e poucos minutos depois meus pais foram ao meu encontro. Eu chorava desesperado e não conseguia responder direito a minha mãe que perguntava aflita o que tinha acontecido. Após me acalmar e contar o que tinha acontecido, que você tinha acabado com minha reputação em frente a todos os meus amigos, meu pai ficou enfurecido e disse que se eu não fosse doente, estaria com uma mulher e que isso de maneira alguma aconteceria. 

O comentário do meu pai me despertou um ódio tão grande dele que passei a sentir a necessidade de morar sozinho. 

— Daí você decidiu tomar uma pílula? É isso que vem agora? — eu o interrompi, um pouco impaciente. 

— Calma. Eu vou chegar lá — Cássio me respondeu e deu continuidade. 

Em um sábado de manhã, eu fui acordado pela visita da Chiara. Ela me acordou com um café da manhã na cama, e me disse que se orgulhava de mim, independentemente do que eu fosse, disse que era minha amiga e que me apoiava em tudo que decidisse. Chiara foi ótima e conseguiu levantar meu astral que estava péssimo. Ela me ouviu, desabafei sobre nosso namoro que mantive em sigilo, contei o que foi que levou ao estopim de nossa briga naquele bar. Ela foi ótima, me ouvia, me apoiava e foi uma amiga de verdade. 

Ficamos juntos o dia inteiro. Conversamos, almoçamos, assistimos a uns filmes e dormimos em minha cama abraçados. 

No dia seguinte ela tomou café comigo e meus pais, depois foi embora. Foi gostoso esse tempo todo junto. Senti-me muito bem em ter a companhia de uma pessoa que sabia de mim e me aceitava. 

Mas minha felicidade desapareceu no momento em que fiquei a sós com meu pai. Ele disse que eu precisava arrumar uma mulher como a Chiara. Como se eu tivesse escolha por gostar de homens. 

Eu já estava chegando ao limite da paciência com ele. Não suportaria muito mais tempo naquela casa. Precisava agir e sair de casa não era uma opção. Eu trabalhava para ele e meu salário não bancaria uma vida independente. 

Passei os dias procurando uma solução, pensando em uma maneira de sumir para sempre de casa e que me fizesse nunca mais vê-lo. E a ideia que surgiu, além de ser genial, seria bancada pelo meu pai. Decidi fazê-lo de idiota. 

Eu estava navegando pela internet um dia e vi sobre a pílula GHX-100. Ela tinha sido liberada no estado do Texas, até então o único lugar no mundo. Pesquisei sobre o tratamento e vi que era em clínicas especializadas. Durava um dia inteiro além do acompanhamento psicológico de pouco menos de um mês. 

Imprimi essa pesquisa para o meu pai, mas incluí alguns dados falsos, falando que havia uma fila de alguns meses e que o tratamento durava quatro meses. Ele estava sentado à mesa com minha mãe e joguei os papéis do lado dele. 

Pedi que ele me bancasse por um ano nos Estados Unidos, enquanto eu trabalhava, aprimorava meu inglês e ficava na fila do uso da pílula. Claro que meu pai não aceitou, disse que não pagaria um intercâmbio para mim e que eu esperasse que a pílula chegasse ao Brasil.

Minha mãe ficou assustada, acreditou que eu estava realmente a fim de deixar de ser gay e conversando a sós comigo, foi contra eu tomar a pílula. Porém expliquei a ela que eu estava apenas mentindo, queria me afastar de meus problemas e de meu pai. Ela entendeu meu lado e disse que conversaria com ele. Porém foi em vão. Meu pai não foi convencido.

Então passei a utilizar uma tática mais agressiva para que o senhor Hélio me mandasse para o exterior com a desculpa de me ver deixar de ser gay.

Entrei em um aplicativo para caçar alguém. Queria escandalizar naquela noite. Puxei papo com umas quatro pessoas, e meia hora depois, estava em um papo muito quente com um cara chamado Andrei. Ele tinha vinte e oito anos e estava a fim de sexo, exatamente o que eu queria. Dei meu endereço a ele e disse que era para ele chegar mais ou menos meia noite, porque seria um horário que meus pais estariam fora. Inventei que meu avô estava doente e estaria sozinho em casa. 

Meia noite e meia, meu celular tocou, era Andrei que estava na porta da minha casa me esperando. Desci as escadas abri a porta e lá estava ele. Um negro alto, mais ou menos 1,90, muito forte e com um sorriso matador. 

Foi a primeira vez que fiz sexo por fazer e a primeira vez que fiquei com um homem que não fosse você. Por mais que eu estivesse usando o cara, não gostei de saber que ele também estava comigo só pelo sexo.

Fomos para meu quarto e começamos a nos beijar. O beijo, a pegada, tudo. Não tinha como não comparar. Então ele me jogou na cama e me dominou por completo e...

— Tá bom Cássio, chega, não precisa entrar em detalhes — eu cortei um pouco enciumado, não queria saber se ele pegou uma pessoa fisicamente muito melhor que eu e que poderia ser melhor na cama. — Pode pular essa parte. 

— Ficou com ciuminho? — ele disse com um sorrisinho triunfante.

— Não, mas vamos resumir, por favor — respondi cheio de recalque sem nem saber o porquê. 

Enfim, depois da transa ele vestiu sua roupa e quis ir embora, falei que ele podia dormir ali, que não teria problemas, meus pais chegariam apenas na tarde do dia seguinte. Ele topou e dividimos minha cama de solteiro. 

No dia seguinte, meu pai estava na sala quando acordei com Andrei e o acompanhei até a saída de minha casa. Quando Andrei passou pelo meu pai, a cara de susto do velho foi impagável. Acho que ele jamais imaginou que um homem tão grande podia sair do meu quarto. Eu estava logo atrás, só de cueca, sorrindo malignamente. 

Andrei ficou muito envergonhado e puto comigo por meu pai estar em casa, quando eu disse que não estaria. Fingi surpresa e falei que não imaginava que aquilo fosse acontecer. Pedi desculpas e ele foi embora. Meu pai me fuzilou com os olhos quando fiquei sozinho. 

— Você enlouqueceu? — perguntei assustado. 

— Tinha perdido o medo do meu pai — Cássio respondeu dando de ombros. 

Durante o jantar naquele dia, vi que triunfei em meu plano, meu pai aceitou pagar minha viagem para o Texas, mesmo que a muito contragosto, para que eu tomasse a pílula e fizesse intercâmbio de um ano. 

Ele alugou um apartamento em um condomínio predominantemente de estudantes. E para evitar que eu ficasse de safadeza com outro cara, pagou mais caro por um apartamento para uma pessoa apenas. 

Eu tinha vencido a batalha contra meu pai. Ele pagaria meu curso, me bancaria nos Estados Unidos e eu não tomaria GHX-100. 

— Cara, como você pode ser assim? — eu disse meio enojado. 

— Como assim? — Cássio perguntou com o sorriso morrendo no rosto. 

— Manipulador, sei lá — falei gesticulando com a mão. — Faz de tudo para conseguir o que quer, você era assim comigo? 

— Não — Cássio justificou. — Eu estava desesperado e essa foi a única arma que tinha. 

— Por mim, o ideal seria você arrumar um emprego e se virar, queria que sua mãe tivesse te falado isso — eu disse ainda assustado com o quanto Cássio podia ser manipulador.

— Olha, queria que você não me julgasse — ele pediu humildemente.

— Sinto muito, mas não tem como. — Dei de ombros. — Você me conta isso tudo e você acha que eu vou rir e aplaudir suas atitudes? 

— Saiba que hoje eu vivo sozinho e estudo muito. — Ele se defendeu — Ainda dependo do meu pai, porque meu curso é integral, mas logo serei totalmente independente. 

— Ok, Cássio — eu estava ficando levemente irritado. — Vamos comer porque a comida está esfriando e você continua sua história. 

— Tudo bem — ele falou acenando a cabeça. — Falta muita coisa ainda, tudo melhorou e piorou quando eu fui para os Estados Unidos e fiquei em um lugar cheio de caras gays. 

Nos sentamos à mesa e começamos a comer. 

— Imagino que passou o rodo — eu falei enquanto mordia um rolinho primavera. 

— Não, esse seria você, né? Senhor pegador — ele respondeu amargo. 

— Tudo bem, não está mais aqui quem falou — respondi achando graça do que acabara de ouvir. 

— Então — ele prosseguiu —, cheguei em Austin e estava em um mundo novo, me sentia livre para começar tudo do zero. 

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